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Sinha contra tudo e todos no México

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EXPECTIVA - Sinha ainda não sabe se estará na SeleçãoNascido numa família com “tendências” ao futebol, o destino de Antônio Naelson Matías, ou simplesmente Sinha, 28, logo se revelou. Descoberto em Itajá, no Vale do Açu, região central do Rio Grande do Norte, o meia é um dos jogadores com passaporte carimbado para a Copa da Alemanha, só que pela seleção mexicana. Isso mesmo: México.

Primo de Bebeto, ex-América, e Souza (ex-Corinthians, São Paulo e Flamengo), atual meia do América de Natal no início do Campeonato Brasileiro da Série B, Sinha, que já está há nove anos jogando no México, conseguiu a dupla nacionalidade em 2001. De lá para cá, o meia potiguar passou a ser nome certo nas listas do técnico Ricardo Lavolpe.

Sua primeira convocação foi para disputar as Olimpíadas de 2004, quando a equipe não passou da primeira fase. Sinha também esteve com Ricardo Lavolpe na Copa das Confederações de 2005, onde enfrentou o Brasil na vitória de 1 a 0 dos mexicanos na primeira fase. Sinha marcou um dos gols da equipe na estréia no torneio, em que o México derrotou o Japão por 2 a 1. Foi titular também na semifinal, em que não conseguiu evitar a derrota os pênaltis para a Argentina.

Ao mesmo tempo em que vive a expectativa para estar na lista dos 23 convocados do técnico Ricardo Lavolpe para a Copa do Mundo, o jogador sofre com a resistência da opinião pública, imprensa e de parte dos jogadores da seleção, que não vêem com bons olhos a presença do jogador com sotaques Nordeste-brasileiro-mexicano.

Hábil e veloz, o meia se destacou no Brasil pelo Rio Branco de Americana (SP). No México, teve passagens pouco marcantes pelo Monterrey, Saltillo e Mexiquense – conquistando seu espaço no futebol local no Toluca. Na equipe da cidade de mesmo nome, o meia conquistou o Torneio Verano de 2000, além dos torneios Apertura de 2002 e 2005. Em 2003, o time de Sinha e Israel López levou o título da Copa dos Campeões da Concacaf, torneio do qual foi vice em 2006.

Sinha conquistou técnico após três gols

Sinha conquistou de vez o técnico Ricardo Lavolpe ao marcar três gols nas eliminatórias que levou o México à Copa de 2006 em 1° lugar, ao lado dos EUA. Operado no joelho, no final do último mês de fevereiro, o jogador não disputou os amistosos do time diante de Gana e Paraguai, em março, e luta contra o tempo para entrar em forma e chegar bem no Mundial da Alemanha.

Até o mês passado, Sinha já havia disputado 28 jogos pelo México desde 2004, 27 deles como titular, e marcado quatro gols. Em 2005, participou de 21 partidas, sendo um dos mais assíduos nas convocações de Lavolpe. Embora não seja um artilheiro nato – marca, em média, cerca de um gol a cada dez jogos do Toluca, Sinha cumpre função fundamental na equipe, já acumulando mais de 200 jogos pelo time na Série A mexicana desde 2000.

O atleta marcou um de seus gols mais importantes pela seleção em março de 2005, frente aos EUA, nas eliminatórias da Copa. O México venceu por 2 a 1 no estádio Azteca, comemorando uma vitória crucial sobre o maior rival hoje dos mexicanos – conforme o próprio Sinha faz atualmente questão de afirmar, tanto por motivos esportivos quanto pela complicada relação política e econômica entre os dois países que fazem fronteira.

Itajá entra no clima da Copa

A presença de Sinha na lista de pré-convocados para o Mundial da Alemanha gerou um clima de expectativa na cidade de Itajá, que vive a iminência de ver um dos seus “filhos pródigos” disputar a maior competição do planeta. A cidade que vai se transformando num centro exportador de atletas para o país da América Central promete dividir as atenções na Copa entre as seleções brasileira e mexicana. Para se ter uma idéia da gratidão do povo itajaense pela nação estrangeira, vale salientar que muitos moradores da cidade torcerão contra o Brasil, quando as equipes se cruzaram na fase de classificação da Copa das Confederações, no ano passado.

“Lá em casa pelo menos, todos torcemos pelo México. Temos que torcer pelo sucesso do nosso irmão, não para os jogadores brasileiros que não sabem nem que a gente existe”, confessou Nelson Matias, 29 anos, irmão de Sinha.

A mesma linha de pensamento tem o primo do famosos jogador “mexicano”, Santiago Lopes, 24 anos. “Além de torcer para os mexicanos, ficamos na torcida para que Sinha fizesse, pelo menos, dois gols no Brasil. Não podemos querer o bem para os jogadores que não possuem nenhuma ligação com a nossa cidade”, disse, ressaltando que a cidade de  Itajá quando a seleção tricolor estiver em campo, será sempre um distrito mexicano”, salientou Santiago.

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