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Sentimento patriótico está nas lojas

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FEBRE AMARELA - A camiseta da seleção tem sido a mercadoria mais procurada

O clima da Copa do Mundo embala a paixão brasileira pelo futebol despertando o sentimento patriótico que parece só existir de quatro em quatro anos. Uma verdadeira epidemia verde e amarela toma conta de ruas, casas, bares e vitrines de lojas. O evento esportivo, além de promover o entretenimento da população também se transforma em um grande filão de mercado para vários produtos.

Camisas da seleção e roupas com temas bordados em verde e amarelo, bandeiras do Brasil para carro, cornetas, apitos e televisores de telas maiores são os produtos mais comercializados. Existem, também, alguns artigos que não têm afinidade com a temática, mas os comerciantes entram no clima, enfeitam as lojas e oferecem brindes alusivos ao mundial, tudo para conquistar o consumidor.

Segundo Adelmo Freire, Superintendente do Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), todos os segmentos que atuam com o tema estão muito satisfeitos. Ele explica que o diferencial dessa Copa em relação às passadas é o otimismo do brasileiro que está muito forte. Por isso, desde o dia das mães o comércio vem promovendo o mundial transformando em coadjuvantes o dia dos namorados e as festas juninas, boas datas para consumo. “Números precisos sobre o impacto da Copa nas vendas não temos ainda, somente no fim de junho, quando acontecerá o fechamento das contas poderemos fazer um comparativo com o mesmo período do ano passado, mas podemos afirmar que o comércio não tem do que reclamar. Para se ter uma idéia, já está faltando papel verde e amarelo e o estoque de camisas oficiais da seleção está acabando.  A circulação de pessoas à procura de camisas, bonés, chaveiros e aparelhos de televisão acabou gerando um consumo agregado. Outro segmento que também está comemorando é o de bares e restaurantes que estão registrando um aumento no consumo de bebidas. E, conforme o Brasil for avançando no mundial, a tendência é aumentar o consumo”, disse Adelmo Freire.

Diante de um gol pouco convincente contra a Croácia, o Brasil pode até não ganhar a Copa, mesmo assim os comerciantes do setor de eletroeletrônicos vão fazer a festa com o item campeão de vendas deste ano: a televisão. Neste segmento, a sensação do momento é a tv de plasma, com alta qualidade de imagem e seus tamanhos de tela extravagantes. Mas a grande campeã será a tv de 29 polegadas. “O consumidor está respondendo bem e há uma expectativa de melhorar mais ainda. Esperamos fechar o mês com acréscimo nas vendas de 20% a 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Estamos trabalhando a temática da Copa desde o dia das mães. As tvs de 29 polegadas estão dominando as vendas”, explicou Leonardo Luís Santos, gerente da Loja Insinuante.

Mercado informal festeja

O mercado informal também está lucrando com a Copa do Mundo. Bonés,  pulseiras, Cds e DVDs alusivos ao mundial, lenço para a cabeça, ligas para prender cabelo, cangas, toalhas, cornetas, apitos e, principalmente, réplicas da camisa da seleção brasileira são comercializados nas calçadas, nas praias e nos camelôs da cidade.

Nesse segmento do comércio, as camisas que imitam o uniforme da seleção brasileira são os produtos mais vendidos. O preço varia entre R$ 10,00 e R$ 25,00, no caso da réplica da peça original comercializada nas lojas esportivas por R$ 180,00, chega a sair por R$ 30,00 nos camelôs.

Segundo Cléscius Guarines, comerciante do Shopping popular do Centro, as vendas de bonés, camisas, e apitos já representaram um incremento de 50% nas vendas chegando a estancar a saída de outros produtos comercializados em sua banca. “O movimento estava fraco, mas com a chegada da Copa melhorou. Tanto que está faltando buzina e corneta e as camisas amarelas também estão acabando. O pessoal está empolgado, está comprando e eu estou ganhando dinheiro. As vendas melhoram com a proximidade dos jogos do Brasil, pois as pessoas deixam para comprar na última hora”, disse.

No Alecrim, tem banca de camelô que já não dispõe de camisas da seleção. Para Criseuda de Assis Freire, as vendas da Copa deste ano não poderiam ser melhores. “Não tenho mais camisa. Da metade do mês passado até a última quarta-feira cheguei a vender uma média de 300 camisas. O bom é que além da camisa, o freguês sempre leva um artigo a mais”, disse Criseuda de Assis.

O movimento andou esfriando, devido ao último resultado do time brasileiro, mas pode crescer novamente hoje dependendo do resultado. Por isso, o fornecedor Valdemiro Carlos de Souza alerta aos consumidores para a falta de camisas amarelas e não tem previsão de um novo fornecimento, já que está faltando tecido de malha amarela no mercado.

Bonés que fazem a cabeça do torcedor

Seja na cabeça de vendedores, distribuídos como brindes ou adquiridos nas lojas ou em camelôs, outra peça de consumo bastante comercializada nesse período de Copa do Mundo são os bonés.

E nesse segmento, o Rio Grande do Norte também é responsável por deixar o brasileiro com a cabeça na Copa através da produção de bonés no pólo produtor do Seridó, segundo maior do país. As fábricas que geram cerca de mil empregos diretos tem como certo 90% de sua produção destinada a outros estados brasileiros. E as encomendas para o período da Copa garantiram um acréscimo de 50% na produção.

Segundo o empresário Francisco Rômulo de Oliveira, a sua empresa, considerada de pequeno porte, produzia uma média de 700 bonés por dia e aumentou, nos últimos dois meses para mil peças diárias. “O Mundial serviu para tirar a corda do pescoço, pelo menos este ano. Já que não vamos ter encomendas para as campanhas políticas, que foram proibidas pela Justiça Eleitoral. Mesmo assim, os números da produção para a Copa são bons. Vamos fechar o mês com uma produção de 20 a 30 mil peças. Temos oito funcionários fixos e tivemos que contratar mais 10 para dar conta do serviço”, informou Francisco Rômulo. O empresário Adácio Medeiros também confirma o aumento na produção e as contratações. “Não é um período tão bom quanto a política, mas as encomendas estão aparecendo e devem continuar enquanto o Brasil estiver bem na competição”, disse.

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