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Serraglio apresenta relatório hoje

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COMISSÃO - Deputados e senadores discutem sobre os resultados das investigações Brasília (AE) – O relatório oficial da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios será apresentado somente hoje, mas o PT tem quase pronto um relatório paralelo ao texto do relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). O parecer alternativo é elaborado por técnicos do PT, sob o comando do deputado Maurício Rands (PT-PE), que é relator-adjunto da CPI. Os líderes governistas temem que Serraglio não ceda às pressões para fazer um documento final brando e insista em pedir o indiciamento de estrelas do partido, como o ex-deputado José Dirceu (PT-SP) e o chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República, Luiz Gushiken.

Para fugir das pressões, o relator da CPI dos Correios sumiu durante todo o dia de ontem. Mandou recados para a oposição afirmando que se mantinha firme na decisão de pedir o indiciamento de cerca de 130 acusados, incluindo ex-dirigentes petistas. “O relator Osmar Serraglio não vai sucumbir às pressões”, afirmou o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), sub-relator de Fundos de Pensão, que pediu o indiciamento de 49 suspeitos, entre donos de corretoras e ex-dirigentes de entidades previdência privada de estatais.

Ao mesmo tempo, Serraglio sinalizou ao governo que poderá salvar do pedido de indiciamento Dirceu e Gushiken, além do ex-presidente nacional do PT José Genoino e do ex-secretário-geral da legenda Sílvio Pereira. A proposta, a princípio encampada pelo relator da CPI, prevê a criação de uma categoria intermediária, em que o nome do envolvido com o “mensalão” é encaminhado ao Ministério Público (MP) para eventual indiciamento por conduta delituosa. Nesse grupo, estão incluídos o ex-deputado do PT de São Paulo, Pereira e os 18 deputados apontados por envolvimento com o “mensalão”.

Além do recuo nos indiciamentos, os petistas também não aceitam que Serraglio cite o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no relatório final da comissão. A líder da sigla no Senado, Ideli Salvati (SC), deixou isso claro ontem, quando subiu à tribuna para anunciar que a agremiação não aceita a inclusão do nome de Lula no texto final. “Não há provas para esse tipo de ilação. O presidente chamou os responsáveis e pediu providências”, afirmou. No parecer final, Serraglio anunciou que citará o presidente com base no depoimento do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o “mensalão”. Jefferson afirmou que avisou Lula sobre a existência de pagamento a parlamentares para votar a favor de proposta do governo. Os petistas também não aceitam qualquer relação entre o “mensalão” e a votação de projetos de interesse da administração federal. “Dizer que existe ‘mensalão’ no sentido de que houve pagamento, tudo bem. Mas não existe dizer que está comprovada a condicionalidade do ‘mensalão’ para votar em determinadas matérias de interesse do governo”, afirmou Rands.

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