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SEEC estuda regularizar algumas atividades virtuais

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Os estudantes das redes de ensino estadual e dos municípios do Rio Grande do Norte estão sem atividades a distância desde que as aulas presenciais foram paralisadas no dia 18 de março. Segundo o secretário estadual de Educação, Getúlio Marques, a implementação de atividades virtuais, a exemplo da rede privada, é complexa nas escolas públicas por causa das diferenças socioeconômicas existentes entre alunos. Parte dos estudantes ficaria sem acesso às aulas por não terem acesso à internet e alternativas a isso estão em discussão.
Getúlio Marques explicou que SEEC ainda não sabe número de alunos que teria acesso à plataforma

A Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEEC) pretende regularizar algumas atividades virtuais nas próximas semanas, mas o sistema que dará acesso aos alunos e professores ainda não está pronto — a previsão é que ele esteja disponível a partir da terça-feira, 21. Até lá, a SEEC não sabe qual o percentual de estudantes que teria acesso a plataforma. Entretanto, essas atividades não serão obrigatórias.

“A educação precisa ser para todos, e nem todos têm acesso a esse mecanismo”, informou Getúlio Marques. “Estamos lançando essas atividades para que o aluno não perca o contato com a escola e com o professor, mas a discussão se vai ser contada como ano letivo é mais complexa.”

Para tentar preencher a lacuna, existe o plano de distribuir apostilas para os alunos através das escolas, mas também não há definição se serão contadas como atividades letivas. Essa avaliação vai ser feita pelo Conselho Estadual de Educação depois da normalização das aulas a partir do nivelamento apresentado pelos alunos, disse Marques. “No retorno dos alunos a gente avalia todos, e aí vai ser um trabalho muito mais complexo para ver quem pode avançar, quem precisa ser acompanhado.”

“A gente está sugerindo que trabalhe mais conteúdos que já foi apresentado e que não seja novos conteúdos, justamente para que esse aluno que não participou não fique para trás. Tem toda uma estratégia para que os alunos receba essas informações e depois a gente avalie o que vai ser aproveitado e o que vai ser feito com os outros alunos. É um desafio para gente”, afirmou o secretário.

As aulas estão paralisadas até o dia 23 deste mês por um decreto estadual em vigor, mas o prazo vai ser adiado. A SEEC não informou quando será publicado um novo decreto e qual a nova previsão de retorno das aulas, mas destacou que a suspensão depende do controle da pandemia. As estimativas atuais da Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap) é de que o momento mais crítico no Rio Grande do Norte será nos primeiros 15 dias de maio.

Aproximadamente 1,2 milhão de pessoas foram atingidos pela suspensão das aulas, entre alunos, professores e funcionários das escolas. “Nesse momento a principal preocupação é preservar a vida, não só dos estudantes, mas também de suas famílias e da sociedade em geral”, declarou Marques.

Enem
O secretário Getúlio Marques também defendeu nesta quinta-feira, 16, o adiamento do Enem de 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus. As provas do exame estão previstas para outubro no formato digital e em novembro no presencial e não há mudanças no calendário até o momento. Na avaliação de Marques, a medida é necessária porque os estudantes da rede pública do Brasil não estão com o mesmo acesso das escolas privadas às aulas de educação a distância.

Desde a paralisação das aulas, a secretaria estadual não conseguiu articular aulas online para toda rede pública, enquanto parte dos estudantes da rede privada estão tendo acesso à educação a distância. “Isso por si só gera um prejuízo grande para os alunos da rede e secretários de todo Brasil, não só do Rio Grande do Norte, defendem o adiamento”, afirmou Marques.

Outra dificuldade está relacionada a isenção da inscrição do Enem. A solicitação da isenção começou no início de abril e segue até essa sexta-feira, 17. Normalmente, a isenção dos alunos é feita através das próprias escolas estaduais, mas esse ano não foi possível devido a paralisação. “Esse é um prejuízo que já existe porque nem todos os alunos tem acesso em casa para solicitar essa isenção”, destacou o secretário estadual.

Merenda
A Secretaria de Educação começou distribuir cestas básicas de alimentos para 215 mil alunos da rede pública para suprir a falta da merenda escolar, paralisada junto com as aulas desde o dia 18 de março. A merenda escolar é essencial para a segurança alimentar de famílias de baixa-renda. Os alimentos estão em processo de compra, e, por isso, a secretaria prevê que a entrega seja feita no máximo em 15 dias. As escolas serão responsáveis pela distribuição.

Já foram distribuídas cestas básicas para cerca de 24 mil alunos de baixa-renda, segundo o secretário Getúlio Marques. As cestas foram montadas a partir do estoque que as escolas possuíam para merenda quando a paralisação foi decretada. Desta vez, a distribuição é para todas as famílias da rede pública.

“Foi preciso mudar a Lei do Fundeb que previa que a merenda escolar só podia ser consumida na escola. Com a mudança aprovada no Congresso Nacional, aqui no RN montamos as cestas com os produtos que estavam estocados nas escolas e entregamos aos alunos mais necessitados, àqueles cujas famílias estão inscritas no Bolsa Família”, explicou Getúlio.

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