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Servidores da saúde fazem passeata de protesto

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SAÚDE - Os servidores saíram do HWG em direção à governadoria

Uma passeata realizada na manhã de ontem pelos servidores da saúde no Estado gerou um congestionamento de mais de dois quilômetros na avenida Senador Salgado Filho e tornou o trânsito mais lento nas ruas adjacentes. Cerca de 500 servidores da capital e do interior saíram do Hospital Walfredo Gurgel em caminhada até a sede da Secretaria de Planejamento no Centro Administrativo. A mobilização começou por volta das 9h30 e foi intitulada de “Grande Marcha”.

Munidos de panelas, apitos e um caixão representando o “luto” pela situação da saúde no Rio Grande do Norte, os servidores tomaram todas as faixas da avenida, escoltados por agentes de trânsito da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito Urbano (STTU), e chegaram ao Centro Administrativo uma hora depois. O engarrafamento irritou os motoristas, que em alguns momentos buzinaram coletivamente.  No final da manhã, uma comissão do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado (Sindisaúde/RN) foi recebida pelos  secretários Paulo César Medeiros, de Planejamento, George Antunes, de Saúde e pelo assessor jurídico da Controladoria Geral do Estado, Alexandre Pinto Varella. O encontrou terminou mais uma vez sem avanços na pauta de negociação da categoria.

“A reunião foi péssima, não deu em nada”, reclamou a diretora geral do Sindsaúde/RN, Sônia Godeiro. “O Governo insiste que tem apenas R$1 milhão disponível por mês para saldar a dívida de R$15 milhões, e por isso deve pagar em 15 parcelas os três meses atrasados de 2006. É muito tempo”.

Sobre a mudança de nível prevista para ter ocorrido em julho de 2007 e estabelecida pelo Plano de Cargos Carreira e Salários implantado em 2006, Sônia explica que foi prorrogado. “Eles querem dar o reajuste de 3% apenas no segundo semestre de 2009, mas não especificou em que mês”. O PCCS da Saúde estabelece dezesseis níveis para reajuste salarial de 3% a cada dois anos, sendo o primeiro nível para quem tem menos de dois anos de serviço, e o último para o servidor que está em fim de carreira, com 30 anos de contribuição ou mais. Os servidores reivindicam, ainda,reajuste salarial de 23% e aposentadoria integral. A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde Pública informou que na reunião foi ratificada a “impossibilidade de reajuste neste momento de crise, que gerar instabilidade financeira”.

A outra razão é o fato de o Governo estar no Limite Prudencial, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O Sindsaúde/RN chegou a apresentar uma contra-proposta de parcelar os atrasos em cinco vezes, priorizando os valores menores, mas também não obteve sucesso. Uma comissão do Sindsaúde/RN se reúne na manhã desta segunda-feira com uma representação do Instituto de Previdência do Estado (Ipern), para tratar deste último ponto. Apenas dois profissionais representaram o Sindicato dos Médicos no RN, durante a mobilização.

Situação de hospitais da rede pública no interior é precária

Durante a mobilização, membros do comando de greve do Sindsaúde/RN falavam à população sobre as reivindicações da categoria, que está em greve desde o dia 20 de outubro. A passeata teve a presença de aproximadamente 75 servidores da região do Seridó e Grande Natal, dos municípios de Mossoró Caicó, Pau dos Ferros, Apodi e outros.

De acordo com o representante do Sindsaúde/RN em Mossoró, João Morais, o Hospital Regional Tarcísio Maia está funcionando com apenas 30% do quadro, para atender urgência e emergência. Ele denuncia que as escalas de plantões de pediatria e neurologia estão incompletas. “Tem plantão que não há médico. A parte de cirurgia ortopédica está sem funcionar, e os pacientes são levados para o hospital do município de Russas, no Ceará”.

Morais informou ainda que o setor de nutrição do HRTM funciona nas instalações de onde deveria estar a casa de lixo hospitalar. “É um local totalmente inadequado, onde tudo funciona improvisado. A promessa é que o setor de nutrição seja entregue em duas semanas, mas pelo andamento das reformas não vai dar tempo de terminar”. A equipe de nutrição, segundo Morais, está no local desde março, quando foi acordado que permaneceriam por apenas dois meses. Ele estima que o Hospital tem hoje 650 servidores e médicos lotados.

O coordenador do Sindsaúde/RN em Caicó, José Joaquim Sobrinho, relacionou os problemas do Hospital Regional do Seridó, que também teve forte adesão. “A UTI está precária, e há quatro anos funciona dentro do Hospital uma clínica particular, o que é um absurdo”.

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