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Sede da Seplan continua ocupada

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Mariana Ceci
Repórter

Em greve há quase duas semanas, servidores da saúde e professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) continuam acampados na sede da Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças (Seplan), no Centro Administrativo, em Lagoa Nova. A ocupação teve início na última quarta-feira (22), e tem como objetivo tentar pressionar o Governo do Estado a apresentar um calendário de pagamento concreto para os servidores, que há 22 meses recebem os salários em atraso. No total, cerca de 60 pessoas, entre servidores e estudantes ocupam o primeiro andar do prédio. Não há previsão para o fim da ocupação, nem sinalização de negociações ou apresentação de um calendário por parte do Governo, que não tem previsão de data para pagar os servidores do Estado que recebem acima de R$ 2 mil.

Aproximadamente, 60 pessoas, entre servidores e estudantes ocupam o primeiro andar do prédio da Seplan desde a quarta (22)

Aproximadamente, 60 pessoas, entre servidores e estudantes ocupam o
primeiro andar do prédio da Seplan desde a quarta (22)

Na tarde desta quarta-feira, uma reunião entre membros do Sindsaúde, da Associação de Docentes da UERN (Aduern) e representantes do governo foi interrompida após a chegada da informação da ocupação da Seplan. A chefe do Gabinete Civil Tatiana Mendes Cunha afirmou, em contato com a TRIBUNA DO NORTE, que a equipe do Governo se retirou após saber que os servidores estariam “danificando o patrimônio público na Seplan”.

Nesta quinta-feira (23), no entanto, a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve na sede da Secretaria de Planejamento e não pode constatar qualquer tipo de depredação ao prédio, informação que foi corroborada pelos policias militares que faziam a guarda da Seplan. No local da ocupação, apenas cartazes colados nas paredes com fita adesiva, manifestantes emitindo palavras de ordem contra o governador e os atrasos nos salários e alguns colchões e bandeiras.

“Quem está aqui não é vândalo. É pai de família, mãe de família, estudante. Trabalhadores que não estão com seus salários em dia e estão exigindo um direito, porque não podemos mais trabalhar de graça. Quem está depredando nossos direitos é o governador Robinson Faria, realizando pagamentos de folha com mais de 60 dias de atraso. Esse tipo de afirmação busca deslegitimar um movimento que é legítimo e está exigindo um direito que é nosso”, afirmou Manoel Egídio, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde-RN).

Até esta quinta-feira, os servidores permaneciam em acampamento montado em frente à Governadoria, movimento que teve início no primeiro dia de greve (13). Ao tentar entrar no prédio para falar com o governador, os servidores foram recebidos com spray de pimenta por parte da segurança local. A ocupação na Governadoria continua, mas de acordo com Manoel Egídio, a prioridade do movimento grevista no momento está concentrada na Secretaria de Planejamento, e a previsão é de que, aos poucos, aquele acampamento seja desmontado e transferido para a Seplan.

O conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN), Dijosete Veríssimo, e que também é professor da UERN, esteve presente na ocupação, e afirmou que a OAB está disposta a contribuir para que a greve alcance seu objetivo de negociar com o governo, com ganho para os trabalhadores que estão com os salários atrasados.

Até o fechamento desta edição, a única manifestação por parte do Governo em relação à ocupação dos servidores foi emitida por nota, que dizia que “O governo está atuando para garantir o acesso, com segurança, dos servidores aos seus locais de trabalho, bem como para que o patrimônio público não seja depredado. O governo conta com o bom senso dos manifestantes e espera que não ocorra nenhuma tentativa de impedir o funcionamento dos serviços públicos”. Não há, portanto, previsão para novas negociações entre Governo do Estado e os servidores.

Detran
Além dos servidores da saúde e dos professores da UERN, servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) também entraram em greve na última segunda-feira (20). A greve é motivada pelo não cumprimento de acordo firmado pelo governo com os profissionais. De acordo com o Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai), o Executivo teria se comprometido a enviar à Assembleia Legislativa projetos para garantir a reposição das perdas salariais dos profissionais, acumuladas há 7 anos, e a implementação do auxílio alimentação, além de cumprir as promoções devidas.

Nenhum dos serviços do departamento, no entanto, chegou a ser completamente interrompido de acordo com a assessoria de comunicação “Todos os serviços estão funcionando, mas com uma capacidade um pouco reduzida. Nenhum deles está completamente paralisado”, afirmou a assessoria.

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