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Setor de eventos agoniza

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Necessário para a contenção do avanço do coronavírus, o isolamento social impactou severamente os negócios de eventos no país (ontem, dia 30, foi comemorado o Dia do Profissional de Eventos). Pesquisa do Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) e a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), realizada entre 14 e 22 de abril, mostra que a pandemia impactou 98% das empresas do segmento. Para driblar os efeitos da crise, 35% dos empresários ouvidos negociaram crédito para realizar os eventos cancelados futuramente. A maior parte das empresas colocou seus funcionários para trabalhar on-line, enquanto outras deram férias.
Segundo o levantamento, que ouviu 2.702 empresas, 98% delas foram impactadas pela pandemia do coronavírus – com uma média de 12 eventos cancelados por empresa. Mesmo diante desse cenário, 51% das empresas optaram pelo trabalho on-line e 33% deram férias aos trabalhadores, enquanto 43% dispensaram funcionários. De acordo com os entrevistados, 64% não pretendem fazer dispensas nos próximos três meses.
“O setor de eventos atua sempre em cadeia, são muitos fornecedores envolvidos. Assim, cada evento cancelado impacta pelo menos outras 10 empresas”, analisa o presidente do Sebrae, Carlos Melles. “Ainda assim, os empresários se mantêm otimistas, pois quase 60% afirmaram que acreditam na retomada das atividades de imediato ou nos próximos seis meses”, completa.
Renegociação e cortes 
Entre as soluções encontradas para sobreviver ao momento atual está a renegociação de contratos e fornecedores (53%), corte de custos com insumos e matérias-primas (50%) e redução de custos com as concessionárias de energia e água (20%). Conforme o estudo, 54% das empresas tomaram alguma medida em relação aos terceirizados. As principais foram a redução de horas e valores pagos e o cancelamento ou suspensão de contratos. 
Retomada demora 
Ainda a partir dos dados da pesquisa, 34% acham que levará de sete meses a um ano para retomar o negócio após a suspensão do isolamento. Outras 33% acreditam que levará menos de seis meses, sendo que 24% esperam retomar as atividades em patamares anteriores de imediato.
“No momento que se busca soluções, a pesquisa do Sebrae em parceria com a Abeoc e a Ubrafe abre espaço para um novo momento e novos negócios”, sintetiza o presidente executivo da Ubrafe, Armando Campos Mello, que já foi palestrante no Fórum de Turismo do RN,
Hospedagem e alimentação
Já a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) estima a falência de 10% dos hotéis, enquanto a Confederação Nacional do Turismo (CNTur) prevê que 30% dos restaurantes e similares em toda a rede brasileira não suportarão a falta de clientes, totalizando cerca de 200 mil estabelecimentos fechando as portas. 
Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que, somente em março deste ano, foram R$ 11,96 bilhões em perdas de receita, com queda de 84% em relação ao mesmo período de 2019.
De acordo com Wilson Luiz Pinto, secretário geral da CNTur, o grande problema é que restaurantes possuem pouco capital de giro, por ser atividade de alto custo e com margem de lucro baixa. 
“Um ponto comercial precisa ser num lugar bem visível, com um valor de aluguel extremamente caro. A atividade também exige muitos funcionários e, além disso, temos uma alta carga de imposto. É impossível ficar um mês parado, sem faturar. Os números são tristes, mas teremos, só na cidade de São Paulo, mais de 20 mil pedidos de falência. Uma situação que irá demorar anos para revertermos”, alerta Pinto, que também é presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (SindResBar-SP).
Falta fôlego 
“Estudos da JP Morgan mostram que temos menos fôlego pra aguentar a crise, entre todas as atividades econômicas. O documento mostra que o setor aguentaria 16 dias fechado, ou seja, já estamos muito além. É um colapso de vendas, com queda de faturamento de 90%”, avalia Paulo Solmucci, presidente Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Decréscimo total 
Em sua última edição, o InFOHB, boletim mensal do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, trouxe dados de desempenho de março de 2020 comparado ao mesmo período no ano anterior. Foram analisados 578 hotéis associados à entidade, responsáveis pela oferta de mais de 99 mil quartos.
No mês do início do Covid-19 (março) e fechamento de hotéis pelo país, os resultados consolidados já registraram decréscimos nos três indicadores, sendo -34,6% na taxa de ocupação; – 2,7% na diária média; e -36,4% na receita de apartamentos disponíveis.
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