Há quatro meses os ônibus de Nova Parnamirim deixaram de fazer parada na estação de transferência, prejudicando os passageiros. E o que era para ser provisório, acabou tornando-se definitivo.
Para explicar o que aconteceu, a Secretaria de Transporte e Trânsito Urbano (STTU) informou que sua jurisdição é o município de Natal e que para continuar efetuando ligações com usuários da área metropolitana seria necessário um convênio com as prefeituras dos outros municípios e com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do RN.
Segundo o assessor de planejamento da STTU de Natal, Walter Pedro, as estações de transferência em princípio foram projetadas para dar vazão à demanda reprimida de Natal e não da Grande Natal e área metropolitana. Até houve a tentativa de atender essa procura, mas por problemas operacionais a secretária da STTU, Elequicina dos Santos, preferiu dar apoio às linhas municipais.
O secretário de Transportes de Parnamirim, Rossano Taveira, afirmou ser responsável apenas pelos ônibus interbairros de seu município onde Nova Parnamirim se insere. E que a questão concernente ao bairro está sob a responsabilidade do DER.
Quem sofre com isso são usuários como Amadeus Leandro, que afirma ter mais dificuldade para se locomover atualmente já que sua namorada mora em Nova Descoberta e as empresas não possuem linhas que percorram esses trechos. “Quando os ônibus paravam na estação era mais fácil e mais barato. Hoje ou eu pago quatro passagens ou vou até o shopping, pego o circular da UFRN e ando até a casa dela”.
Além dele, a vendedora Larissa Borges, vivendo há cerca de três anos em Nova Parnamirim, reclama da falta de planejamento com as linhas do bairro e arredores, já que para ir até Ponta Negra ela utiliza dois ônibus. “É uma falta de respeito precisar pagar duas passagens até Ponta Negra que é aqui do lado”. Ollyvanna Maria também reclama da atual situação.
O projeto das estações de transferência prevê 12 estações até 2009, sendo que até o fim do ano a expectativa é de instalarem mais cinco, duas na Zona Norte e três na Zona Oeste. Além disso, haverá ampliação no tamanho das estações existentes de nove para 18 metros. “Estamos vencendo empecilhos como o deslocamento entre zona Norte/Sul e zona Oeste/Sul. É um grande benefício para a sociedade quando conseguimos interligar duas regiões com a cobrança de apenas uma tarifa” disse Walter Pedro.
Segundo ele, o que poderia atrasar esse prazo é a legislação que assiste às empresas de ônibus e que não permite ao processo maior maleabilidade. Novas estações denotam remanejamento do serviço atual gerando novas linhas, o que pode também protelar o tempo determinado para a execução de todo o sistema, já que requer licitações.
Para sanar essas lacunas no transporte entre os municípios ao redor da capital, o governo do Estado e o DER estão elaborando o plano diretor na área de transporte municipal. Será um projeto integrado, já em andamento, que vai envolver ônibus urbanos, das áreas metropolitanas e também os trens urbanos. “Se Natal continuar absorvendo as linhas intermunicipais terá sua infra-estrutura sobrecarregada. No entanto, as linhas municipais atuais são capazes de sustentar a demanda de usuários caso sejam criadas nas divisas de município estações de transferência ou terminais de transbordo de passageiros”, explicou, Walter Pedro.
