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Sidney Poitier, absoluto

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Alex Medeiros 
Nasceu em Miami, cresceu nas Bahamas, venceu em Hollywood e brilhou no mundo. É uma lenda do cinema, um dos maiores nomes em todos os tempos da indústria cinematográfica. Começou a atuar em 1949 e parou em 2004, aos 77 anos, mas permanecendo dirigindo e produzindo enquanto a saúde permitiu. Faleceu ontem, nas Bahamas, prestes a completar 95 anos, e o mundo inteiro o está reverenciando através de toda a imprensa e novas mídias.
Em 1982, Sidney Poitier recebeu da Associação da Imprensa Estrangeira, na festa do Globo de Ouro, o prêmio honorário Cecil B. DeMille, honraria que reconheceu sua contribuição ao entretenimento através da indústria do cinema. Todos repetem seu pioneirismo como primeiro ator negro a ganhar uma estatueta do Oscar, em 1964, mas há uma outra marca que ele estabeleceu pela vontade das plateias femininas que o cultuaram por décadas nas telas.
Ele foi também o primeiro artista negro de Hollywood a se tornar uma referência de beleza masculina, um sex symbol, mesmo que não estivesse em seu próprio desejo carregar tal condição tão comum aos seus colegas brancos.
A postura, o charme e a voz peculiares de Sidney Poitier coloram-no em igualdade de fama às celebridades brancas do seu tempo. Sua presença em filmes atraía plateias, engordava bilheterias e alimentava a imprensa.
Em 24 de março de 2002, no Kodak Theatre, em Los Angeles, o ator Denzel Washington fez a elegante plateia levantar-se quando anunciou o nome de Poitier como o homenageado do prêmio especial pelo conjunto da sua obra.
As maiores estrelas de Hollywood aplaudindo, compenetradas, chorando, sorrindo, em êxtase com a presença mítica e a voz segura daquele senhor de 75 anos que parado ao microfone observava todos e ouvia as suas palmas. Abaixo, o discurso de Sidney Poitier agradecendo por seu segundo Oscar:
– “Cheguei a Hollywood com 22 anos, em uma época diferente da de hoje. Uma época em que as chances de eu estar aqui hoje, 53 anos depois, não seria a meu favor. Naquele tempo nenhuma rota havia sido estabelecida para onde eu esperava ir. Nenhum caminho deixara vestígios que eu pudesse rastrear.
Nenhuma tradição para eu seguir. E, no entanto, aqui estou eu, esta noite, no fim de uma jornada que em 1949 seria considerada quase impossível. E que de fato nunca teria sido posta em movimento se uma série de decisões corajosas e abnegadas não tivesse sido tomada por um punhado de cineastas visionários, diretores, roteiristas e produtores, cada um com um forte senso de responsabilidade pela cidadania da época em que viviam. 
Cada um deles sem medo de permitir que sua arte refletisse suas visões e seus valores, éticos e morais, e, além do mais, reconhecendo-os como seus. Eles sabiam daquilo que teriam que enfrentar, e seus esforços foram extraordinários. E as dificuldades podiam ser grandes demais para superar. Ainda assim, os cineastas perseveraram, falando, através de sua arte, com o melhor em todos nós. E eu me beneficiei do esforço deles. A indústria se beneficiou do esforço deles. A América se beneficiou do esforço deles. E de maneiras maiores e menores o mundo também se beneficiou do esforço deles.
Portanto, com respeito, eu compartilho esta grande honra com o falecido Joe Mankiewicz, o falecido Richard Brooks, o falecido Ralph Nelson, o falecido Darryl Zannuck, o falecido Stanley Kramer, os irmãos Mirisch, especialmente Walter, cuja amizade se encontra no coração deste momento. Guy Green, Norman Jewison e todos os outros que tiveram parte em alterar as probabilidades para mim e para outros. Sem eles, este momento tão memorável não aconteceria e os muitos excelentes jovens atores que apareceram de forma tão admirável não teriam chegado para enriquecer a tradição de fazer cinema na América, como chegaram. 
Eu aceito esse prêmio em memória de todos os atores e atrizes afro-americanos que trabalharam antes de mim em tempos difíceis. Em cujos ombros tive o privilégio de ficar em pé para ver onde eu poderia chegar”.
Naquela cena, Sidney Poitier era uma voz e um mito na sombra da glória, a versão de si mesmo no filme que lhe deu o Oscar, “Uma Voz na Sombra”. 
Supremo
A edição de ontem do The New York Times dedica um editorial, análise e matéria sobre um fato atualmente comum no Brasil e que surge também nos EUA: a interferência da Suprema Corte em questões da alçada legislativa.
Supremo II
Diz um texto assinado por Stephen Vladeck: “Franklin Delano Roosevelt alertou em 1937 sobre os tribunais se tornarem uma terceira casa da legislatura nacional. A história está prestes a se repetir, o Congresso pode e deve intervir”. 
Monopólio
Uma relevante alteração que está sendo feita na Lei Rouanet é a proibição de um evento receber verba do mesmo patrocinador por mais de dois anos, acabando assim um monopólio criado por alguns nomes e marcas de prestígio.
Lucro duplo
Uma mudança que se faz mais que necessário na Lei Rouanet é quanto ao fato de um evento patrocinado por dinheiro público, oriundo dos impostos de empresas, ainda cobrar ingresso, levando o contribuinte a pagar duas vezes.
Censura
O Brasil é mesmo o país da piada pronta. As tropas vermelhas da grande imprensa querem primazia no selo azul do Twitter e pressionam para que antagonistas como Guilherme Fiuza e Bárbara Destefani sejam cancelados.
Parcialidade
Com a pressão do MPF para que o Twitter revele critérios de verificação de perfis e controle postagens que setores da mídia chamam de fake news, só falta os promotores federais produzirem sua versão de manual de jornalismo.
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