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Sesap confirma chikungunya em Tirol

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selo quinta dengue



Luiz Henrique Gomes

Repórter

A doença viral que atingiu 89 moradores da zona leste de Natal em março, principalmente nos bairros do Tirol e Petrópolis, é de fato Chikungunya. Depois de um mês investigando os casos, com a realização de exames de biologia molecular, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) afirmou na manhã desta quinta-feira, 25, que a maioria apontou a presença da arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também transmissor da dengue e da zika.

Maioria dos casos no Tirol apontou a presença da arbovirose chikungunya transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também transmissor da dengue e da zika


Maioria dos casos no Tirol apontou a presença da arbovirose
chikungunya transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também transmissor
da dengue e da zika

Os casos de doentes nos bairros do Tirol e de Petrópolis com sintomas semelhantes começaram a surgir após o carnaval, no dia 6 de março. Apesar da semelhança evidente com a chikungunya pesquisadores e autoridades iniciaram uma investigação porque a apresentação dos sintomas se diferenciava em algumas características. Entre essas diferenças estava, por exemplo, uma intensidade menor das dores em relação aos casos tradicionais de chikungunya e dor na planta do pé nos primeiros dias, enquanto os outros apresentavam essa dor na segunda semana da doença.

Durante a investigação, a hipótese de ser chikungunya existia desde os primeiros dias, mas outras também estavam sendo consideradas. Os exames feitos com o sangue colhido dos doentes, no entanto, indicaram de que de fato se tratava do mesmo vírus.

Para explicar a diferença dos sintomas se tratando do mesmo vírus, o infectologista André Prudente, diretor do Hospital Estadual Giselda Trigueiro e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, afirma que os casos de arbovirose têm um “espectro” de sintomas muito grande. “Arboviroses costumam ter esse espectro grande de sintomas, e eles são influenciados por diversos fatores. A condição social do doente, por exemplo, é um desses fatores que podem fazer a doença se manifestar de uma forma mais intensa ou não”, explica.

O médico se refere às condições sociais porque entre o atual surto da doença e o surto ocorrido em 2016, quando a chikungunya teve seus primeiros casos confirmados no Rio Grande do Norte, o perfil dos doentes é diferente. Naquele ano, a maior parte das pessoas eram de bairros mais pobres. Já os casos atuais são concentrados em dois bairros de classe média.

Ainda segundo André Prudente, essa diferença social influencia os sintomas porque o sistema imunológico das pessoas costuma ser diferente porque o acesso a uma nutrição adequada ainda é difícil de ser garantido entre os mais pobres. “As condições sociais influenciam não só no risco das pessoas adoecerem, mas também na gravidade dos sintomas que essas pessoas podem apresentar”, explica.

Dengue lidera em número de registros
Apesar do surto do vírus nos dois bairros, a Chikungunya não é a arbovirose mais comum nos primeiros 90 dias do ano, de acordo com os dados da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) compilados até o dia 30 de março. Os dados registrados pela secretaria também mostram que os casos são menores do que o observado no mesmo período no ano passado, em relação às três arboviroses presentes no estado (Dengue, Zika e Chikungunya).

Grupo de estudo foi formado para investigar novos sintomas


Grupo de estudo foi formado para investigar novos sintomas
Ao todo, 624 casos de dengue e 98 de Chikungunya foram confirmados no Rio Grande do Norte entre 3.024 notificações suspeitas feitas. Nenhum caso de zika foi detectado este ano, entre 54 suspeitas. No ano passado, 1.509 casos estavam confirmados somente para a dengue, 127 para a chikungunya e 6 para a zika. O Estado chegou a emitir alertas de epidemia devido aos grandes números.
A maior parte dos casos de dengue e chikungunya estão concentrados em Natal. Foram 437 confirmações do primeiro na capital e 81 do segundo. Mossoró, segunda maior cidade do estado, teve 12 casos confirmados de chikungunya e 38 de dengue.

Prevenção
A Sesap realiza ações de prevenção e educação em saúde, bem como orienta e supervisiona o trabalho realizado pelos agentes de endemias dos municípios para controle do vetor, o mosquito Aedes aegypti. Além disso, são realizadas as operações de aplicação do inseticida por meio dos carros fumacê, que devem ocorrer apenas quando houver necessidade do controle de surtos e epidemias por arboviroses.

Segundo a subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap, Alessandra Lucchesi, “é necessário que a população tome as medidas de prevenção à proliferação do mosquito: receber o agente de saúde em suas residências, eliminar água de vasos de flores, tampar tonéis e tanques, não deixar água acumulada, lavar semanalmente depósitos de água, manter caixas de água e tanques devidamente fechados e colocar o lixo em sacos plásticos, mantendo a lixeira fechada, entre outras”.

Números

3.024 suspeitas de dengue e chikungunya foram analisadas

624 de dengues foram confirmados no Rio Grande do Norte até o dia 30 de março

98 casos de chikungunya foram confirmados no Rio Grande do Norte até o dia 30 de março, entre 127 suspeitas

0 casos de zika foram confirmados no Rio Grande do Norte até o dia 30 de março, entre 54 suspeitas

Fonte: Boletim Epidemiológico da Sesap

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