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Sertanejo reza ao santo padroeiro

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Embora conte com uma população rural correspondente a apenas  12,67%  de seus 11.906  habitantes, segundo estimativa de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a passagem do Dia de São José (19/3)  em Angicos é, ainda, comemorado com muita fé pela comunidade católica do município – situado na região semiárida potiguar e onde menos chove no Rio Grande do Norte. Castigados por uma estiagem ao longo de três  anos, os agricultores rezaram e pediram a intersecção do santo para que caia chuva no sertão. 
De bíblia e terço nas mãos, muitos pagavam promessa e caminhavam com pés descalços. Outros vestiam amarelo, cor que representa a colheita e a fartura
Durante a segunda missa celebrada a partir das 9h30 pelo arcebispo metropolitano de Natal, dom Jaime Vieira Rocha, os fiéis tiveram de abrir os guarda-chuvas para se protegerem sol. O céu estava parcialmente nublado, mas o sol era forte. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que o céu em Angicos esteja encoberto de nuvens nesta sexta-feira (20) e sábado (21), mas só devem ocorrer pancadas de chuva no domingo e segunda-feira (22 e 23), conforme dados provenientes de modelos numéricos.

Em Angicos, o volume de chuvas acumulado neste ano, de acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) é de 69,7 milímetros, mas está bem acima das chuvas acumuladas em outros municípios da região Central: Pedro Avelino, 42,8 mm; Lajes, 35,5 mm e Fernando Pedroza, 8,7 mm.

#SAIBAMAIS#Já em relação ao volume das chuvas dos últimos cinco anos, o melhor ano de inverno, em Angicos, foi 2011, quando choveu  853 milímetros, volume que caiu para 294,2 mm em 2011, foi a 390,7 mm, no ano seguinte, e caiu para 332 mm em 2014. Por ocasião da celebração da missa campal na praça José da Penha, o arcebispo Jaime Vieira da Rocha afirmou que o ato de fé “é um valor, uma graça que recebemos de Deus”, daí a sua importância para os agricultores, na esperança que cheguem as chuvas para o Sertão. “A fé é que nos faz precaver diante de todos  os desafios, lutas e desilusões”, disse.

Dom Jaime Veira da Rocha ressaltou, também, que a presença dos angicanos mesmo sob um sol inclemente, representava “o valor eterno da nossa fé”.  “A fé alimenta os nossos sonhos e a perseverança alimenta a nossa fé”, completou. Ele até lembrou que neste domingo comemora-se o Dia Mundial da Água, conclamando a população a ter “atenção, zelo e economia no consumo de um bem finito como a água, tão importante para a sobrevivência dos animais e conforto das pessoas”.

O arcebispo também demonstrou preocupação com os tempos difíceis pelos quais passa o país, bem como com a situação precária dos presidiários do Rio Grande do Norte, que mesmo tendo cometidos crimes e pecados, também merecem a compreensão de Deus. “Que as pessoas públicas garantam o que puder para o povo viver melhor”, disse ele.

Na missa campal em homenagem a São José também compareceram representantes da classe política da região Central e do Estado, como tradicionalmente acontece, a começar do prefeito de Angicos, Expedito Batista Júnior, que fez a primeira leitura do Evangelho; o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, deputado estadual Ezequiel Ferreira (PMDB), o deputado José Adécio (DEM), o vice-governador Fábio Dantas (PCdoB), além do presidente estadual do PMDB, ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves e o ex-deputado federal  Cipriano Correia, bem como o vice-prefeito de Angicos, Deusdeth Gomes, a presidente da Câmara do Município, Natali de Souza e prefeitos e vereadores da região Central.

Previsão
Se para o sertanejo a chuva no Dia de São José é sinal de um bom inverno, o dia 19 de março deste ano foi desanimador com poucas chuvas no Rio Grande do Norte. De acordo com o chefe de meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, praticamente não houve registro de precipitações nos municípios potiguares. O boletim meteorológico, com o apurado de chuva de ontem (19) só será divulgado hoje pela Emparn. A previsão do tempo é que o clima continue sem chuvas nos próximos dias e que só volte a chover no fim da próxima semana. A última reunião de Análise e Previsão Climática para o Norte do Nordeste do Brasil, realizada no fim de fevereiro, apontou um inverno normal ou abaixo da média histórica nos meses de março, abril e maio.

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