quinta-feira, 25 de abril, 2024
32.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

Sintonize no Rock

- Publicidade -

Tádzio França
Repórter

O rock ‘n roll é a música mais popular do planeta. Nem precisava de dia oficial, mas criaram um: o 13 de julho, data do mega festival beneficente Live Aid, em 1985, foi cravado no calendário como Dia Mundial do Rock. Como num solo extenso de guitarra, o gênero vive em Natal suas variações de altos e baixos. Bares específicos e programações alternativas permitem que o rock continue dando seu recado como trilha sonora de festas que atravessam gerações. E este é um fim de semana de rock, bebê.

Bar do Wesley
O Wesley’s Bar, em Ponta Negra, é tudo que se espera de um lugar “roqueiro”: escuro, pequeno, com muitos drinques e cervejas. Para o proprietário Wesley D’Elia Oliveira, não é só pose. “Meu histórico com bares rock em Natal é antigo. Há mais de 10 anos invisto em lugares como esse, que tocam a música que eu gosto”, afirma. A trilha sonora demarca território: às quintas, o DJ Magão faz sets com música e vídeos 100% roqueiros. Nesta sexta, a banda Side Control toca um tributo ao Pink Floyd, e no sábado mais clássicos com Hendrix Cover e Os Grogs. A casa abre às 20h, e os shows começam às 23h.

Wesley ressalta que em breve o bar passará por uma reforma simples para ampliar seu espaço, e finalmente ganhar um palco fixo para as bandas. Está previsto para o final de agosto. Será uma forma de estabelecer a programação da casa e dar mais opções ao público de rock – que, para ele, está carente. “O público existe, os lugares é que diminuíram. Nossa sorte é que o bar em si é uma atração, as pessoas vêm só para conversar beber. Mas quero sim incrementar os shows”, diz.

Haja Rock
O guitarrista Gustavo Cocentino encabeça no sábado o tributo a Jimi Hendrix no Wesley’s, um dos seus maiores ídolos no rock. Ele toca profissionalmente desde 1996, e em Natal, participa de vários projetos que têm guitarras à frente. Gustavo criou o projeto Feijão com Rock há 11 anos, e participou de bandas como Bourbon 33, Mr. Blues e Mr. Groove, e atualmente mantém o bluseiro Blue Mountain e rock/pop Moby Dick. Suas referências vão de Raul Seixas a Lynyrd Skynyrd. Para Gustavo, desde que chegou a Natal nos anos 90, a cena rock é volúvel. “Agora, estamos com poucos bares. E o público existe, mas ainda tem problema em consumir. Não se mantém uma cena sem grana”, diz.

Rock & paquera
O Whiskritório, em Capim Macio, é celebrado como o lugar de paquera favorito dos notívagos locais, mas também é conhecido pela dedicação roqueira da programação. Nesta sexta-feira, traz as bandas Moby Dick e Salada tocando um repertório dedicado ao rock nacional dos anos 80. Já no sábado, pesará a mão com shows das bandas Jack Black, Qvuatre, e uma cover do Iron Maiden, para a alegria dos muitos fãs do heavy metal inglês.

Rock Solar
Rock Solar
A baixista Ana Morena era uma garota que amava Beatles, Rolling Stones e Mutantes. Começou a tocar com 14 anos e ter banda com 17. Já tocou em grupos como Memória Rom, Officina, Allface, entre outros de curta duração. Atualmente firmou presença na Camarones Orquestra Guitarrística, banda de rock instrumental que fez turnê recente pela Europa e segue no 2º semestre para o norte do Brasil. Ana também mantém, junto com o parceiro de palco e da vida Anderson Foca, o Centro Cultural DoSol, que reúne selo, produção, e shows. A partir de agosto vai celebrar 10 anos de atividades, numa série de seis datas com rap, metal, rock e indie. Dia 02/08 terá Far From Alaska, Kung Fu Johnny e Camarones. Ana Morena conta que o DoSol prosseguirá com o projeto “Incubadora”, produzindo cinco artistas potiguares para apresentar ao mercado local e nacional. Para ela, o momento roqueiro é bom no quesito produção artística. “Temos ótimas bandas produzindo e viajando, se destacando no circuito indie nacional. Em contraponto, temos poucos lugares em Natal onde esses artistas possam tocar, já que muitos deles fecharam”, diz.

