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Sesap conclui que PHI era dengue hemorrágica três

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CONTROLE - Agentes intensificam visitação às residênciasOs exames encaminhados ao laboratório de referência nacional Evandro Chagas para a análise dos casos de suspeita de Pneumonia Hemorrágica Idiopática indicaram que os pacientes foram vítimas de contaminação por dengue hemorrágica adicionada de outras complicações.

Os pacientes que sinalizaram terem sido acometidos pela PHI apresentaram complicações e sintomas diferentes daqueles comuns aos quadros de dengue clássica e hemorrágica, mas Tânia Barbosa, coordenadora do setor de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), explica que “não se descobriu nada que não fossem doenças do nosso meio”.

A subcoordenadora de vigilância epidemiológica, Maria Antonieta Delgado Marinho, explica que a demora na obtenção de um diagnóstico final é devido à apresentação rara da doença. “O quadro foi diferente, pois a evolução foi muito rápida, e em alguns pacientes nem sangue pôde ser colhido” (Os pacientes faleceram antes da coleta ser possível).

Dos 6 casos que não tiveram a suspeita de PHI descartada, 4 resultaram em dengue hemorrágica do sorotipo 3, um não foi confirmado pelo laboratório ainda e um não foi analisado porque a família não autorizou a necropsia.

Os casos começaram a aparecer em meados do mês de maio com o registro de óbito de três crianças com sintomas parecidos: quadro agudo de tosse, dificuldades de respirar, sangramento após serem entubadas e a não reação aos medicamentos broncodilatadores. Uma equipe do Episus (Epidemiologia Aplicada ao Sistema Único de Saúde), do Ministério da Saúde veio ao Estado, coletou material dos seis casos que não foram descartados e enviou ao laboratório Evandro Chagas, em Belém, no Pará, para análise.

O Ministério da Saúde redigiu então um protocolo de ação para os médicos, que foi distribuído em hospitais e postos das redes pública e privada. O documento ainda é utilizado, embora a PHI já tenha sido descartada pois, segundo Tânia Barbosa, “este é um documento oficial e as recomendações não mudaram, só que agora os profissionais vão ficar atentos para a existência de outras doenças”.

Lei municipal ajuda no combate

Para evitar que a população descuide do seu imóvel, e na tentativa de responsabilizar cada cidadão, foi criada em dezembro de 2005 uma lei municipal que multa o proprietário de estabelecimentos públicos ou privados onde forem encontrados focos de dengue.

O valor da penalidade vai de R$180,00 a R$540,00. ‘Todo proprietário é responsável pelo seu imóvel e não pode apresentar qualquer risco à saúde pública”, explica a coordenadora do setor de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Tânia Barbosa, que garante que já houve multas, não só pela presença de focos de larvas do mosquito transmissor da dengue, mas de qualquer outra situação que gere risco ao coletivo.

Outra medida é a visitação dos agentes de saúde, que revistam as residências em busca de focos do mosquito e colocam venenos nos locais propícios para isso. No entanto, 12% dos imóveis da capital estão fechados, significando que em aproximadamente 38 mil residências o agente não tem acesso ao interior, porque o responsável não o recebe, os donos não estão presentes ou o prédio está abandonado.

Uso de ovitrampas tem custo menor

A novidade no combate ao mosquito da dengue são as “ovitrampas”, que consistem em um recipiente plástico de cor escura com água e um pedaço de madeira porosa, onde os insetos depositam seus ovos. Passados alguns dias as larvas são retiradas das armadilhas para que não evoluam em mosquitos. Assim pode-se, além de evitar a proliferação, fazer estudos das zonas onde há maior presença do inseto.

As ovitrampas são uma alternativa para o uso do carro fumacê, veículo que joga veneno inseticida no ar em direção às casas. Este é a causa de problemas respiratórios em crianças e de eliminação de outras formas de vida, além de matar apenas o inseto em sua fase adulta. “Não podemos jogar veneno sobre as pessoas, então essa é uma medida que tomamos em último caso”, diz William de Miranda Bonfim, diretor do Centro de Zoonoses da SMS.

Além disso, as armadilhas custam em torno de R$5, e o seu uso trará uma grande economia para o governo, segundo o coordenador.o entanto, observando que em algumas localidades não está sendo possível a redução do número de focos de larvas do mosquito, o fumacê ainda passará por  25 bairros e localidades de Natal.

Índice de infestação em Natal é de 2,6%

A redução do número de casos de dengue em Natal ainda não é suficiente segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). O número recomendado pela Organização Mundial de Saúde é de até 1% de casos por região, sendo que Natal ainda apresenta 2,6% deles.

Para evitar que os números de pacientes aumente, medidas de prevenção estão sendo tomadas. A primeira é a educação sanitária da população. Através de cartilhas e peças de propaganda educativas, o MS tem tentado advertir as pessoas dos cuidados que devem ter em suas residências para que não haja acúmulo de água. No entanto, de acordo com a coordenadora do setor de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Tânia Barbosa, ainda há muito o que se trabalhar. “No ano passado as pessoas fizeram um trabalho muito bom, mas esse ano parecem que estão se descuidando”. Ela acredita que educação é item básico na prevenção de qualquer doença e aponta que, contraditoriamente, a população das classes mais altas, que teria acesso à melhor educação sanitária, ainda apresenta falhas no cuidado individual dos imóveis.

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