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Serra critica situação das rodovias

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Belo Horizonte (AE) – O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou ontem a situação da malha rodoviária federal brasileira, afirmando que o País está cheio de “estradas da morte”. Serra também atacou o que chamou de loteamento político no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e se disse favorável a uma negociação para a estadualização de BR’s, com o repasse integral para os Estados dos recursos arrecadados com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – cobrada sobre o consumo dos combustíveis.

José Serra aponta que Dnit, no atual Governo, não tem planejamento e atua apenas por critérios político-partidáriosEm visita a Belo Horizonte, onde participou do programa “Minas Urgente”, da TV Bandeirantes, o candidato tucano afirmou que nos últimos oito anos o governo arrecadou por meio da Cide aproximadamente R$ 65 bilhões, mas apenas 1/3 deste montante teria sido gasto em investimentos nas BR’s. Segundo ele, de cada 10 rodovias federais, oito estão “esburacadas”. “Das estradas federais, de cada 10, oito não tem condições de operar. Está cheio de estrada da morte por todo lugar”, afirmou Serra, para quem o atual “modelo federal não funcionou”.

Conforme o candidato tucano, o Dnit é um órgão que atua sem planejamento e “por critérios puramente político-partidários”. Segundo ele, “totalmente loteado entre políticos”, o órgão “serve para atrapalhar”. “Então, a prioridade deixa de ser o interesse nacional, público, etc e passa ser o interesse político daqui ou dali. Isso comigo vai acabar”, prometeu.

No primeiro compromisso da visita a Minas, Serra elegeu o tema estradas como parte de sua estratégia de se comprometer com demandas históricas do Estado, o segundo maior colégio eleitoral do País. Com 10 mil quilômetros de estradas federais, Minas possui a maior malha de BR’s do Brasil. Durante sua gestão, o ex-governador Aécio Neves (PSDB) chegou a propor à

União a estadualização da malha federal no Estado, com o repasse integral dos recursos arrecadados com a Cide para a manutenção e outros investimentos. Os Estados recebem apenas uma parcela da arrecadação da contribuição. “Sou a favor de uma negociação”, disse Serra quando perguntado sobre a proposta.

Concessão

Ele ressaltou que o Estado é a principal “vítima” da falta de investimentos nas rodovias federais. Também aproveitou para “anunciar”, caso eleito, a duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. O trecho em pista simples registra elevados índices de acidentes e mortes. “É um escândalo É uma coisa que tem de ser duplicada, estrada da morte. Isso nós vamos pegar logo de cara. Se for necessário, a gente monta modelos. Um deles depende do governo do Estado. É transferir para o Estado algumas estradas dando alguma contribuição para isso. Porque quando o Estado comanda, você tem mais flexibilidade para atuar.”

O candidato do PSDB citou ainda como opção para a melhoria de algumas BR’s o modelo de concessões adotado em São Paulo. Mas negou, ao ser questionado, que tenha a intenção de privatizar as rodovias federais em Minas.

“Uma coisa é fazer concessão, outra é privatizar. Eu acho que em alguns casos pode fazer concessão. No caso de São Paulo foi feita e 75% dos usuários consideram ótima ou boa (a malha rodoviária).”

Para Aécio Neves, questionar empenho de tucano é bobagem

O candidato do PSDB à presidência, José Serram desembarcou em Belo Horizonte na madrugada de ontem. Antes dos compromissos agendados, ele aproveitou para fazer gravações para o programa eleitoral, segundo informou o ex-governador Aécio Neves. O ex-governador se irritou pela manhã, durante uma visita às obras do estádio Mineirão, ao ser questionado sobre eventuais dúvidas entre tucanos de seu empenho em favor de Serra. “Isso é uma bobagem, uma coisa reticente que está beirando já o ridículo.”

O presidenciável também reagiu com impaciência e saiu em defesa do correligionário. “É falta de assunto, é tititi. É claro que quando eu estou aqui o Aécio está mais ligado em mim do que quando eu não estou. Isso é normal”, disse. “Está havendo pleno empenho, não vejo nenhum problema não. Estamos indo bem e vamos ganhar aqui.”

