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“Sempre fui o bode expiatório”

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Felipe Gurgel – repórter de Esportes

Figura controversa, como ele próprio se define, o empresário Flávio Anselmo foi o responsável pelo futebol do ABC nas três últimas temporadas. Mas, ainda durante a disputa da série B desse ano, renunciou ao cargo de vice presidente do clube. De lá para cá, vem sendo apontado pela torcida como o causador dos atuais problemas financeiros que o alvinegro atravessa atualmente. Além disso, vem sofrendo críticas veladas de dirigentes abecedistas sobre o seu período dentro do clube.
É mentira quem diz que não convive com empresários - Flávio Anselmo, ex-dirigente do ABC
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE procurou o empresário para que ele pudesse se defender das acusações. Flávio Anselmo decidiu falar e contou situações dos bastidores do clube. Falou sobre contratações, dispensas, brigas internas e revelou que se sentiu traído depois que deixou o ABC. Contou também, que não tem mais amizade com o presidente Rubens Guilherme e com Paiva Torres e assume o papel de bode expiatório da torcida.

Como está sua vida, seis meses depois de ter saído do ABC?
Muito tranquila. Estou em paz, passei quase dois anos e meio voltado, exclusivamente ao ABC e depois da minha saída, voltei ao convívio familiar, aos meus negócios e também ao convívio com meus amigos, que de certa forma nos distanciamos quando entramos na direção do clube.

Você disse que está em paz. Não tinha isso no ABC?
Tinha não. Na verdade, não era para eu ter assumido a vice presidência de futebol do ABC e , por amor ao clube, fui dar a minha contribuição e acredito que dei. Conquistamos quase tudo que disputamos, no período em que lá fiquei. Acredito que sempre tive e tenho uma grande rejeição por parte da torcida e por algumas pessoas que não gostavam de mim, pela minha forma de ser e por ser sempre muito direto com o que eu quero e o que penso.

Qual o motivo, em sua opinião, por ter essa rejeição da torcida? Os torcedores acham que você é o culpado pelo atual momento do clube. O que você acha disso?
Essa é uma grande inverdade que imputam para mim.

Você é o demônio do ABC?
Não me acho isso. Em todos os momentos em que fui chamado para ajudar o ABC, eu estava lá e tive sucesso. Em 2007, ajudei o clube a subir para a série B. Em 2010, fomos campeões brasileiros da série C, campeão estadual e vice do Nordeste.

Conquistamos quase tudo. O problema é que, o passado que me foi imposto por alguns indivíduos, principalmente no caso de Wallyson, ficou marcado e nunca consegui me livrar disso. Não queria assumir o cargo, principalmente porque você taxado como empresário de jogador de futebol.

Exerceu seu voto na eleição?
Não. Tinha outros compromissos das minhas empresas, estava em uma convenção em Salvador/BA e por isso não pude participar. E, se aqui estivesse, não iria.

Por quê?
Acho que não faria mais sentido, nada que pudesse me levar ao futebol e também que fosse me envolver com a política do clube.

Alguma chapa procurou você?
Na verdade, não. Alguns amigos me ligaram, para saber das minhas posições, mas, fiquei neutro em dar minha opinião para qualquer que fosse a chapa.

Ainda mantém algum tipo de relacionamento com o presidente Rubens Guilherme Dantas?
Não mais existe e acho pouco provável que venha existir no futuro. Até porque, conversamos depois que sai do clube, sobre algumas contratações, rescisões, mas depois de algum tempo, notei que o presidente estava sendo influenciado por alguns empresários que haviam sido rejeitados por mim, enquanto estava no clube.

Esse empresário seria Alex Fabiano?
Ele tentou colocar alguns jogadores dele no clube, nesse período em que estava lá, mas, eram atletas que eu sentia que não tinham condições de vestir a camisa do ABC. Só um, em todos esses meses que passei no clube, ele conseguiu colocar, que foi o zagueiro Eduardo. Mas, nesse caso, eu já conhecia o jogador, sabia da sua capacidade. Posso usar como exemplo de um jogador que ele quis colocar lá e depois saiu dizendo que foi eu quem quis o jogador: Fábio Neves. Alex Fabiano queria colocar o atleta no clube, de graça, apenas para treinar, aprimorar a forma física e, se por acaso o clube quisesse ficar com ele, acertaríamos o contrato.

