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Senado abre debate público sobre direito de greve

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Brasília (Ag. Senado) – A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza nesta segunda-feira audiência pública para debater o direito de greve no Brasil. O requerimento para realização da audiência foi apresentado pelo presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS). Os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Pedro Taques (PDT-MT) estão entre os debatedores. O representante paulista é autor do PLS 710/2011, que disciplina o exercício do direito de greve do setor público, previsto no inciso VII do artigo 37 da Constituição. Já o parlamentar por Mato Grosso é o relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Diferentemente das demais categorias que entraram em greve reivindicando melhorias salariais, policiais federais decidiram manter o movimento, mas o Ministério da Justiça  avisou que não vai tolerar boicote a operações contra o crime organizadoEm recente entrevista à Agência Senado, Aloysio Nunes afirmou que, passados 24 anos da promulgação da Constituição, o Congresso Nacional ainda deve ao país uma lei que regulamente a realização de greves no setor público. Seu projeto, segundo ele próprio, trata dos limites que devem ser mantidos e também cria mecanismos de negociação.

Na entrevista, o senador cobra também a edição de um decreto, pela Presidência da República, que incorpore ao direito brasileiro os termos da Convenção 151, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Lembrou ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF), na ausência da lei, determinou que seja aplicado, no que couber aos servidores públicos, as disposições contidas na Lei 7.783/89, que disciplina o direito de greve no setor privado.

Paulo Paim também é autor de dois projetos que regulamentam o direito de greve nos setores público e privado. Os Projetos de Lei do Senado (PLS) 83/2007 e 84/2007 tramitam em conjunto e já foram aprovados na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde tiveram como relatora a senadora Ana Amélia (PP-RS). As propostas agora aguardam designação de relator na CCJ.

Em recente pronunciamento, Paulo Paim explicou que o PLS 83/2007 define os serviços ou atividades essenciais, para os efeitos do direito de greve, previstos no parágrafo 1º do artigo 9º da Constituição. Já o PLS 84/2007 define, para os mesmos efeitos, os serviços ou atividades essenciais previstos no inciso VII do artigo 37 da Carta. No pronunciamento, Paim afirmou que, como a ementa do PLS 84/2007 é similar à do PLS 710/2011, ele entende que essas propostas devem ser apensadas e submetidas ao reexame da relatora na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Além dos dois senadores, foram convidados para o debate na CDH José Milton Maurício da Costa, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal; Cledo Vieira, coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União; Janine Vieira Teixeira, coordenadora-geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação nas Universidades Públicas Brasileiras; Marinalva Silva Oliveira, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior; Álvaro Sólon de França; presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil; Marcos Vinicio de Souza Wink, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais; Rodrigo Brito, presidente da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal; e Paulo Barela, membro da Secretaria-Executiva Nacional da Central Sindical e Popular CSP-Conlutas.

Após a audiência, a Comissão vota requerimento também de Paulo Paim solicitando realização de audiência pública para debater “a precarização do trabalho no Brasil, abordando a terceirização, o Simples Trabalhista e a reforma da CLT” – Consolidação das Leis do Trabalho. De acordo com o requerimento, os nomes dos convidados serão enviados posteriormente para a secretaria da comissão.

Cardozo anuncia punição a grevistas da Polícia Federal

Brasília (AE) – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, advertiu que o governo não vai tolerar abusos de policiais federais em greve contra os direitos da população, nem boicote a operações de combate ao crime organizado. “Em caso de abusos, aplicaremos a lei, para que, do ponto de vista de sanções administrativas e outras, se aplique as punições devidas”, disse ele. “Seremos rigorosos no controle do ponto”, avisou.

A declaração foi uma resposta à decisão dos agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, que decidiram manter a greve iniciada em 7 de agosto e partir para o confronto com o governo, com ações de boicote a atividades de inteligência, planejamento e outras que exigem habilidades de nível superior, pelo que alegam que não são remunerados. Isso inclui análise de interceptações, infiltração e investigações complexas de crimes financeiros.

Em entrevista após a posse do ministro Félix Fischer como novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cardozo explicou que o governo vai continuar respeitando o direito de greve e de reivindicação dos policiais, mas observou que boicote é crime e não será tolerado em nenhuma hipótese. “Boicote é abuso de poder, é punível pela lei”, afirmou. “Tenho certeza que o policial verdadeiro, que presta juramento de servir ao País e ao cidadão, nunca irá boicotar operações necessárias para que possamos combater o ilícito”

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