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Sedec critica rebaixamento da refinaria

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Além da retirada dos investimentos da Petrobras, o rebaixamento da Refinaria Clara Camarão à condição de “Ativo Industrial de Guamaré” preocupa o governo. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Flávio Azevedo, afirma que não há “justificativa plausível” para o rebaixamento da refinaria, que é a única que produz querosene de aviação na região. Neste ano, a Clara Camarão já bateu dois recordes de produção de querosene de aviação – em janeiro (18.323 metros cúbicos) e setembro deste ano (19.841 metros cúbicos).

Refinaria Clara Camarão, em Guamaré, bateu recordes de produção de QAV em janeiro e setembro

Refinaria Clara Camarão, em Guamaré, bateu recordes de produção de QAV em janeiro e setembro

A Petrobras iniciou, no final do último mês, o processo de reestruturação das unidades operacionais da companhia, que prevê ajustes internos nas áreas operacionais de Exploração e Produção e de Refino e Gás Natural. A Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), localizada no município de Guamaré, segundo a estatal, faz parte deste processo. Ontem, a Petrobras garantiu que a RPCC manterá a capacidade de produção e continuará produzindo derivados e atendendo ao mercado potiguar.

“Não haverá demissões em função da reestruturação das áreas operacionais. O novo modelo de gestão reduz a complexidade operacional, otimiza custos e contribui para a eficiência do negócio, agregando valor e maior solidez à RPCC”, afirmou a estatal em nota. Segundo a Petrobras, “os recordes de produção de querosene de aviação (QAV) obtidos reforçam o compromisso da Petrobras na otimização dos seus processos e ganhos de produção”.

A Petrobras alega que “a iniciativa dá continuidade ao projeto de reestruturação da Petrobras, iniciado em 2016, quando os cargos gerenciais das áreas administrativas foram reduzidos em aproximadamente 40%. A economia estimada com essa nova fase é de R$ 35 milhões por ano para a companhia”.

Para Flavio Azevedo, no entanto, a justificativa não se sustenta, principalmente tendo em vista os altos índices de produtividade da refinaria: “A Petrobras manteve uma refinaria de menor porte no Ceará e tirou o título da nossa. Mesmo com a importância da refinaria, ela rebaixou a sua condição para “ativo”. Isso aparentemente é insignificante, mas não é. Significa, primeiro, que na hora que ela deixar de constar como refinaria, os investimentos passam a ser uma incógnita. O ativo pode não entrar na pauta de investimentos, ao contrario das refinarias. Como uma refinaria desse porte perde essa condição, principalmente sendo fabricante de querosene de aviação nessa quantidade?”, disse o secretário à reportagem. 

A avaliação é corroborada tanto pelo Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) como pelo Sindicato das Empresas do Setor Energético do RN (Seern), que enviou uma nota na semana passada criticando a mudança.

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