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Sindicalistas pressionam pela manutenção do imposto

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Brasília (AE) – O lobby pela manutenção da cobrança do imposto sindical ganhou terreno no Senado. O senador Paulo Paim (PT-RS), relator do projeto na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), avisou ontem: “Não vamos aceitar uma única vírgula que prejudique a organização dos trabalhadores”. Ele e os senadores Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Francisco Dornelles (PP-RJ), respectivamente relatores do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), prometeram fazer um relatório conjunto e “em defesa dos trabalhadores”.

A expectativa é que a proposta seja votada na quarta-feira (7) em conjunto nas três comissões. Depois, o projeto segue para apreciação em plenário. “Vamos trabalhar em conjunto. Trabalhar para fazer uma proposta mais democrática possível e vamos ter um bom resultado”, confirmou Lúcia Vânia (PSDB-GO), aplaudida calorosamente pelos sindicalistas. As declarações foram dadas ontem em audiência com sindicalistas, no Senado. Era para ser uma audiência pública, mas pareceu mais uma assembléia de sindicalistas.

O clima de sindicato foi tamanho que chegou ao ponto de Paim, presidente da sessão, ex-sindicalista, chamar o evento de “assembléia” e se dirigir aos presentes, em seu discurso, como “meus amigos”. Durante as mais de 3 horas de debate sobre o projeto que prevê o fim da obrigatoriedade do imposto sindical, sindicalistas lotaram o auditório Petrônio Portella (com capacidade para 499 lugares) no Senado em plena véspera do feriado de Finados.

Usando o poderio que têm no governo do presidente e ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, as centrais sindicais não se constrangeram em fazer lobby junto aos senadores para evitar que, a exemplo do que ocorreu na Câmara, o projeto que prevê o fim da obrigatoriedade da contribuição seja aprovado no Senado. A audiência pública mostrou uma união jamais vista entre as centrais sindicais. Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores (CUT), que inúmeras vezes se degladiaram para medir forças e poder, ontem estavam do mesmo lado: ambas contra o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. E foi assim com inúmeras outras agremiações representantes de sindicatos e classes.

Apenas o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) e um tímido grupo de 20 servidores federais que apóiam a emenda dele, aprovada no último dia 17 na Câmara – e que torna facultativo o pagamento da contribuição sindical -, tentaram, sem sucesso, provar aos sindicalistas que a obrigatoriedade do imposto é “ilegítima”. Atualmente, o tributo é descontado de forma automática do salário do trabalhador uma vez por ano. O valor é equivalente a um dia de trabalho. “Esse imposto é ilegítimo. Os sindicalistas precisam dele para meter a mão no bolso do trabalhador. O imposto é uma excrescência”, afirmou Carvalho. Ele foi hostilizado e chamado de “inimigo do trabalhador”, “farsante” e “traidor” pelos sindicalistas, que chegaram a exibir um cartaz em protesto à posição do parlamentar.

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