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Sem medo dos fantasmas

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O principal espaço cultural do bairro do Alecrim, o Teatro Municipal Sandoval Wanderley, fechado há mais de dois anos e cuja responsabilidade de funcionamento é atribuída à Fundação Cultural Capitania das Artes, tem novo novo coordenador: o ator e diretor teatral Costa Filho, o terceiro desta administração municipal.

Diretor participou da primeira montagem local de Pluft, O Fantasminha, com Jesiel FigueiredoCom a difícil missão de contornar dificuldades e reabrir a sala de espetáculos, Filho também comemora 35 anos de carreira em 2011, só que de uma maneira mais tranqüila. À frente da Cia Manacá de Teatro, remonta pela sexta vez o clássico infantil de Maria Clara Machado “Pluft, o Fantasminha”, em cartaz neste domingo (5), às 17h, no Teatro Alberto Maranhão.

Interditado pelo Corpo de Bombeiros e pelo Ministério Público por falta de acessibilidade na entrada e nos banheiros, além da ausência de saída de emergência, o teatro de arena que funciona no prédio número 530 da avenida Presidente Bandeira, depende de outros fatores para atender todas as demandas solicitadas – no térreo, os ensaios da Banda Sinfônica de Natal continuam sem maiores problemas.

Projeto para recuperação

O principal fator a ser superado diz respeito a falta de espaço, pois a única rota para abrir uma saída de emergência esbarra na Escola Estadual João Tibúrcio, que funciona logo atrás do TSW. O outro problema é que a rampa de emergência desembocaria na calçada, onde hoje funcionam cigarreiras. “A Funcarte enviou projeto para o Ministério da Cultura, para recuperação do TSW, no valor R$ 375 mil. Está previsto instalação de um elevador (para acesso de pessoas com necessidades especiais), aquisição de equipamentos, mas precisamos da compreensão de comerciantes da área e do Governo do Estado para reabrirmos  as portas”, avalia.

Terceiro diretor do TSW desde o início da nova administração municipal, Filho está há dois meses no cargo e conta que encontrou o espaço em estado deplorável: “A primeira vez que entrei no Sandoval Wanderley vi que a situação estava bem complicada, mas já começamos a organizar a casa”. Segundo ele, as goteiras afetaram o piso de madeira e as arquibancadas “foram desmontadas para servir como matéria-prima para a construção de um camarim utilizado durante os festejos natalinos”.  As infiltrações foram resolvidas após calafetação da laje (vedação asfáltica), e nosso próximo passo é colocar para funcionar os equipamentos de iluminação e sonorização disponíveis. A intenção da Funcarte é reabrir o teatro até dezembro, quando haverá festa em comemoração ao centenário do Alecrim. “Queremos estar inseridos nessa festa”, planeja. “Espero que possamos voltar a funcionar, pelo menos, para abrigar ensaios de grupos teatrais”, finaliza.

Reencontrando o fantasma Pluft

Ator, diretor, figurinista e cenógrafo, Costa Filho completa 35 anos de carreira em 2011, e volta aos palcos com a clássica história de “Pluft, o Fantasminha”, da escritora Maria Clara Machado (1921-2001). O espetáculo será apresentado neste próximo domingo  (5), às 17h, no Teatro Alberto Maranhão – ingressos à venda na bilheteria do TAM por R$ 30 (inteira) e R$ 15.

Escrito em 1954, o texto já foi encenado pelo potiguar desde os tempos que fazia parte do grupo do saudoso teatrólogo e diretor potiguar Jesiel Fiqueiredo (1938-1994): “Há 20 anos que a Cia Manacá encena ‘Pluft’, e está é nossa sexta remontagem. Cada vez mais aprimorada”, garante. Ele lembra que chegaram a ter uma carta da própria Maria Clara Machado, amiga de Jesiel, autorizando a encenação – “Foi quando estávamos na terceira encenação, agora tivemos que negociar os direitos autorais com a Abramus (Associação Brasileira de Música e Artes), e temos até novembro para dez apresentações de ‘Pluft’ no Nordeste – Fortaleza e João Pessoa já estão agendadas”, disse.

O elenco do “Fantasminha” é formado por Jaira Oliveira, que há mais de 25 anos vive o personagem principal; Mamãe Pluft é interpretada por Clésia Varela; Tio Gerúndio por Stéfano Alves; Costa Filho vive o Capitão Perna de Pau; Thianna Câmara é Maribel; os marinheiros João, Julião e Sebastião encarnados por Lázaro Martins, Biú de Lima e Josélio Nunes, respectivamente. A iluminação é assinada por Keyton Kelly; a sonoplastia de Márcio felipe e a produção executiva de Lula Belmont.

Focada em espetáculos infantis e educativos, a Cia Manacá de Teatro também já marcou presença nos palcos do RN com “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Alladin” “Chapeuzinho Vermelho” e “Bela Adormecida”. Também desenvolve peças educativas nas áreas ambiental, como o espetáculo “Chuá chuá, água não pode faltar”, e de trânsito com a TTT (Turma de Teatro do Trânsito). Ainda apresentou “Negrinha, os contos de Monteiro Lobato”, no período do vestibular de 2010 e deve repetir a dose este ano.

No mesmo balaio de outros grupos teatrais do RN, a Cia Manacá aguarda o pagamento do Festival Agosto de Teatro, de 2010, e do Prêmio Chico Villa de Teatro, de 2009 – ambos da Fundação José Augusto.

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