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Sem efetivo e estrutura para combate

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A latente presença do tráfico de drogas e crescente número de ocorrências envolvendo o crime ganha força com baixo efetivo da Polícia Militar e Polícia Civil no estado. A Polícia Civil do RN dispõe de apenas duas Delegacias Especializadas em Narcóticos (Denarc) – uma em Natal e outra em Mossoró. Entretanto, a Denarc só atua em casos de investigação de tráfico de drogas cuja monta de entorpecentes seja superior a 300 gramas. O efetivo específico não foi divulgado pelo titular da especializada para não prejudicar as investigações.

#SAIBAMAIS#O delegado titular da Denarc, Ulisses de Souza, apontou que a atual estrutura da especializada não é ideal para combater a demanda crescente do tráfico de drogas, mas a delegacia segue investigante, prendendo traficantes e fazendo grandes apreensões de droga.   “Porém estamos trabalhando, desenvolvendo várias operações policiais, sendo realizadas várias prisões de traficante, apreensão de grandes quantidades de drogas. Sendo que além das prisões e apreensões de drogas, também estamos conseguindo através de autorizações judiciais, os sequestros de bens móveis, imóveis e dinheiro dos traficantes, que ficam à disposição da justiça”, disse o delegado.

Recentemente foi deflagrada a operação “Estufa” pela Polícia Civil com o apoio da Polícia Militar. Os presos, cinco homens e uma jovem, são suspeitos de participação em um esquema de tráfico e distribuição de drogas na região metropolitana da capital. Quatorze mandados de busca e apreensão também foram cumpridos nas casas dos suspeitos, onde foram encontradas drogas e objetos adquiridos com o tráfico, segundo a Polícia Civil.

Drogas entram no Estado por estradas

A entrada de drogas no estado potiguar se dá, via de regra, através do transporte terrestre. Os maiores fornecedores de maconha e crack para os traficantes potiguares são os estados do Ceará e Pernambuco. No oeste, elas vão para Mossoró, onde o tráfico é ditado por lideranças do PCC. Em uma menor escala, a droga vem para Natal e é refinada em cidades vizinhas da capital, geralmente em granjas ou casas de muro alto.

A matéria-prima para produção de drogas sintéticas estão sendo confeccionadas em Natal, mas boa parte ainda vem da Europa. Quando chega do exterior, a droga é levada até Curitiba, no Paraná e Florianópolis, em Santa Catarina. “Dessas duas cidades, grande parte entra pelo aeroporto de Fortaleza e outra vêm direto para Natal. Percebemos que a matéria-prima tem sido transportadas para Natal, e as são confeccionadas, como é o caso do Ecstasy”, explicou o titular da Denarc. 

Diferente das outras drogas, grande parte do LSD  chega pronta ao estado. “Tendo em vista que transportar a matéria-prima é muito mais volumoso do que transportar a droga de consumo, o selo-papel”, disse Ulisses. A cocaína, por sua vez, é traficada de países como Bolívia e Peru e distribuídas pelo Brasil através de uma complexa e ampla teia de traficantes que comandam o comércio até mesmo de dentro dos presídios.

O RN é um Estado de divisas vulneráveis ao tráfico de drogas. Sem infraestrutura adequada à fiscalização de embarcações e veículos, em decorrência da falta de barreiras fixas em terra ou nos portos estaduais, a entrada de entorpecentes no solo potiguar é uma operação de risco baixo para os experientes traficantes.

Drogas e mulheres
O mercado do tráfico conta com nova mão de obra. As mulheres de traficantes, que quando são presos “responsabilizam” as mulheres para comandar o tráfico por eles, fora da cadeia. “As mulheres estão se envolvendo cada vez mais. Elas fazem a contabilidade e mantém o comércio ativo mesmo quando os companheiros estão presos”, relata o delegado Ulisses. Conforme investigações da Polícia Civil, as maiores “bocas de fumo” do Estado são mantidas através de diretrizes dadas por traficantes de dentro dos presídios estaduais.

Nem mesmo os menores – geralmente filhos e sobrinhos dos traficantes – escapam da conduta ilícita adotada pelos familiares e acabam sendo usados como transportadores de dinheiro para a compra de drogas ou do próprio entorpecente, para não levantarem suspeitas. Geralmente, segundo a Polícia Civil, elas usam crianças de colo como álibi nas operações.

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