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Situação da Dengue pode se agravar no verão

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DENGUE - Lúcio Pereira considera a situação atual bastante preocupante

As chuvas que caíram nos últimos dias em Natal mal deram para esfriar o tempo, mas já foram suficientes para aumentar a preocupação com a proliferação do mosquito da dengue. Com os agentes de saúde do Município há 43 dias em greve, o temor de que a falta de combate preventivo ao problema se transforme na multiplicação dos casos vem tomando conta de quem trabalha na área de saúde. Aliado a isso, um outro dado preocupante: a quantidade de notificações não diminuiu de forma significativa, mesmo após o período chuvoso.

“Normalmente temos o período crítico entre março e agosto, quando mais chove, e depois esse número cai bastante. Ao contrário do que historicamente ocorre, este ano o número de casos não sofreu uma curva decrescente tão acentuada depois das chuvas”, constata o coordenador do Programa Municipal de Controle do Dengue, Lúcio Pereira. Segundo ele, somando-se a greve e as chuvas que voltaram a cair, o quadro se torna mais delicado quanto aos registros da endemia nos próximos meses.

“O problema da dengue passa diretamente pela questão da oferta de criadouros do mosquito e quando chove subtende-se que os depósitos deixados ao ar livre vão acumular água e aumentar a oferta dos criadouros, então a tendência é dos casos aumentarem”, ressalta Lúcio Pereira. Atualmente, mesmo com a maioria dos agentes em greve, o programa tem mantido cerca de 40 supervisores atuando nos casos em que há confirmação. Eles vão até o local e também podem fazer uso do carro “fumacê”, se for comprovada a presença de um foco nas proximidades.

Paralisação

Apesar dessa estrutura, o coordenador reconhece que a paralisação dos agentes prejudica o combate ao mosquito. “São eles que fazem a visita preventiva. De dois em dois meses têm de ir a todos os imóveis e, se há interrupção, alguns imóveis acabam não sendo vistoriados”, aponta. Os agentes, porém, não estão integralmente em greve, já que cerca de 90 dos 450 vêm atuando. O número, porém, está bem abaixo do mínimo necessário. “Precisamos ter, pelo menos, 334 agentes em ação, já que temos 334 zonas de trabalho pela cidade”, explica.

Outro temor, tanto da população quanto dos especialistas, este em nível nacional, é com a possível chegada da dengue tipo 4 ao Brasil. “Já houve um susto de um caso suspeito, mas por enquanto foi apenas isso, um susto. Com a introdução desse novo tipo pode aumentar ainda mais o problema”, entende Lúcio Pereira.

População teme aumento de casos

Quem atua diretamente com os pacientes que sofrem com a dengue lamenta a demora para que Secretaria Municipal de Saúde e os agentes cheguem a um consenso. Diretora do Centro de Saúde do bairro das Quintas, Janice Azevedo teme pelo agravamento da epidemia. “Esse é um motivo a mais de preocupação para a gente. Além da greve, com a volta das chuvas as águas empoçam e acabamos registrando mais casos”, afirma.

Somente em outubro, foram 29 notificações no bairro, cerca de uma por dia. Até 10 de outubro, as Quintas era líder no número de registros da doença, com 274 casos notificados. Porém, grande parte das vítimas sequer moram na região. “Muitos nem são daqui, mas dão endereço local para se consultar no hospital Giselda Trigueiro”, ressalta a diretora do centro de saúde. Ela reconhece, contudo, que também são vários os casos não notificados. “Muita gente já ouviu falar de como se trata, acaba só usando o paracetamol e nem sequer procurar o centro de saúde, nem o hospital”, aponta.  

No bairro de Nossa Senhora da Apresentação, zona Norte da cidade, os registros também continuam acontecendo.

“Ontem mesmo teve uma criança, de dois anos de idade, com sintomas que poderiam ser de dengue, ou até mesmo de rubéola”, afirma o enfermeiro Severino Ribeiro, do posto de saúde local. Ele considera que a probabilidade de aumento dos casos é grande, devido à greve e à volta das chuvas. “Os reservatórios vão acumular água e a tendência é do mosquito proliferar”, enfatiza. 

Dia D é realizado hoje nas Rocas 

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal, está promovendo hoje o Dia Municipal de Mobilização Social no Controle da Dengue, “Dia D”, no bairro das Rocas, zona Leste da capital.

A mobilização visa sensibilizar com atividades educativas, despertando na população, atitudes de prevenção para manter o controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

O Carnadengue “Abre Alas Contra a Dengue” é uma caminhada que tem início às 8 horas, seguindo as Ruas João de Deus, Cauby Barroca, Décio Fonseca e São Jorge retornando até o pátio da feira, onde acontece a abertura oficial. O Carnadengue contará com a presença de representantes da SMS, do coordenador do CCZ, William de Miranda Bonfim, gerentes de distritos e profissionais de saúde.

Durante a manhã haverá apresentações de escola de samba; Estandartes das Escolas Municipais e Estaduais e do Pelotão da Saúde da Secretaria de Saúde de Educação. O CCZ promove ações de controle da dengue durante o ano todo. A equipe dos profissionais do CCZ,visitam casa a casa, rastreando os locais em que haja depósitos vulneráveis a proliferação do mosquito, onde é feito o tratamento de rotina – químico (fumacê) ou biológico e manejo. Além disso, a equipe realiza educação preventiva na população.

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