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Seis testemunhas prestam depoimentos na ‘Manus’

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Mais seis testemunhas de defesa arroladas no  inquérito criminal da “Operação Manus”, foram ouvidas , ontem, na 14ª Vara Federal do RN.  O juiz Francisco Eduardo Guimarães preside as audiências sobre a investigação de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro durante a construção do Arena das Dunas para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 em Natal. Até o momento, doze pessoas foram ouvidas. Inicialmente, estava previsto 25 testemunhas, no entanto, duas foram dispensadas por advogados.

Marcelo Leal afirma que depoimentos anteriores foram confirmados

Marcelo Leal afirma que depoimentos anteriores foram confirmados

O primeiro a ser ouvido, ontem, foi o ex-secretário do Ministério da Fazenda, entre 2011 e 2013, Nelson Barbosa Filho, na defesa do ex-deputado Eduardo Cunha. Ele está em Brasília e falou por vídeo conferência sobre a tramitação do projeto que perdoava as dívidas dos estados. Questionado se alguém o tinha procurado para tratar do assunto, o ex-secretário disse que alguns governadores e secretários. No que se refere a São Paulo, ele disse que “um deles foi Gilberto Kassab e o outro foi um secretário indicado pelo ex-prefeito Fernando Haddad”.

Também ouvido por videoconferência, o ex-secretário geral da mesa da Câmara dos Deputados, Mozart Vianna,  estava em Brasília. Sobre a MP (Medida Provisória) 627 e a PLC (Projeto de Lei Complementar) 238/2013, o homem, que foi secretário-geral de 12 presidentes da Câmara dos Deputados, disse não ter  presenciado nenhum ato fora do regimento de Eduardo Cunha e Henrique Alves, que na época eram deputado federal e presidente da Câmara, na ordem. “Não soube de nada errado deles dois”, disse Mozart.

O suposto pedido de vantagens por Henrique Alves nas obras da Arena das Dunas foi rebatido pelo atual diretor-presidente do local da Arena,  Ítalo Mitre, arrolado como testemunha de defesa de Alves. Advogado, ele trabalha desde 2012 no empreendimento e também contestou o relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) produzido pela equipe técnica da Comissão de Acompanhamento e Fiscalização da Copa de 2014 e que aponta um dano ao erário de R$ 77 milhões. “Refutamos porque os investimentos foram todos executados de acordo com o contrato”, disse o advogado durante a audiência.

Também foi ouvido o jornalista e marketeiro João Maria Medeiros e Tiago Pinheiro de Araújo, responsável pela produção de adesivos, bandeiras e cartazes para a campanha de Henrique Alves. 

O último depoimento foi de Daniel Ferreira. Ele foi arrolado pela defesa do empresário Frederico Queiroz, pra quem trabalha como motorista.   Daniel prestou esclarecimentos sobre transporte de dinheiro durante a campanha para governo em 2014. O homem, que trabalha na família de Queiroz há 22 anos, disse que pegou – em companhia de uma assessor do ex-ministro – “uma bolsa grande” com dinheiro em Recife (PE) e entregou na sede do partido. Ele também explicou que durante a campanha acompanhava Fred Queiroz, que pegava dinheiro na agência bancárias e entregava a Aluízio Dutra, ex-assessor de Henrique Alves.

O advogado do ex-ministro, Marcelo Leal, disse que a testemunha reafirmou apenas o que Henrique já tinha dito em depoimento. “Henrique já reconheceu que recebeu dinheiro de ‘caixa 2’ em campanha. Isso reforça o interrogatório, o que não reconhecemos é que tenha ocorrido contrapartida, o que tipificaria o crime de corrupção”, defendeu o advogado.

São réus no processo, o ex-deputado Henrique Eduardo, o também ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cosentino da Cunha,  José Adelmário Pinheiro Filho (O Léo Pinheiro da OAS), Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara e o empresário Frederico Queiroz.

Nesta sexta-feira (17),  deverão ser ouvidos o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, na defesa de Henrique Alves e Cristângelo Gomes de Oliveira, arrolado pelo advogado de Arturo Arruda.

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