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Seturn sugere criação de consórcio reunindo empresas de ônibus

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TRANSPORTE - Se dependesse dos turistas, travessia de bugues continuaria sendo feita pela balsa

As empresas de ônibus de Natal ainda estão divididas quanto à operação das duas novas linhas que irão utilizar a ponte Forte-Redinha. Hoje, o Sindicato das Empresas (Seturn) irá apresentar à Secretaria de Transporte e Trânsito Urbano (STTU) uma proposta segundo a qual esses dois trajetos seriam explorados por um consórcio reunindo as sete empresas da capital, porém uma delas já se manifestou contrária à idéia.

“O Seturn reuniu na segunda-feira as empresas para desenvolver uma proposta de operação dessas novas linhas, na qual haveria a seguinte divisão: Guanabara, Conceição e Riograndense ficando responsáveis por uma e a Cidade das Dunas, Reunidas, Santa Maria e Via Sul pela outra. Contudo, a empresa Guanabara não aceitou sequer discutir sobre esse consórcio”, declarou o diretor de Comunicação do Seturn, Augusto Maranhão.

O empresário afirmou que, mesmo sem o consenso, a proposta será entregue em nome das seis empresas que acataram a idéia. “Infelizmente, a Guanabara considera-se detentora das linhas da Zona Norte e não quis discutir. Vamos informar à STTU do insucesso da negociação e aguardar o posicionamento da secretaria, pois o que for decidido nós deveremos acatar”, afirmou Augusto Maranhão.

Ele também é diretor da empresa Cidade das Dunas e garante que não há temor quanto a uma possível falta de demanda pelas duas linhas. “Todos os trajetos novos começam assim e vão paulatinamente arregimentando mais passageiros. Se me indicarem (para operar as linhas), eu assumo”, diz. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE não conseguiu contato com os diretores da empresa Guanabara.

O interesse das empresas em operar as novas linhas vai de encontro à posição adotada durante a realização de um processo de escolha interno, aberto em junho, mas para o qual nenhuma empresa se habilitou. Diante da falta de concorrentes, a STTU procurou o Seturn, que se prontificou a dar uma resposta ainda esta semana. A secretária Elequicina Santos, porém, só deverá se pronunciar a respeito do assunto quando tiver a resposta em mãos.

Entre as propostas já analisadas pela secretaria, está a possibilidade das duas linhas fazerem uso de alguma das estações de transferência a serem instaladas na Zona Leste da cidade. Uma delas ficará na avenida Rio Branco, outra por trás da rodoviária da Ribeira e a terceira na chamada “Parada Metropolitana.”

A previsão da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura é de que a ponte será liberada para o tráfego no dia 20 de novembro, logo depois de ser inaugurada pela governadora Wilma de Faria, numa solenidade que deve reunir parlamentares locais e integrantes do governo Lula.

Inauguração da ponte vai desativar serviço da balsa

A inauguração da Ponte Newton Navarro, prevista para o dia 20, irá encerrar os 12 anos de funcionamento das balsas que fazem o trajeto entre Santos Reis e Redinha. A direção da empresa responsável pelo serviço não pôde receber a reportagem para se pronunciar sobre o assunto, mas o fechamento já é de conhecimento até dos funcionários. “Estou aqui desde 18 de agosto de 1995, quando começou o serviço, e sempre soube que essa ponte ia sair algum dia”, aponta Carlos Alberto Cruz.

Segundo ele, seria complicado qualquer empresa manter a estrutura das balsas após a esperada queda de “100% da demanda”, com a inauguração da nova ponte. “A manutenção é muito cara e, mesmo mantendo apenas uma das balsas, só iríamos poder abrir mão de uns quatro, dos cerca de 40 funcionários”, ressalta. Embora ele não confirme, uma das opções é o aproveitamento da estrutura na nova marina que deve ser montada próximo ao porto de Natal.

Para o bugueiro José Gomes, o serviço não vai fazer falta. “Acho que devem suspender o serviço de balsas mesmo, já que teremos a ponte. O problema das balsas é que, quando havia maior procura, chegávamos a perder mais de duas horas parados, uma na ida e outra na volta, só esperando a vez de atravessar”, conta, lembrando que esse tempo poderia ser melhor aproveitado nos passeios.

Mesmo assim, os turistas garantem que irão sentir falta. “Tinha de ter uma balsa, é melhor que a ponte”, considera a publicitária paulista Fernanda Monteiro. Pela primeira vez em Natal, junto com um grupo vindo de Araçatuba, ela lamenta o fim da opção de travessia do rio Potengi. Para o analista de sistemas Pedro Monteiro, o roteiro via fluvial deve ser mantido. “Claro, a balsa é mais interessante”, considera.

As tarifas cobradas foram recentemente ajustadas — entraram em vigor no dia 15 de outubro — e varia de R$ 1,30 (pedestre) até R$ 27,00 (Caminhão Toco/Truque/Ônibus.

Trânsito será gerenciado pela STTU

Apesar de o Governo do Estado assumir a responsabilidade pela manutenção da ponte Forte-Redinha, pelo menos o controle do trânsito no local será repassado à Prefeitura do Natal. Coordenador Operacional do Detran, Pedro Afonso Matos confirmou ontem que a STTU ficará responsável por essa tarefa. “A cidade se divide em regiões e aquela região pertence à jurisdição da secretaria municipal”, explicou.

Ele disse, porém, que o Detran deverá instalar inicialmente a sinalização horizontal (pintada na pista) e vertical (placas) da ponte, mas que a manutenção e a adoção de outros itens, como os redutores de velocidade, caberão à Prefeitura. “Nas cabeceiras, há um contrato com as empresas construtoras para instalar essa sinalização”, informou. Na STTU, já começaram a ser analisadas as medidas necessárias, mas essas só deverão ser definidas quando o Governo do Estado oficializar o pedido para que a secretaria assuma o controle do trânsito.

O secretário Estadual de Infra-estrutura, Adalberto Pessoa de Carvalho, se encontra em viagem a Brasília, mas a Assessoria de Comunicação do Governo confirmou que o Estado ficará responsável pela manutenção da nova ponte, desde os aspectos da obra física, até mesmo itens como a segurança, através da Polícia Militar.

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