A uma semana da estréia na Série B do Campeonato Brasileiro, que pela primeira vez na história será uma competição por pontos corridos, o América já sabe a pontuação que terá de alcançar para tornar real o sonho de voltar a divisão de elite do futebol nacional. A possibilidade de retrocesso não passa pela cabeça de nenhum americano, mas para fugir do risco de rebaixamento para série C, a equipe potiguar terá de somar, no mínimo, 39 pontos. O levantamento foi realizado por Tiburcio Batista, conselheiro do clube e um dos grandes estudiosos da matemática esportiva no Rio Grande do Norte.
Os cálculos foram realizados com base estatísticas e em observações nos diversos campeonatos disputados dentro da mesma fórmula implantada na série B de 2006.
Levando em conta que estarão em disputa um total de 114 pontos, em 38 jogos previstos, Tiburcio considera que um clube que obtiver aproveitamento igual a 61%, dificilmente deixará de conseguir uma vaga na série A de 2007. Para chegar nesta situação serão necessários a conquista de 70 pontos. Este por exemplo foi o percentual de pontos atingido pelo Palmeiras, na série A do ano passado, que ficou com a quarta colocação garantindo participação na Libertadores da América.
“Para um clube aspirar vaga na série A, precisa somar ao final da competição um mínimo de 60 pontos conquistados (53% de aproveitamento), neste caso ele estaria brigando para acabar na quarta colocação. A garantia da vaga seria com 70 pontos”, observou Tiburcio. “Essa variação de 10 pontos é observada em função do maior ou menor equilíbrio. Quanto maior a equivalência entre as equipes, maior será a probabilidade de se registrarem empates, isso ocorrendo, o número de pontos necessários para o acesso sofreria uma drástica queda”, frisou.
Como o regulamento aponta que os quatro últimos colocados serão rebaixados para série C do próximo ano, a briga também promete ser grande para fugir da degola. Para almejar a possibilidade de se manter na divisão dos clubes emergentes, a agremiação irá necessitar de um aproveitamento mínimo de 34% dos pontos colocados em jogo. Na casa dos números absolutos isso eqüivale a 39 pontos, mas de acordo com o autor dos cálculos, o percentual serviria apenas para manter o clube na briga pela 16ª colocação, uma posição acima da dos “condenados”.
“Na minha opinião para um clube não se preocupar com descenso ele deverá somar 46 pontos, atingindo um aproveitamento igual a 40% dos pontos disputados. A exemplo do que ocorrerá na briga pelas quatro primeiras colocações, dependendo do número de empates, o percentual exigido para salvação também sofrerá uma queda e quem fizer 39 pontos pode escapar”, salientou.
Se os critérios atuais tivessem sido aplicados na série A de 2005, com a queda dos quatro últimos colocados. A Ponte Preta que somou 51 pontos e atingiu o percentual de 40% dos pontos conquistados, estaria salva. Já o Coritiba, com 49 pontos e um percentual de aproveitamento igual a 38,8 seria, na ordem decrescente, o primeiro dos condenados ao rebaixamento.
Tirburcio Batista conclui o raciocínio advertindo que o empate jamais será um bom resultado para o América na disputa da série B, pois na situação em que estará exposto será melhor intercalar vitórias e derrotas, que conseguir um grande número de empates. “É necessário termos em mente que devemos buscar sempre a vitória. Em três jogos é melhor vencer um e perder dois, que empatar os três. Não podemos esquecer que o número de vitórias é o primeiro critério de desempate”, alertou. “Empate do nosso time fora de casa pode ser considerado bom, não pelo ponto conquistado, mas pelos dois que o América irá impedir o adversário de somar em casa.”
A matemática foi apresentada e está na mesa, cabe ao América agora fazer o dever de casa para conseguir a aprovação.
Jogadores não querem repetir erros
É na hora das derrotas que os atletas aprendem uma grande lição e, no América que iniciou a temporada como grande favorito ao título do Campeonato Estadual, a desclassificação na semifinal diante do Baraúnas serviu para dar ciência aos componentes do atual elenco, que os erros cometidos na competição local não deverão ser repetidos durante a série B, considerada um campeonato muito mais difícil.
O goleiro Reniere ressalta que apesar do nível do Estadual ter sido muito alto, com os clubes do interior formando excelente equipes, o América pecou por não ter acertado no ataque e ainda levou azar pelo fato de alguns jogadores considerados chave na campanha da série C, não terem apresentado a mesma performance do final do ano passado. “Sentimos muitas dificuldades no setor ofensivo, tivemos alguns jogadores importantes contundidos e isso dificultou muito. Agora chegou o momento de superação de tudo isso, pois temos a meta de chegar na série A”, afirmou.
O zagueiro Sandro também considera que o América pecouno Estadual, deixando de vencer partidas por detalhes e complicando os jogos por falhas da equipe. “Vamos entrar numa competição muito mais difícil e se voltarmos a pecar, certamente, iremos pagar caro por isso”, reconheceu Sandro.
