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‘Serial killer do DF’ tem uma extensa ficha criminal

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Acusado de matar uma família de quatro pessoas, Lázaro Barbosa, de 32 anos, conhecido como “serial killer do Distrito Federal”, tem uma extensa ficha criminal. Antes de ser acusado pelo assassinato da família Vidal Marques, no dia 9, Lázaro cumpriu pena por estuprar uma mulher, em 2009.
Policiais se mantêm mobilizados para capturar Lázaro Barbosa, suspeito de assassinatos em série e de matar quatro pessoas de uma família
O ato de violência ocorreu no mesmo córrego onde ele deixou o corpo de Cleonice Marques de Andrade, mãe da família morta na zona rural de Ceilândia, cidade satélite de Brasília. Um aparato de mais de 200 policiais, acompanhados de cães farejadores, tenta capturá-lo há dez dias.
“Ele gosta de violentar mulher. O negócio dele é com mulher, a raiva é com mulher”, disse a uma vítima de Lázaro, sob a condição de anonimato. “Eu me mudei, minha família vendeu a chácara. Vi até pela Polícia Civil que ele voltou atrás da gente depois do ‘saidão’. Não era para estar solto”.
Lázaro e o irmão Deusdete invadiram a chácara onde a mulher, que na época tinha 19 anos, morava com a família. Não acharam dinheiro, mas levaram a vítima para o córrego e a estupraram. Deusdete morreu há cinco anos.
A mulher afirmou que Lázaro tem um comportamento frio. “Frieza mesmo, bem meticuloso. Ele é bem cruel, é um bárbaro e torturador”, descreveu. “O negócio dele é dinheiro, celular, mas ele aproveita. Gosta muito de humilhar as vítimas. Tem um pouco da questão da psicopatia, gosta de subjugar mulher e tirar moral”.
Ao saber que Lázaro cometeu mais crimes e continua foragido, a vítima disse sentir muito medo e não escondeu estar aterrorizada. “Minha ansiedade voltou, meu corpo fica gelado e tremendo. É inacreditável que soltaram um maníaco desses, sequestrador, estuprador e torturador”, protestou.
O irmão de Lázaro, de acordo com a vítima, parecia mais perigoso. “O tanto de maldade que fizeram com a gente… O irmão dele na época mandava mensagem o tempo todo, (dizendo) que ia me matar. É muito inacreditável”.
Lázaro foi preso em 2009, mas conseguiu fugir do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, em 2016. À época, não retornou da saída temporária de Páscoa. Em 2018, ele foi detido novamente, desta vez em Águas Lindas de Goiás, mas escapou da prisão poucos meses depois.
“Na última vez, ele foi colocado em um saidão, mesmo tendo essas características registradas, e não retornou. É necessário, sim, que a gente passe pelo menos por uma reflexão, reformulação da norma para que isso não volte a ocorrer”, declarou o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Marques.
O homem que a Polícia persegue é acusado de matar, a tiros e facadas, três pessoas na zona rural de Ceilândia. Os mortos eram Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos Gustavo Marques Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15.
O foragido também é apontado como responsável pelo sequestro da mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos. O corpo dela foi encontrado no último dia 12 à beira de um córrego, o mesmo do estupro de 2009.
“Ela foi morta no começo e eu fui violentada quase no final do córrego”, contou ao Estadão a vítima do crime cometido há 12 anos. “Depois que a Cleonice morreu, fiquei bem abalada. Mexeu muito comigo”.
Nascido na cidade baiana de Barra do Mendes (BA), a 530 quilômetros de Salvador, Lázaro também já respondeu a um processo por homicídio, na cidade natal, quando tinha 20 anos. 
Não é a primeira vez que Lázaro Barbosa de Sousa, conhecido como “Serial Killer do Distrito Federal”, mantém a polícia no seu encalço por dias. O homem, que hoje está sendo procurado por 200 agentes de segurança no interior de Goiás, também conseguiu escapar de cercos após ser acusado de homicídio no ano de 2008 no povoado de Melancia, no município baiano de Barra do Mendes, a 540 quilômetros de Salvador. 
Segundo o secretário da Agricultura de Barra do Mendes, Roberto Willian Alves de Sousa Gabrielli, à época dos crimes no município baiano, Lázaro conseguiu despistar a polícia durante 15 dias sem sair da região. O criminoso só foi preso porque se entregou, mas fugiu da cadeia dez dias depois, contou Gabrielli. “Ele matou um morador das 5 para às 6 da manhã, depois foi atrás do outro. Bateu na porta, chamou, e quando o morador abriu, atirou nele.”
Conforme Gabrielli, Lázaro deixou o local do crime calmamente e se embrenhou no mato. “Ele ficou 15 dias escondido no mato e na copa das árvor
es. Ele mesmo contou que a polícia passava por baixo e não o via. Usou inclusive a tática de colocar a sandália de trás para frente para confundir os policiais. Ele é mateiro, conhece a região, sabe como se enfiar em buracos e se camuflar no mato.”
Durante o período em que era procurado, Lázaro invadiu a fazenda de um produtor rural e furtou uma espingarda, conta Gabrielli. “Quando resolveu se entregar, ele voltou à fazenda do ‘seu’ Alberique e devolveu a espingarda. Estava com o pé inchado, pediu comida, suco, café e depois pediu ao fazendeiro que o levasse até a delegacia, pois queria se entregar”, disse. “Ficou preso uns dez dias, depois fugiu.”
Gabrielli, morador de Barra do Mendes, conta que as mortes ocorreram após uma tentativa de estupro. “O vizinho foi ver o que acontecia e ele deu um tiro de espingarda no peito”, lembrou. O sitiante Pedro Oliveira é irmão da primeira vítima de Lázaro, José Carlos Benício de Oliveira, o ‘Carlito”, assassinado em novembro de 2008. 
Ele contou que o irmão deu proteção a algumas mulheres assustadas, depois que o “serial killer” tentou estuprar uma moradora. “O Carlito foi ver com ele o que estava acontecendo, e ele levantou a espingarda e atirou à queima roupa.”
Pedro conta que estava em uma roça quando ouviu o tiro e foi verificar, encontrando Carlito caído em uma poça de sangue. “Ele ainda estava vivo quando botei no carro, mas não deu tempo de salvar.” Em seguida, Lázaro teria recarregado a arma e ido à casa de Manoel Desidério, outro morador do bairro, que acabou morto com um tiro de espingarda.  
O povoado rural de Melancia, a oito quilômetros da área urbana de Barra do Mendes, tem algumas dezenas de casas e os moradores estão assustados. O receio é de que o chamado serial killer, caçado pelas polícias do Distrito Federal e Goiás, acusado de uma série de crimes que inclui o assassinato de quatro pessoas da mesma família, resolva se esconder por ali. “A família dele tem algumas terras por aqui e parece que ele andou falando de voltar para cuidar do que seria dele”, disse Pedro.
Na vila, os moradores não escondem o medo. Romilson ‘Melancia’, dono de uma funilaria, disse que não é momento de falar sobre o passado das pessoas. “Na época dos fatos eu não estava por aqui e acho melhor não falar nada.” O servente escolar Carlos Mendes também preferiu não se estender ao ser perguntado sobre o serial killer. “Ele foi embora da vila faz muito tempo e estamos em paz aqui. É melhor não mexer com isso agora, quem sabe o que as pessoas têm na cabeça”, disse.

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