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Solução é o transporte de massa

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MERCADO - Venda de motos supera a de automóveis no ano de 2006 no RNJá que não há como aumentar a largura e a extensão de todas as ruas e avenidas, a melhor saída para reduzir o impacto do crescimento da frota é distribuir melhor os passageiros, ou seja, fazer com que troquem o automóvel, no qual trafegam geralmente sozinhos, pelos alternativos, ônibus e trens urbanos. Porém, essa transição não depende apenas da vontade. É preciso garantir qualidade ao transporte coletivo e torná-lo mais atraente.

“A saída para a melhoria do trânsito é, com certeza, os investimentos em transporte de massa”, reconhece o técnico do Departamento de Planejamento da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito Urbano, Walter Pedro da Silva. Segundo ele, as três esferas de governo estão cientes dessa realidade, porém anda há resistência, muitas vezes por parte da população. “Priorizar o transporte coletivo significa tomar medidas que são tidas como antipáticas por muitos”, aponta, citando a criação dos corredores exclusivos de ônibus.

Hoje, no entanto, grande parte dos agentes financiadores só liberam recursos para projetos que levem em conta a atenção ao transporte de massa. “A política de transporte no Brasil sempre deixou muito a desejar, oferecendo mais facilidades para o acesso ao veículo individual, que, por exemplo, para a renovação da frota de ônibus”, compara.

Walter Pedro entende que cabe aos automóveis e não aos coletivos buscar rotas alternativas, por isso os investimentos devem priorizar o tráfego desses últimos. “As medidas dão resultado.  A implantação das estações de transferência se refletiu no aumento de usuários no sistema, assim como as faixas exclusivas para ônibus também aumentam a velocidade das faixas reservadas aos automóveis.”

Atualmente, a grande preocupação da STTU com o trânsito da capital recai sobre a Zona Norte, onde a ponte Newton Navarro deve minimizar o “gargalo” da ponte de Igapó e outros R$ 72 milhões deverão ser investidos nos próximos anos. Contudo, a região que deve trazer dificuldades no futuro é a Sul. Na avenida Engenheiro Roberto Freire, por exemplo, a STTU vem discutindo com o Detran, DER e Dnit medidas que impeçam que o engarrafamento hoje existente no viaduto de Ponta Negra apenas “se transfira” para a via.

A grande aposta dos técnicos da secretaria, no entanto, está depositada no Plano Diretor da Cidade (“que irá impedir o agravamento da situação”) e no Plano Diretor de Mobilidade, que deve estar pronto em um ano. “É preciso pensar no todo, impondo diretrizes ao crescimento da cidade”, ressalta Walter Pedro. Outra luta será pela melhoria da malha ferroviária urbana, integrando os sistemas que funcionam na capital. “Onde o trem não passa, se complementa com o ônibus. Onde este não passa, se complementa com as vans.”

Motos respondem por um terço da frota

Grande parte do crescimento da frota norte-rio-grandense se deve ao aumento no número de motocicletas trafegando nas ruas. O professor Henrique Araújo afirma que, seja pela economia de combustível, o preço na compra, ou o uso como instrumento de trabalho, esse é o tipo de veículo cuja presença mais cresce, tanto no interior, quanto na capital do Estado. Hoje, já são 39 mil circulando em Natal e 134 mil nas demais cidades (onde muitas vezes se tornam o principal meio de transporte), totalizando 172 mil.

A venda de motocicletas superou até a de automóveis no ano de 2006: 20.471 a 18.683. Porém, esse não é o único fenômeno que chama a atenção do consultor. “Os carros importados, que respondiam por 0,5% a 1% do total alguns anos atrás, hoje já somam 3% da frota”, revela.

Já os microônibus e vans, que integram o transporte opcional e também possuem grande demanda por parte de empresas e do poder público, representam 1,5% da frota norte-rio-grandense. As camionetas ainda ocupam o terceiro lugar nesse ranking, com 38.562, atrás apenas das motos e automóveis (261.060). 

Nos dois primeiros meses deste ano, as motos mais uma vez lideraram o ranking de vendas no Rio Grande do Norte, com 3.394 unidades comercializadas. Em seguida vêm os automóveis (2.954), comerciais leves (486), caminhões (111) e ônibus (7). 

Os números mostram o crescimento da frota e a necessidade de atenção por parte do poder público que precisa estar atento às melhorias na malha viária da cidade, até para se evitar acidentes e vítimas.

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