O Palácio Felipe Camarão, sede do Executivo Municipal, passou aproximadamente duas horas ocupado por sindicalistas da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), sobretudo aqueles que atuam na rede municipal, em greve desde o dia 15 do mês passado. Eles querem reajuste salarial de 27,08% que, segundo a categoria, corresponde a dois anos sem aumento; e melhoria nas condições de trabalho. O grupo só desocupou o prédio, quando o prefeito Carlos Eduardo se comprometeu a receber uma comissão de sete pessoas na tarde de hoje, às 16h30. Esta foi a segunda vez que a sede da Prefeitura foi invadida neste ano. Em julho foram os permissionários do transporte alternativo, que ficaram por cerca de 30 horas no local.
Os servidores do Sindsaude querem negociar diretamente com o prefeito Carlos Eduardo e com esse argumento conseguiram entrar na manhã de ontem no Palácio Felipe Camarão. Eles chegaram em vans após uma assembleia na Assen. Cerca de vinte representantes entraram com a intenção de marcar audiência. Quando a Guarda Municipal percebeu a quantidade de sindicalistas dentro do prédio impediu que outras pessoas entrassem e chegou a ter um princípio de tumulto na entrada lateral da Prefeitura. Ao meio-dia, quando o prefeito anunciou que receberia a categoria para reunião na tarde de hoje o grupo desocupou o local e o restante dos manifestantes, cerca de 200 pessoas, também saíram da frente do prédio.
“Viemos para marcar uma reunião com o prefeito e fomos entrando, sem violência. Quando eles [os guardas] viram, vieram dizendo que não podíamos entrar aí começou a truculência”, disse a servidora e diretora do Sindsaúde, Célia Dantas. A coordenadora geral, Simone Dutra foi umas das que ficaram do lado de fora. Houve muito empurra-empurra e violência física. O assessor de imprensa do sindicato, Gustavo Sixxel disse que levou spray de pimenta nos olhos.
Outro atingido foi o técnico de enfermagem André Ferreira, que trabalha no Centro de Saúde do Vale Dourado. “Fui agredido, jogaram pimenta na minha cara, me deram três murros pelas costas e me imprensaram no portão. Vinte anos de carreira nunca passei por isso”.
Após o fim da ocupação, o chefe de gabinete, Adriano Gomes, disse que essa seria a postura em casos de “exagero”. “O prefeito não negocia sob pressão”, definiu. O prefeito Carlos Eduardo não gostou da pressão feita pelos sindicalistas e tentou sair do prédio mais de uma vez enquanto a ocupação durou e só conseguiu sair após o anúncio da reunião de hoje.
O Município alega quenão há como aumentar a margem de reajuste de 8% com pagamento a partir de janeiro de 2014, contraproposta apresentada no dia 11 de outubro.