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Sempre conectados e… curvados demais!

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O smartphone se tornou uma ferramenta comum do dia a dia de bilhões de pessoas em todo o mundo. Facilitando a comunicação através de seus aplicativos, os aparelhos, no entanto, têm sido motivo de adoção de uma má postura da população. Um estudo piloto realizado por alunos concluintes do curso de Fisioterapia da Faculdade Maurício de Nassau, unidade Natal, mostrou que a maioria das pessoas que apresentam amplitude reduzida dos movimentos da cabeça e pescoço além de desalinhamentos na região da coluna cervical (área mais próxima ao crânio), afirma utilizar o telefone celular por mais de duas horas ao dia.
Estudos indicam que 88,9% dos que usam smartphone por mais de duas horas têm amplitude reduzida do movimento do pescoço
#SAIBAMAIS#O trabalho, realizado no final do ano passado por Luadson e Larissa Arouche – estudantes de Fisioterapia – avaliou durante 15 dias um grupo de nove voluntários que, diariamente, preenchiam um cartão memória no qual eles registravam o nível de dor sentida na região do pescoço e também o tempo médio de uso do smartphone. O levantamento mostrou que, em todos os casos, as pessoas utilizavam o aparelho por tempo igual ou superior a uma média de quatro horas diárias.

Anteriormente, os pacientes já haviam sido avaliados pelos pesquisadores em testes de amplitude do movimento. Observou-se que 88,9% dos voluntários apresentavam amplitude reduzida em relação aos níveis normais. Todos relataram sentir algum tipo de incapacidade de leve a moderada. Além disso, ao fazerem uma análise postural, os alunos diagnosticaram que 55,5% das pessoas tinham algum desalinhamento na coluna: cervical anteriorizada (33,3%) que é quando a cabeça fica projetada para frente; cervical posteriorizada (11,1%), com a cabeça inclinada para trás; ou cervical rotada (11,1%) que é a inclinação da cabeça para um dos lados.

“Acreditamos que o uso contínuo do smartphone é uma das principais causas destes problemas na coluna vertebral apontados pelos testes. Além disso, a maior parte dos pacientes relata ter algum tipo de dor ao realizar atividades como escrever ou dirigir”, explica Luadson. Na escala de dor, 66,6% dos pacientes relataram nível de dor moderada e outros 33,3%, nível leve.

O orientador da pesquisa, professor Rodrigo Marcel Valentim, mestre em Fisioterapia com trabalhos na área de Avaliação e Intervenção do Aparelho Locomotor, explica que a longo prazo as queixas relatadas podem evoluir da cervicalgia (dor na cervical) para problemas mais sérios como hérnias de disco, alterações nos ombros e repercussão de lesões para outras regiões da coluna.

Ele alerta que em um mundo onde as pessoas sentem a necessidade de se manterem conectadas o tempo todo e, por isso, utilizam cada vez mais o smartphone são necessárias medidas preventivas para evitar danos à coluna.

“Se não é possível diminuir o tempo diário de uso do aparelho, pode-se reduzir o tempo contínuo. Ou seja, ao invés de utilizar o celular ou tablet por horas seguidas, a pessoa pode optar por fazer pausas. Outra possibilidade é, sempre que possível, elevar o aparelho a uma altura maior evitando a flexão do pescoço para frente”, orienta.

Por fim, ele também recomenda que alongamentos e a prática de exercícios físicos que auxiliem no fortalecimento da musculatura dos ombros e pescoço são fundamentais. Exemplos disso são os treinamentos funcionais, o pilates e até exercícios de força nas academias com foco nesses grupos musculares.

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