O que aconteceu?
Disse que não contrataria, porque o jogador não estava bem, tinha visto alguns jogos dele na Caldense/MG. Aí, esse indivíduo, foi falar para o presidente do ABC, que eu tinha oferecido um salário de R$ 30 mil para o jogador. Como pode uma coisa dessas, se eu, antes, não queria o jogador nem de graça? Isso é uma mágoa que trago do presidente, porque ele não me procurou para saber das informações. Ele ouviu as informações de pessoas que não tinham escrúpulos e tomou aquilo como verdade. Mas, não teve só esse caso. Existiram  vários outros, de empresários que não colocavam jogadores no ABC, porque não tinham qualidade. O empresário pode até ser um crápula, mas, se o jogador tiver qualidade, seria contratado. Até porque, empresário não joga.

Foi verdade que jogadores foram conversar com você, depois que deixou o clube, pedindo a saída de Ademir Fonseca?
Não. Seis jogadores me pediram uma reunião, logo depois da minha saída, para externar a preocupações deles em relação a minha saída e a forma como Ademir Fonseca estava conduzindo o grupo. Fiquei preocupado, porque foram jogadores que tinham uma historia no clube e não queriam manchar essa imagem com um possível rebaixamento. Tinham muitos jogadores que vieram com Ademir Fonseca e Alex Fabiano, que não tinham condições de disputar uma série B de Brasileiro. Alguns atletas não jogaram nenhuma partida sequer. Mas, quero que fique registrada a maior boa intenção do presidente em trazer bons jogadores. Ninguém contrata querendo errar. Mas, eram jogadores que, na minha gestão, não viriam.

Como eram feitas as escolhas de jogadores? Era você quem decidia sozinho?
Sempre era decidido comigo, com o treinador e com Ricardo Morais. O Cléber Romualdo só fazia a regularização de contratos. Era uma análise bem feita. Não concordo que o ABC, nesses dois anos e meio, falhou em contratações, até porque, a base do brasileiro 2012, foi contratada ainda na minha gestão. O Adriano Pardal, o Flávio Boaventura, o Guto, Andrey, Éderson, que foi bastante criticado, mas que salvou o ABC. Infelizmente algumas coisas foram deturpadas. Existem pessoas que usam os meios de comunicação para isso e o torcedor acaba entrando nessa. Sofri muito em determinado setores da imprensa, porque não dava ouvidos a determinados comentários. Tinha um foco que estávamos planejando.

Qual o motivo da sua real saída do ABC?
Quando acabou o campeonato brasileiro de 2011, tomei a decisão de sair do clube, porque não tava mais aguentando algumas pessoas e, naquele momento, conversei com Leandro Campos (então treinador do clube) e disse que não ia mais continuar. Foi quando ele disse que só ficaria se eu ficasse. O Ricardo Morais também me falou isso. Aí, veio a vaidade: assumi um pedido deles. Fomos aconselhados por um grande conselheiro do ABC, quando terminou a série B de 2011, a deixar o clube. Rubens não queria manchar sua imagem com uma renúncia.

Quem aconselhou foi Paiva Torres?
Foi. Mas, optamos por ficar. Esse foi meu grande erro. Era para ter saído naquele período. Rubens ficaria e eu teria deixado o time na série B. Teria tido mais tranqüilidade para gerir minhas empresas esse ano.

Como anda seu relacionamento com Paiva Torres?
Não existe. Na verdade, depois que deixei o clube, não tive mais contato com ninguém da diretoria. Antes existia amizade, hoje não existe mais, porque me senti traído. Estive ao seu lado em todos os momentos. O presidente sempre deu declarações de que fui fiel a ele e ao clube, principalmente em situações quando ajudávamos o ABC financeiramente. Premiações, bichos, tudo isso, era nós quem pagávamos, juntos. Me sinto traído por ter saído do clube e não ter sido ouvido por eles. O presidente fala determinadas coisas, mas, deveria revelar quem são essas pessoas e chame para uma conversa, para sentar e colocar todos os pontos.

Você se sente o bode expiatório do ABC?
Sempre fui. Desde 2007. Sempre fui controverso. Primeiro, nunca me deixei influenciar por nada do futebol. Montamos grandes elencos, subimos de divisão, fomos campeões brasileiros. O América fez uma grande campanha esse ano? Lógico que fez. Mas, ano passado fizemos 53 pontos, e não fiz uma grande campanha. Me macularam com essas coisas, mas, quero que me deixem em paz em relação a time de futebol. Estou ajudando alguns amigos de fora. Consegui alguns clubes para jogadores que gosto, como foi o caso de Basílio. Ajudo todas as pessoas que me procurarem, com exceção aos clubes de Natal.

Colocou dinheiro no ABC?
Coloquei sim e não vou tirar nunca. De clube, ninguém tira. É uma grande falácia, quem diz que tira dinheiro colocado em clube de futebol. Não vou cobrar nunca. Mas, as minhas empresas vão cobrar algumas coisas que temos a receber do ABC.

Você tinha algum tipo de relacionamento com jogadores, em relação a contratos, acertos por fora?
Não tive e nunca vou ter. Primeiro, porque é antiético. Como é que vou cobrar de um jogador, se tenho alguma coisa por fora com ele? Segundo, você está dando uma margem ao jogador de não puni-lo.

Washington foi uma decepção para você?
Como atleta, foi. O ABC, com as saídas de Cascata e Leandrão, que tinha acertado comigo para continuar no clube para 2012, com um salário de R$ 50 mil e depois decidiu ir para a Ponte Preta/SP, ficamos sem centroavante. Começamos a procurar jogadores e chegamos ao nome de Washington, que poderia nos dar a segurança que o Leandrão nos deu. Fizemos uma reunião na empresa de publicidade Ratts Ratis, que administrava o marketing do clube, onde estava o presidente Rubens Guilherme, Pedro Ratis, Augusto Azevedo, Wilson Cardoso e Bruno Giovanni, quando apresentei o nome de Washington para assumir a postura midiática que tínhamos com Cascata e Leandrão. O salário era de R$ 46 e o presidente disse que pagava a metade do salário e o clube pagava o restante. O contrato foi feito de dois anos, porque não queríamos perder o jogador, como perdemos o Leandrão. O problema foi que o jogador começou bem, fazendo gols contra o América e depois não rendeu. Agora, se o atleta, tecnicamente, não correspondeu o dirigente não tem culpa.

Você disse que depois desse jogo contra o América, as pessoas lhe parabenizaram pela contratação de Washington e depois sumiram? Essa falsidade machuca?
Machuca sim. E muito. Mas, é do futebol. Temos que conviver com isso. Não conseguimos agradar todo mundo. Tenho vários amigos no futebol, fora do Estado. Mas, mesmo assim, tive a coragem de assumir a vice presidência de futebol.

Como foi montado o planejamento do ABC para a Série B deste ano?
Tínhamos um orçamento de R$ 650 mil, mês, para montar um time e resolvi fazer um time de R$ 350 mil, porque o clube estava devendo e não tínhamos como pagar o valor inicial. Era preferível ter uma folha menor, mas, pagando em dia, do que ter uma folha alta e com risco de atrasar e ver o time ser rebaixado. Queria também, falar um pouco sobre o que estão dizendo em relação as dívidas do ABC. O presidente disse que o clube deve cerca de R$ 1,5 milhão. Ao final da série B de 2011, o ABC devia três folhas de salários. Renegociamos com os jogadores e dividimos tudo em cinco vezes. A dívida do clube vem desde 2011. Estávamos administrando dívidas. Não existe clube, no Brasil, sem dívida. Vi algumas entrevistas recentes do presidente, falando que vai deixar o ABC sem dívidas. Acredito muito na palavra dele e torço por isso.

