SMS Natal avalia propostas para abertura de Hospital de Campanha

Repórter

A Secretaria Municipal de Saúde do Natal deverá anunciar nesta quinta-feira, 30, a empresa vencedora da licitação para contratação de profissionais diversos, com exceção de médicos. A pasta depende dessa empresa para colocar em operação o Hospital de Campanha montado no antigo Hotel Parque da Costeira, na Via Costeira. O primeiro processo licitatório foi anulado pelo prefeito Álvaro Dias.

#SAIBAMAIS#De acordo com o titular da SMS Natal, George Antunes, o contrato que será assinado com a empresa vencedora tem orçamento fixado em R$ 19 milhões para o período de seis meses. O recurso, segundo ele, só será aplicado em sua totalidade caso ocorra a efetiva prestação do serviço. Parte dos profissionais contratados serão direcionados ao Hospital dos Pescadores, nas Rocas, e ao Hospital Infantil Sandra Celeste, em Lagoa Nova.

Com a Cooperativa Médica, que vai fornecer mão de obra médica para escalas ordinárias e plantões, o contrato é de até R$ 3,6 milhões por seis meses. Há ainda contratos para assistentes de serviços gerais e vigilantescujosvalores não detalhados pela SMS Natal. Nesta semana, a Justiça do Trabalho proibiu a  SMS de contratar profissionais médicos por meio de empresa terceirizada, determinando que a contratação fosse de forma direta, em caso de temporária, ou por cooperativas.

Esta será a terceira tentativa da SMS Natal de colocar em funcionamento o Hospital de Campanha. Estão previstos 120 leitos, sendo 100 deles de clínica médica e outros 20 de UniUTI. O hospital vai receber casos leves e moderados de Covid-19. 

Para viabilizar a estrutura, foram reservados R$ 8 milhões. Os valores gastos estão sendo tabulados pela secretaria, mas segundo George Antunes, não devem passar desse valor. O custo pode chegar a R$ 12 milhões, em caso de ampliação de leitos. 

“Caso essa pandemia nos surpreenda e esses 100 leitos não sejam suficientes, temos um espaço ainda para aumentar mais 100 leitos, mas terei uma despesa menor. Não irei gastar os mesmos R$ 8 milhões, porque já tenho uma estrutura montada e só vou terminar. Mas é se houver necessidade”, garantiu.

A unidade começou a ser viabilizada no final de março, após um acordo com a Justiça do Trabalho do RN. O imóvel onde funcionava o Hotel Parque da Costeira estava desocupado desde 2019, quando parou de receber hóspedes, e estava em posse da Justiça para pagamento de dívidas trabalhistas. A cessão do local foi requisitada pela Prefeitura do Natal para a instalação do Hospital de Campanha. De acordo com o juiz do trabalho Cácio de Oliveira Manoel, após o quadro de pandemia, o prédio voltará para leilão.

A falta de respiradores no mercado está sendo um empecilho para abertura de leitos nos hospitais municipais de Natal. Sem o equipamento, 16 leitos “prontos” no Hospital Municipal Newton Azevedo estão sem  receber pacientes. Os outros nove leitos estão ocupados.

De acordo com o secretário George Antunes, pelo menos 10 respiradores pertencentes à Secretaria estão quebrados e passando por manutenção. Além disso, a Prefeitura tenta comprar os aparelhos, que segundo o secretário, estão apresentando altos valores e escassez no mercado.

“Um equipamento que custava R$ 50 mil, tem gente querendo vender a R$ 400 mil. Temos mais de 10 respiradores para consertar e estamos consertando vários deles. Alguns estamos com dificuldade pois as peças vem de fora”, comentou.

Há ainda a expectativa para outros 20 leitos de UTI no hospital de campanha, que ainda estão sem data para serem viabilizados justamente pela falta de respiradores. O secretário disse ainda que, com quatro respiradores disponibilizados recentemente, a ideia é abrir leitos na ala de enfermaria do hospital municipal.