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Setor foi o que mais demitiu em 2017, diz pesquisadora

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Entrevista com Ana Castelo, coordenadora de Estudos da Construção Civil do FGV IBRE

Com base nos dados mais recentes do Índice de Confiança da Construção Civil divulgados pela Fundação Getulio Vargas, pode-se afirmar que o setor da Construção Civil ultrapassou, em definitivo, a crise? Por quais razões?

#SAIBAMAIS#A Sondagem permite afirmar que o pior momento da crise no setor ficou para trás. Essa percepção é muito clara. Há uma expectativa de melhora da demanda em todos os segmentos – infraestrutura e edificações. A melhora no ambiente macroeconômico certamente está contribuindo para isso. Já se pode ver que em alguns mercados cresceram os lançamentos e as vendas imobiliárias. Assim, a atividade começou a reagir, embora ainda muito lentamente.

Números mais recentes do Caged – mês base dezembro/2017 – apontam que o setor foi um dos que mais desligou no Rio Grande do Norte, com 215 desligamentos. Essa é uma tendência nacional ou algo mais localizado e que reflete o que, especificamente?

Essa foi uma tendência nacional. O setor foi o que mais demitiu em 2017. No país todo, e considerando todas as atividades econômicas, houve redução de 20.832 empregos com carteira no ano passado, mas na construção essa diminuição atingiu 103.968 postos.

Teremos o apogeu da Construção Civil no País de volta nos mesmos moldes que tivemos em decorrência da Copa do Mundo e Olimpíadas?

Podemos situar o apogeu do crescimento entre os anos de 2007 a 2013.  O PIB da construção cresceu 62%, enquanto o PIB brasileiro teve alta de 31%. Foi um crescimento muito forte impulsionado pelo crédito imobiliário, pelo programa Minha Casa Minha Vida, por obras de infraestrutura e pelas obras dos eventos esportivos. Foi uma conjunção única, mas também de difícil sustentação.  O setor tem condições de voltar a crescer, mas não será mais naquele mesmo ritmo.

O que deverá promover a retomada do crescimento do setor ao longo deste 2018? Serão as obras previstas no MCMV? Quantos empregos deverão ser gerados e quanto esses empreendimentos deverão movimentar em recursos?

O MCMV é um programa voltado para as famílias de menor renda. Assim, uma parte importante do programa, que viabiliza as metas e contratações, diz respeito aos subsídios. No entanto, a situação fiscal do país se deteriorou muito nos dois últimos anos. Em 2017, o governo já não conseguiu cumprir as metas estabelecidas.  Para 2018, foram anunciadas novamente metas ambiciosas que se cumpridas certamente conseguirão impulsionar o emprego e renda do país, mas ainda há muitas incertezas em relação à capacidade de cumpri-las. De todo modo, o programa deve continuar tendo um papel importante tanto no aspecto social – de amenizar as necessidades habitacionais das famílias de menor renda – como também como impulsionadora da atividade econômica.

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