Durante o programa televisivo, Serra afirmou que considera correto o estabelecimento em lei de um piso nacional dos salários dos policiais militares. Mas evitou se comprometer. “Isso vai depender se tem dinheiro.”

Ele voltou a defender investimentos para o tratamento de dependentes químicos e a prevenção do uso de drogas. Reafirmou ser contra a descriminação da maconha e prometeu ampliar o alcance do ensino técnico no País.

Apelidos extravagantes na campanha

São Paulo (AE) – Os candidatos de nomes bizarros marcarão presença, mais uma vez, nessas eleições. No cardápio do maior colégio eleitoral do país – São Paulo -, o que não falta é variedade. Há nomes de frutas, peixes, carnes, presidente e terrorista. A maioria vale-se de apelidos para tentar fazer valer a estratégia testada com sucesso no mercado publicitário, a marca que gruda na cabeça do consumidor, com o objetivo de obter dividendos nas urnas.

Contudo, o balanço de pleitos passados comprova que não basta apenas uma alcunha inusitada e uma performance extravagante para convencer o eleitorado, pois a maioria desses aspirantes jamais se elegeu. O cientista político Humberto Dantas, da Universidade de São Paulo (USP), conselheiro do Movimento Voto Consciente, diz que o universo de concorrentes exóticos não é exclusividade apenas nas eleições do Brasil. “Isso existe em todo lugar, mesmo nos países que adotam a lista fechada, portanto, a reforma política não vai resolver essa questão”, destaca, ressaltando que a responsabilidade em não eleger esse tipo de pretendente é sempre do eleitor.

Candidata pela primeira vez, Suellem Aline Silva foi uma das que adotaram o apelido nas urnas. Conhecida no universo das celebridades pelos atributos físicos, Aline integra o chamado grupo das “mulheres-frutas” e, na esperança de obter uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PTN, decidiu usar a designação de “Mulher Pera”. “É pera porque tenho cintura fina e quadril largo Eu tenho muitos fãs que votarão em mim. Vou dar a cara à tapa e ver o que acontece”, diz a estreante.

Na categoria alimentos, há ainda outros nomes pitorescos, como Lambari (PRP), Berinjela (PSDC) e Frangão (PMN) Nesse rol, o candidato Agenor Bisteca (PSDC), cujo nome oficial é Agenor Hermógenes Júlio, acredita que o epíteto pode ajudá-lo a levantar a candidatura ao Congresso. “O nome Agenor é normal, mas bisteca é marcante.” Na tentativa de chamar a atenção dos eleitores, vale até mesmo apelar para o prosaico “Psiu”, como fez Manoel Hanario (PMN). O candidato do PMN, que pleiteia uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), registrou-se na Justiça Eleitoral como: “Psiu Sou Hanario”.

Outro postulante a uma vaga na Alesp, Ailton Alves da Silva (PTN), partiu para o escatológico. Adotou o registro de “Ailton Meleca”. “É um nome raro e vai trazer muitos votos”, avalia, anunciando a plataforma: “Vamos tirar as melecas das ruas.” Entre os candidatos com apelidos exóticos, há também BinLaden (PTN), Maradona do Brasil (PTB), Maluco Beleza (PHS), Tetraneto do Zumbi dos Palmares (PTN) e Josué Topa Tudo (PDT).

Cover do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Ananias Rodrigues da Silva (PTB), o “Obama Brasil”, afirma que a semelhança com o democrata pode atrair votos e que os projetos são parecidos. Perguntado, não soube esmiuçá-los. “A nossa biografia é idêntica. Somos advogados, religiosos, temos duas filhas e temos a mesma altura”, lista. “Temos um contato espiritual”, diz.

Humberto Dantas endossa a tese de que a porcentagem de votos recebida por conta do nome incomum é bastante pequena. “Rende votos numa faixa do eleitorado que tem como intuito levar a eleição na brincadeira, na galhofa, ou aqueles que votam por protesto, que não são muitos.

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