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Senado homenageia Dom Nivaldo

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O Senado prestou homenagem, “in memoriam”, ao centenário de nascimento de Dom Nivaldo Monte. Arcebispo de Natal entre 1967 e 1988, dom Nivaldo faleceu em 2006 aos 88 anos de idade. Durante a sessão especial, o plenário ficou lotado de representantes da Igreja Católica, da sociedade e do meio acadêmico do Rio Grande do Norte. Os três senadores da bancada do RN – Garibaldi Filho, José Agripino e Fátima Bezerra – participaram da homenagem.

Durante a sessão solene no Senado, autoridades e parlamentares destacam a preocupação social do ex-arcebispo de Natal

Durante a sessão solene no Senado, autoridades e parlamentares destacam a preocupação social do ex-arcebispo de Natal

Dom Nivaldo ingressou ainda adolescente no Seminário de São Pedro, em Natal, sendo ordenado padre em janeiro de 1941. Depois realizar serviços religiosos em São Gonçalo do Amarante e Goianinha, foi transferido para Natal onde engajou-se nas causas sociais, como assistente do Secretariado Arquidiocesano de Ação Social, a partir de 1946. Entre os anos de 1965 e 1988 foi Arcebispo de Natal. Antes, foi bispo auxiliar de Aracaju (SE) e administrador apostólico em Natal.

“A maior e melhor homenagem que podemos prestar a Dom Nivaldo é relembrar sua história e o legado que ele nos deixou. Afinal, estamos falando de alguém que dedicou uma vida inteira aos ensinamentos contidos no Evangelho e à busca incansável por dignidade, especialmente para o povo mais carente do nosso querido Rio Grande do Norte”, afirmou a senadora Fátima Bezerra, primeira signatária do requerimento que propôs a homenagem.

Durante a sessão, o senador Garibaldi Filho destacou que, em seu brasão episcopal, Dom Nivaldo Monte trazia a inscrição extraída da Carta de São Paulo aos Filipenses: “Para mim, o viver é Cristo”. Segundo o senador, a frase ajuda a compreender a escolha feita pelo religioso de uma vida de entrega e doação à fé e aos mais necessitados. “Conheci Dom Nivaldo de perto, não só na generosidade de sua amizade, mas também porque ele já era o arcebispo quando tive a ventura de ser Prefeito de Natal”, afirmou.

Ainda na década de 1940, segundo Garibaldi Filho, Dom Nivaldo, participou – com o depois cardeal Dom Eugênio Sales e outros membros do clero natalense – do que se convencionou chamar de Movimento de Natal. O grupo foi responsável por diversas ações sociais na Arquidiocese, como a Campanha da Fraternidade, e a fundação da Rádio Rural de Natal, no ano de 1958. “Também é dessa época, e com sua dedicada e inteligente participação, o trabalho de sindicalização dos trabalhadores rurais, e a denúncia corajosa da perversa indústria da seca”, acrescentou Garibaldi Filho.

O senador José Agripino enumerou qualidades de Dom Nivaldo, como o temperamento conciliador e afável. “Ele era o pastor, era um homem caridoso, era um homem de fé e era um homem acima do seu tempo”, testemunhou. Agripino lembrou que, ao deixar o arcebispado, Dom Nivaldo foi morar na Granja do Clero, em Emaús, onde exerceu sua vocação de botânico. “Nada mais justo do que o Parque da Cidade de Natal, um parque com mais de 100 hectares, que preserva as dunas, que preserva parte da Mata Atlântica, ter recebido o nome de Dom Nivaldo Monte pela generosidade e pelo reconhecimento do Prefeito Carlos Eduardo, para imortalizar D. Nivaldo”, disse.

Também participaram da homenagem Roberto Monte (representando a família de Dom Nivaldo), o cônego José Mário de Medeiros (representando a Arquidiocese de Natal), a reitora da UFRN, Ângela Maria Paiva Cruz, e o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça José Augusto Delgado (representando a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras), entre outras autoridades.

O cônego José Mário de Medeiros afirmou crer que dom Nivaldo, se vivo fosse, estaria muito apreensivo com a atual situação social do país. “Ele sentia uma dor pessoal quando percebia que o povo estava perdendo até a esperança no futuro”.

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