terça-feira, 23 de abril, 2024
25.1 C
Natal
terça-feira, 23 de abril, 2024

Skank supervaloriza transporte de “mulas”

- Publicidade -

Rio – O skank, a droga que vale mais do que ouro, está supervalorizado por causa da dificuldade dos traficantes para trazê-lo ao País. O cheiro forte é o principal empecilho ao serviço das chamadas ‘mulas’, que fazem o transporte principalmente na rota Holanda-Brasil, quase sempre, com algumas escalas, a maioria dentro da Europa.

Mas com o mercado consumidor em alta, os valores para quem se arrisca também aumentam. Segundo investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, um transportador chega a embolsar cerca de 5 mil euros (R$ 13,7 mil) por trecho viajado. “Além desse dinheiro, a ‘mula’ ganha as passagens e um cartão clonado para usar em eventuais despesas”, conta o delegado da 16ª DP (Barra da Tijuca), Rodrigo Oliveira.
As táticas são variadas. A principal delas é sair do Rio com a passagem de volta para casa já marcada. Na Europa, porém, as ‘mulas’ trocam seus bilhetes e incluem outros países na rota, tentando não deixar rastros.

Cocaína ainda é mais rentável para as ‘mulas’

Comissário de bordo de uma empresa brasileira, Y. trabalhou durante anos em vôos entre Rio e Amsterdã e sabe como funciona o esquema. “É um trecho muito visado, assim como Londres. É bem mais fácil entrar por Lisboa, Paris, Madri”, explica, acrescentando que o tráfico de cocaína ainda rende bem mais do que de qualquer outra droga: “Quem leva 20 quilos de pó consegue ficar com uns 50 mil dólares (R$ 118 mil)”.

Rodrigo Oliveira afirma que, no caso do skank, é difícil trazer tanta droga de avião. “Os traficantes vêm com três, quatro quilos. Mas muita coisa vem nos contêineres dos navios”, diz.

O titular da 16ª DP, Rodrigo de Oliveira, que já esteve à frente da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e investigou quadrilhas que abastecem a classe média alta, acredita que o consumo do skank ainda permanece restrito a usuários com alto poder aquisitivo porque a droga não existe em países que fazem fronteira com o Brasil.

“Se houvesse plantação na América do Sul, traficantes teriam muitas outras formas de fazer o skank entrar aqui. Assim, a droga seria mais barata e se espalharia com facilidade. Para a polícia, o combate seria muito mais complicado”, analisa o delegado.

 

 

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas