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SMS Natal adota uso da ivermectina contra a covid-19

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Ícaro Carvalho
Repórter
A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS Natal) iniciou o uso de um antiparasitário no tratamento preventivo do novo coronavírus. A ivermectina já consta no novo protocolo médico do município, publicado nesta semana, e o remédio vai ser utilizado como uma medida de prevenção à Covid-19. No documento da SMS Natal, assinado pelo secretário George Antunes, há também a possibilidade de administrar, nos tratamentos para a Covid, a cloroquina, hidroxicloroquina e a azitromicina, que podem ser aplicadas nos pacientes de forma associada. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN), no seu protocolo, não recomendou o uso de nenhum desses medicamentos.
Deise Ferreira, técnica do Lar de Idosos Jesus Misericordioso, na zona Norte de Natal, destacou que idosos que fizeram uso da medicação apresentaram melhoras
#SAIBAMAIS#De acordo com o secretário de saúde de Natal, George Antunes, o fármaco vai começar a ser utilizado a partir da semana que vem nos profissionais de saúde do município. A ideia é que o medicamento seja repassado, inicialmente, aos hospitais de Natal, profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e posteriormente, às Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para o tratamento precoce da doença.
“Primeiro a Ivermectina vai fazer um papel profilático (preventivo) em um grupo de pacientes e auxiliar no protocolo na fase inicial da doença, no início dos sintomas. Mas principalmente no papel profilático”, explicou Antunes. O titular da pasta disse ainda que o fármaco não se trata de uma “vacina”. “É uma medicação que previne a replicação viral. Por isso, que ela é tomada periodicamente. Não é uma dose única que você deixa de tomar pela vida toda, como uma vacina. O tratamento é semanal, são doses únicas por semana”, comentou.
Com relação ao uso da Ivermectina em pacientes, o novo protocolo da SMS Natal explica em quais características a medicação poderá ser administrada. O documento, publicado no Diário Oficial do Município na terça-feira, 2, mostra que o medicamento será utilizado em pacientes com até cinco dias de sintomas caso o usuário esteja impossibilitado de receber a hidroxicloroquina ou a cloroquina. O protocolo da SMS Natal trata ainda da possibilidade de associar a ivermectina a azitromicina. 
George Antunes destacou que medicação deverá ser usada por profissionais de saúde de Natal
Estudos
O capítulo 11 do documento da SMS Natal, que trata da quimioprofilaxia para Covid-19, cita que “estudos in vitro (laboratório) mostram que a ivermectina reduz a aplicação de RNA viral do SARS-COV-2. Considerando seu perfil de segurança farmacológico, larga experiência de uso clínico em outras doenças, custo e comodidade posológica, esse medicamento revela-se como uma opção a ser utilizada não somente para tratamento, como também para profilaxia, somada a outras intervenções não medicamentosas”. A proposta, portanto, descrita no protocolo, é de que o esquema profilático seja sugerido para profissionais de elevado risco de exposição (profissionais de saúde, de segurança, bombeiros) e para indivíduos com fatores de risco para desenvolverem a forma grave da Covid-19. 
O protocolo da SMS Natal também autoriza o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina nos pacientes internados nas unidades de saúde da capital potiguar. “A decisão é 100% do médico. Ele não é obrigado a usar o protocolo. Assim também como o paciente tem também o direito de querer fazer o uso desses medicamentos”, informou George Antunes, acrescentando que um termo de consentimento por parte do usuário precisa ser assinado concordando que fará uso dos remédios.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN), não recomendou nenhum desses três medicamentos em seu mais recente protocolo, publicado no dia 28 de maio. “A prescrição de medicações com potencial antiviral (cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, por exemplo) para SARS-COV-2 ainda possui baixo respaldo científico. Estudos que avaliem o potencial benefício dessas drogas ainda estão em andamento. Deve-se evitar o uso de corticosteróides nessa fase de replicação viral”, detalha o documento. 
“A ivermectina não está no protocolo da Sesap/RN e cai no mesmo critério da cloroquina e hidroxicloroquina. São medicamentos com potenciais ações em laboratório, mas quando a gente vai colocar nas pessoas não temos certeza porque não tem nenhum estudo que mostre segurança e eficácia”, comentou Igor Thiago Borges de Queiroz e Silva, à TRIBUNA DO NORTE, um dos médicos responsáveis pelo protocolo e presidente da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia. 
“A realização de protocolos específicos elaborados por comitês científicos que assessoram as autoridades sanitárias são diretrizes que devem respeitar a autonomia do médico prescritor e do paciente”, disse o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremern), Marcos Lima de Freitas. 
Fernando Suassuna defende o medicamento
Um dos entusiastas do uso do medicamento na chamada profilaxia, isto é, na prevenção da doença, é o infectologista e imunologista Fernando Suassuna. De acordo com o médico, que vem estudando a Ivermectina há alguns meses, em laboratório, a medicação, em 48h, “consegue eliminar 97% dos vírus dentro das células e 94% no sobrenadante das células. Seria uma ação efetiva e rápida”, comentou, citando estudos internacionais. 
A segunda evidência, segundo Fernando Suassuna, é um estudo feito nos Estados Unidos com 1.400 pacientes, em que 700 tomaram Ivermectina e outros 700 não tomaram. “A mortalidade de quem tomou foi 1,85%. Quem não tomou foi 8,5%”, apontou. 
Suassuna disse que, numa instituição de longa permanência de idosos, na zona Norte de Natal, o medicamento foi utilizado, para escabiose, em fevereiro, em 27 idosos. No dia 18 de maio, alguns dos idosos começaram a apresentar sintomas da Covid. Na semana passada, doses de reforço da ivermectina foram aplicadas de um a três dias, a depender do usuário. Os resultados, segundo Fernando Suassuna e Deise Ferreira, responsável técnica da casa, foram satisfatórios.
Dos 27 idosos, cinco deles, entre 70 e 82 anos, registraram positivo para Covid.  Enquanto uns ficaram assintomáticos e outros apresentaram sintomas leves. Nenhum foi hospitalizado. “Todos eles tomaram uma dose de reforço de ivermectina ao ser confirmada a pandemia”, confirmou Suassuna.  
“Os idosos são grupo de risco, que vão para UTI, que são entubados. Isso na Medicina é um fato, que muitas pessoas comprovaram. Os funcionários também tomaram o medicamento, à época e agora, e todos os nove funcionários evoluíram de forma satisfatória, inclusive grupos de risco. Isso é o que temos com a ivermectina”, comentou. “Tem uma segurança grande, dá pouco efeitos colaterais, não ataca o coração nem os rins. Tem que ter cuidado com o fígado, não pode ser usado em gestantes ou mulheres que amamentam. Tem precauções”, ponderou. 
Segundo ele, já há um protocolo sendo estudado no Conselho Regional de Medicina (Cremern) para recomendar o uso do medicamento para profissionais de risco, como agentes de saúde e segurança pública e trabalhadores essenciais. Além disso, o Conselho avalia se o fármaco é aconselhado também, de forma preventiva, para pessoas em grupos de risco, como pessoas acima de 60 anos, pessoas com obesidade, diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares. 
De acordo com a nutricionista e responsável técnica da Casa de Idosos Jesus Misericordioso, Deise Ferreira, os pacientes que fizeram o tratamento “tiveram uma boa recuperação e já estão todos assintomáticos e evoluíram bem”, além de estarem fora do período de transmissibilidade.
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