Rock DJ
Rock DJ
DJ oficial do Wesley’s, Magão está na noite desde 1997. Conta que já tocou música eletrônica, mas o seu beat real é o do rock. “Sou o único DJ da cidade a investir em rock. É o meu diferencial. Gosto de música eletrônica, mas não é minha vibe pra tocar”, afirma. Ele ressalta que escuta rock desde os seis anos de idade, através das fitas cassetes originais do pai. “Beatles e Rita Lee são os que mais lembro”, diz. Um DJ de rock não está preocupado com as BPMs da música, como os de dance music. “Procuro manter as vertentes de rock próximas uma das outras para que o set fique coerente e as pessoas curtam melhor”, explica. E pra quem acha que não há espaço para o DJ brilhar no rock, ele adianta: vai abrir o show do Ira! no Teatro Riachuelo. 

El Rock
El Rock
O El Rock já diz a que veio logo pelo nome. O ex-Hell’s Pub, no alto de Candelária, sempre teve fama rock ‘n roll. O novo proprietário, Leo Balah, afirma que o espaço assumiu uma cara mais casa de shows, e tem programação de quinta a sábado. “O Hell’s era muito focado no rock clássico, e eu quero mostrar novas propostas”, diz. Às quintas, abre para bandas indie, com propostas mais autorais. Nesta sexta, tocará a banda Yankes, adepta do rock dos anos 90 em diante, como Foo Fighters e Nirvana. E no sábado, para os clássicos, o Black Sabbath cover. “São os pais do metal, mas vão além dos metaleiros”, ressalta. Leo, que já tocou em bandas como a Peixe Coco, conta que é mais fácil trabalhar com rock do que há 10 anos. “O nome da atração é importante para chamar as pessoas”, acredita.

Primeira voz
Carmem Pradella foi a voz principal das noites rockers dos anos 90 em Natal. Já cantou para bandas como Chronic Missing, Boca de Sino, e Sétimo Selo. Atualmente está à frente do Projeto Acústico que, dependendo do palco e evento, também pluga a guitarra. “O repertório é voltado para o pop/rock atual, mas sem deixar de lado os clássicos dos anos 60 em diante. Tocamos Creedence, Doobie Brothers, Pink Floyd, Bob Dylan, entre outros”, explica ela, que ouve rock desde os 14 anos, de Iron Maiden a Pearl Jam.

Neste sábado, o Acústico tocará no Old Five, às 19h, e no Blues Brazil, às 23h. Os dois shows dedicados ao Dia do Rock.
Carmem não tem problema em se dividir entre o rock e o pop, mas vê que a maioria do público natalense atual está preferindo gêneros mais populares, como o sertanejo universitário. “O público das antigas ainda existe, mas a maioria tem filhos, é complicado sair à noite. Antigamente tinha mais lugares voltados para o rock. Mas tudo depende dos lugares que você frequenta, das pessoas, e de como você se sente”, analisa.

AS PREFERIDAS DO DIA

DJ Magão, no Wesley’s Bar
O top 10 roqueiro do DJ estará no setlist: Blur – Song 2; Red Hot Chili Peppers – Give it away; The Doors – Break on throught; Janis Joplin – Try; Dire Straits – Sultans of swing; Nirvana – Smells like teen spirit; Strokes – Juicebox; Ramones – I wanna be sedated; Twisted Sisters – We’re not gonna take; The Cure – Boys don’t cry

A baixista Ana Morena (baixista do Camarones e produtora do Centro Cultural DoSol): AC/DC, Nirvana, Rage Against The Machine, Brian Setzer Orchestra, e Jack White.

Favoritos de Wesley Oliveira (Wesley’s Bar): Elvis, Beatles, Johnny Cash, Ramones, Iron Maiden, Metallica, Sepultura, Slayer.

Favoritos de Carmem Pradella  (Projeto Acústico): The Cranberries, Creedence, Metallica, Doobie Brothers, Beatles, Dire Straits, Pink Floyd, Bob Dylan.

Favoritos de Gustavo Cocentino (Mobydick, The Blue Mountain e Feijão com Rock): Jimi Hendrix, Raul Seixas, Lynyrd Skynyrd, Creedence, Eric Clapton, Allman Brothers, Rolling Stones.

Favoritos de Leo Balah (El Rock): Beatles, Ramones, Led Zeppelin, Sepultura, Rage Against The Machine, Nirvana, Bad Religion, Dead Kennedys, Titãs, Raimundos.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas