“O mercado ficou mais exigente. Quando os empresários dizem que falta qualificação, na verdade eles querem dizer que faltam conhecimentos técnicos, conhecimentos específicos da área de atuação e competências comportamentais”, analisa Lígia Silva, gerente de diretrizes educacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
Para evitar que mais currículos sejam engavetados ou descartados, a instituição criou dois cursos voltados para quem está fora do mercado de trabalho e deseja ‘abocanhar’ uma vaga temporária de fim de ano. Os cursos começaram na última semana e custam entre R$ 50 e R$ 100. A expectativa é formar 350 pessoas até o final do ano.
#SAIBAMAIS# O Senac tem formado, em média, 30 mil pessoas por ano. Boa parte delas em áreas ligadas à Gestão e Negócios. O número de matrículas subiu 4,6% e o de cursos ofertados, 12,3% entre 2010 e 2013. Ainda assim, a entidade sentiu necessidade de atender a esse público específico. “Acompanhamos sempre os cenários do mercado e percebemos que existia essa necessidade”, afirma Lígia.
A falha na qualificação, observa a gerente de diretrizes educacionais do Senac, não está apenas no ensino profissionalizante. Está no ensino básico. “O empregador muitas vezes quer um profissional que tenha raciocínio lógico e boas noções de português e não encontra”, afirma Lígia Silva. Carências que acabam abrindo espaço para a precarização das condições de trabalho.