É difícil formar um time competitivo com uma folha salarial tão baixa?
Competitivo não, mas para brigar para subir, é quase impossível. Os times que subiram esse ano, tem folhas superiores a R$ 1,5 milhão. Não tem como competir. E, não é só a folha, tem ainda as premiações.

E tem que pagar?
Se não pagar premiação, o clube não vai para canto nenhum. Jogador de futebol, no Brasil, seja em qualquer série, é voltado para as premiações. Historicamente é assim e não tem como se mudar. Outra coisa que não se muda é bom jogador. Todos eles têm empresários.

Como assim?
Todo bom jogador tem empresário. É mentira quem diz que não convive com empresário. Você tem que conviver, porque todo jogador tem, pelo menos, um empresário. Bom jogador tem, agora, jogador ruim não. Ninguém quer. E o negócio é o seguinte: jogador bom só vem se tiver o primeiro salário adiantado. Segundo, tem que ter a comissão do empresário. Soube que, depois que Rubens assumiu o futebol do clube, ele pagou comissão aos empresários. Não tem jeito, tem que pagar. Agora, colocar jogador ruim e ainda cobrar comissão é demais. Mas, a culpa não é dele. Eu errei em alguns casos. O dirigente não acerta em tudo. Se acertasse em tudo, era treinador da seleção brasileira.

Como você vê a atuação do marketing do ABC?
Depois da saída de Alan Oliveira (ex-consultor de marketing do clube), a coisa desandou. Você faz um orçamento pautado em cima do marketing que não existiu em 2012. Trabalhamos muito em cima disso. Voltando para 2011, combati muito, com a ajuda do Leandro Campos, a ideia que foi vendida de que iríamos fazer um time para brigar por uma das vagas para a série A. Sempre dizia, lá dentro, que não tínhamos condição, nem time para subir. Isso iria me afetar dentro do futebol. O torcedor esperava um elenco, pautado pela Timemania, que diziam que o clube recebia R$ 200 mil e na verdade não chegava a R$ 100 mil, esperando grandes contratações, se não tínhamos dinheiro para isso. O que fizemos foi pagar boas premiações. Contra o Icasa/CE, pagamos R$ 75 mil aos jogadores.

Quem participava dessas premiações?
Apareciam pessoas que queriam participar, fechávamos as premiações, bichos por jogos, como essa do Icasa/CE, e na hora, arrecadavam apenas R$ 6.500. Aí, quem tinha que arcar com tudo era eu, Rubens Guilherme e Paiva Torres. E com jogador não tem conversa, tem que pagar, senão, no outro jogo, não ganham. Já levei dinheiro em espécie para pagar.

Se não pagar, o time perde?
Não é bem assim. Existem três momentos diferentes: início, meio e fim de campeonato. Quando você estabelece algumas metas, como subir, por exemplo, e não consegue alcançar, você já muda o foco e tem que pagar premiações para não ser rebaixado. Aí, começa todo tipo de negociação com os jogadores. Não sei como foi esse ano, mas, o clube, graças a Deus, continuou na série B.

Durante esse tempo, que você passou no ABC,  como era o ambiente no clube?
O clima era bom, não tinha briga. O que existia era uma pressão muito grande de torcedor, imprensa, mas, isso é normal. Após a minha saída, o grupo ficou dividido. Era um grupo dos jogadores que já estava aqui e os que vieram com Alex Fabiano e Ademir Fonseca. Esse foi o grande problema, a chegada dos forasteiros lá de não sei de onde, que esses dois trouxeram.

Teria demorado a demiti-lo?
Ademir Fonseca? Não mesmo. Teria feito com ele a mesma coisa que fiz com Guto Ferreira, no ano passado. Ele ficou apenas três jogos. Quando senti que o clima não era bom, que ele tinha perdido o grupo tinha mandado ele embora.

A família sofre?
Demais. Minha filha não quer ouvir falar de ABC. Quando eu saí, foi uma festa em casa. Fizeram churrasco e tudo mais. Minha família nunca quis isso. A vida de dirigente é a pior que existe. Na verdade, dirigente não tem vida. Primeiro, ele chega no estádio antes do jogo. Se o time perde, ele só pode sair depois que a torcida vai embora. Fora os xingamentos na Rua, indagamentos, como se o clube vivesse em rios de dinheiro. Quando você entra no meio do futebol, você faz um pacto com Deus ou com o diabo.

