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Servidores da UFRN fazem ato público na Ribeira

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PARALISAÇÃO - Manifestação dos servidores públicos aconteceu na manhã de ontem na Ribeira

Dezenas de servidores públicos federais se reuniram num ato público, ontem pela manhã, na praça Augusto Severo, na Ribeira, para protestar contra a falta de atenção do governo federal com o funcionalismo público e alertavam a população sobre a privatização dos hospitais das universidades federais. O movimento, de nível nacional, é coordenado pela Federação de Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e quer pressionar o governo contra algumas medidas tomadas que prejudicam os servidores e o serviço público.

Os servidores acreditam que os atos públicos, passeatas e greves podem gerar transtornos à população, mas é a forma encontrada pelo servidor público para fazer o governo negociar. O diretor do  Sindicato dos Trabalhadores Federais em Previdência, Saúde e Trabalho do RN (Sindiprevs), Franscismar Maia, afirma que não é intenção deles prejudicar a população de forma alguma, mas eles lutam por melhores condições de trabalho para poder prestar um bom serviço à população.

Maia lembra que após a última greve dos servidores do INSS, o governo se comprometeu em aumentar os salários, o horário de funcionamento das agências e o número de funcionários, entretanto, nada disso foi cumprido. Além disso, “o governo não está abrindo a possibilidade de discussão, então precisamos protestar”, justifica.

Outro assunto que aquece a manifestação é a transformação dos hospitais universitários em fundação estatal de direito privado, o que significa que os hospitais terão entidades privadas em sua composição administrativa e financeira e poderão cobrar por consultas. Os servidores dizem que o governo alega que nada mudará, mas, segundo eles, isso vai prejudicar somente a parcela mais pobre da população.

Sandro Pimentel, coordenador-geral do Sindicato Estadual do Trabalhadores em Educação do Ensino Superior do RN, comenta que essa iniciativa pode trazer mais recursos para os hospitais, mas não garante mais benefício para a população. “Se hoje é difícil conseguir marcar um exame, amanhã ficará pior, pois metade dos exames será destinado aos pacientes do SUS e a outra metade para os particulares”, completa.

 Ele afirma ainda que o governo federal está fugindo de uma responsabilidade constitucional – de assegurar a saúde da população – e é “míope”, pois justifica que os hospitais são gastos para os cofres públicos. Porém, ele acredita que dinheiro gasto com saúde e educação é investimento e defende que a administração deve ser 100% do poder público com investimentos conjuntos dos ministérios da Saúde, Educação e Ciência e Tecnologia. Para ele, os hospitais universitários têm como missão, primeiramente, o ensino, e depois, o atendimento ao público.

Esse ponto de vista é partilhado pelo servidor da UFRN e membro do Sintest, Marcos Alcântara, pois acredita que a “privatização” dos hospitais universitários prejudicará a residência médica e, consecutivamente, formará maus profissionais.

Em todo o país existem 54 hospitais universitários federais, sendo quatro deles no Rio Grande do Norte: o Hospital Universitário Onofre Lopes, o Hospital de Pediatria da UFRN e a Maternidade Escola Januário Cicco, em Natal;  e o Hospital Ana Bezerra, em Santa Cruz.

Os protestos continuam hoje, a partir das oito horas, com um ato público na reitoria da UFRN e discussão sobre as reservas brasileiras de petróleo localizadas na área do Pré-sal.

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