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Sesap debate risco de 3ª onda no Rio Grande do Norte

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Mariana Ceci
Repórter
Ricardo Araújo
Editor 
Com quase 95% de ocupação dos leitos críticos para a covid-19 e com aumento no número diário de pedidos de internação para o tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN), analisa o início da terceira onda da pandemia no Rio Grande do Norte. O assunto é tratado em reuniões a portas fechadas no núcleo duro do Governo do Estado. Nesta semana, um sinal de alerta foi emitido por causa da situação de ocupação integral dos leitos na região Oeste, corroborado pela Plataforma Regula RN, que mostrava ocupação de 99,1% nessa quarta-feira (19). O volume de ocorrências nos hospitais da rede estadual de Saúde que atendem a covid-19 voltou a subir significativamente nos últimos dias. 
Em todo o Brasil, o risco de uma terceira e mais forte onda de infecção é debatida entre especialistas e gestores de rede de saúde
No início da noite dessa quarta-feira, a Plataforma Regula RN mostrava que, em todo o Estado, a ocupação dos leitos críticos estava em 94,4%. Havia 57 pacientes com perfil crítico à espera de leitos, enquanto a oferta desses não passada de 22. Desde o início da semana, o Rio Grande do Norte voltou a apresentar uma tendência de crescimento da pandemia. A flexibilização de atividades aliada ao lento ritmo de vacinação contribuem diretamente para o aumento de casos da covid-19 no Estado, que vive um “platô elevado” de infecções pelo novo coronavírus e pode passar por uma terceira onda mais grave da doença. 
Ao longo do mês de maio, o Estado viveu os dias com a maior média móvel de solicitação de leitos para internações pela doença, como ainda não havia sido observado desde o começo da pandemia. A média móvel mais do que dobrou em três meses, saindo de 50 solicitações diárias, em fevereiro, para 122, no dia 16 de maio. 
A continuidade do crescimento da pandemia, de acordo com o epidemiologista Ion de Andrade, pode ser visualizada pela compensação na ocupação de leitos que foram liberados à medida que a vacinação avançou entre os idosos. 
Até o mês de março, quando a vacinação desses grupos ainda estava no início, a quantidade de idosos internados superava 50% do total. Quatro meses após o começo da imunização, quando muitos já tomaram a segunda dose e encontram-se com a imunidade madura, a porcentagem caiu para 34,14% do total. 
O número de jovens e adultos, no entanto, preencheu a lacuna deixada pelos idosos. De acordo com o Regula RN, as pessoas não-idosas já representam 65,86% do total de internados, com um aumento real no número de pacientes. No dia 18 de maio, 245 não idosos ocupavam leitos críticos no Rio Grande do Norte. Em dezembro do ano passado, o número chegou a 40. A situação atual representa o maior número de pessoas não-idosas internadas com Covid-19 no Rio Grande do Norte desde o começo da pandemia. 
“O número de idosos que deixaram de ocupar o sistema representa cerca de 60 leitos. É mais do que meio hospital de campanha e, mesmo assim, esses leitos foram rapidamente ocupados por não-idosos”, disse Ion de Andrade. Ele afirma que há uma falsa sensação de segurança difusa na sociedade, estimulada pelos decretos que liberam mais atividades e o início da vacinação.
“Na medida em que não há medidas duras adotadas pelo poder público, as pessoas se sentem autorizadas a viver a vida com normalidade, mas não estamos em uma situação de normalidade, estamos vivendo o platô mais elevado desde o começo da pandemia”, completa o especialista. 
Ele ressalta, ainda, que o número de casos divulgados diariamente não representa em grande medida a totalidade de novos casos de Covid-19 que chegam ao sistema de saúde, pois os sistemas de dados demoram a ser atualizados também com as informações da rede privada. “Portanto, o que temos é uma campanha de vacinação que, ao invés de reduzir os números, está sendo rapidamente compensada pelos não-idosos”, afirma. 
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap/RN) afirma que, no momento, o Rio Grande do Norte ainda vive os efeitos da segunda onda de aumento de casos, mas que a possibilidade de chegada de uma terceira onda está em discussão pelas autoridades. 
Um boletim divulgado no dia 12 de maio por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirma que a incidência da covid-19 se mantém alta no Brasil, o que não só pode criar um terreno fértil para uma terceira onda, mas também para o surgimento de novas variantes que podem torná-la ainda mais grave que as anteriores. 

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