Você fez com qual?
Com Deus, porque ele me protegeu muito.

O diabo fica do lado?
O tempo todo. Mas, ainda bem que consegui descobrir quem eram os diabos. Quem tem a cabeça fraca acaba indo pelo caminho errado. Agora, tenho absoluta certeza, consciência limpa de que não fui para o diabo.

Existem pessoas que jogam contra o clube ou contra o presidente?
Pode ter sim, contra a direção. No ABC tem isso. Tem gente que diz que não é opositor, mas quer ver o ABC perder. Quando eu estava lá, sabia que tinha gente que torcia pelo time perder e poder me criticar.  Mas, eles tiveram que esperar dois anos e seis meses para me ver perder.

Agora, quero dar um depoimento. O treinador do ABC para a série B seria Ricardo Dubrusky. Mas, liguei para ele e disse que ele não viesse, porque o time não estava bem, e não queria ter que demiti-lo depois de oito jogos. E foi o que acabou acontecendo com Márcio Goiano. Não tinha como acontecer diferente.

As derrotas para o América foram fundamentais?
Com certeza. Aquilo atrapalhou e muito, assim como em 2007. Aconteceram alguns erros, internos. E, quando perde, é comissão técnica e dirigentes os culpados.

Se tivesse no ABC, teria aceitado participar de mais um mandato?
Não continuaria jamais. Já queria sair em 2011.

Participou das rescisões contratuais?
Depois que saí, aconteceram alguns erros. Colocamos alguns jogadores na geladeira, como Berg, Carlinhos Santos, Washington, Murilo e Léo Gamalho, para forçar uma saída deles. Mas, dispensaram os jogadores com uma situação quase resolvida. Não teria contratado uma boa parte dos jogadores que aqui estiveram que não tinham condições de disputar uma série B. Mas, ele quis acertar, tenho certeza.

Algum jogador do ABC era empresariado por você?
Absolutamente nenhum. Não tinha e nem quero ter. Isso é mais um fato que imputam a mim, de que eu era empresário de jogador do ABC. Pode listar todos os atletas que passaram pelo clube nesses últimos anos e veja se tenho ligação com pelo menos um deles. Nunca tive relação promíscua com jogador.

Como eram feitos os contratos dos atletas?
Todos participavam inclusive o presidente (Rubens Guilherme Dantas). Eu, o Ricardo (Morais, ex-superintendente de futebol do ABC) e Cléber Romualdo (gerente de futebol), em quem resolvíamos essa questão dos contratos. O presidente sabia de tudo, já que ele em quem assinava dos contratos dos atletas.

Isso que falam de você, que tinha acerto com jogadores, então é mentira?
Uma grande mentira. Mais uma que colocam o meu nome no meio. Por isso que abandonei o futebol definitivamente. Não estou indo ao estádio, só assisti a um jogo da série B depois que deixei o clube e pela televisão. Já pedi até ao meu sócio que venda minha parte no camarote que temos lá no Frasqueirão.

Mas, ainda torce pelo ABC?
É muita mágoa e por isso ainda não sei.

Da onde vem essa mágoa? É da torcida, da diretoria, do não reconhecimento?
Na verdade, fiquei chateado porque esperaram eu sair, para falar coisas que não falavam para mim, enquanto estava lá. Quando a pessoa está fora do futebol, fica indefesa, em relação a algumas coisas que surgem. Quero até a agradecer a essa oportunidade que estou tendo. Recebi algumas ligações de outros veículos de comunicação, mas não achava certo falar antes da eleição para presidente. Como vocês me procuraram depois da eleição, que fique claro que não fui eu quem pediu essa entrevista, decidi falar. Qualquer declaração que pudesse dar antes da eleição, poderia ser entendida de uma forma errada. Poderiam pensar que seria uma entrevista com cunho político. E essa não é.

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