sábado, 20 de abril, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Souza volta à vitrine do futebol

- Publicidade -

VALORIZADO -  Souza vira tema de matérias da imprensa nacionalO retorno a Natal parece ter feito muito bem ao meiocampista Souza, que depois do reconhecimento nacional como o melhor jogador da série B, passou a ser disputado por grandes e voltou a ser motivo de matérias veiculadas nos grandes meios de comunicação do país. A Agência Estado enviou o repórter Eduardo Maluf a Natal e distribuiu a reportagem que vocês vão ler a seguir.

Que corintiano ou são-paulino não se lembra de Souza? José  Ivanaldo de Souza é aquele meia baixinho (1,70m), fala mansa, habilidoso, que  ficou conhecido no Corinthians em meados dos anos 90 e depois se transferiu  para o São Paulo. O talento reconhecido não foi capaz de apagar a fama de sonolento,  distraído, desatento, devagar… Com esse rótulo, deixou o Estado em 2001.

Hoje,  aos 31 anos, chutou para escanteio o apelido de soneca – garantem os companheiros  – e, no último sábado, alcançou a consagração no Rio Grande do Norte ao liderar o América/RN  no retorno à elite do futebol brasileiro, após incrível empate contra o Atlético/MG,  em pleno Mineirão lotado.  Souza é tranqüilo como antes. Não mudou o visual, mantém o cabelo comportado,  veste-se de forma discreta, não gosta de pulseiras ou colares de ouro. Na semana  passada, recebeu a equipe do Estado centro de treinamento do clube. 

Contou histórias, deu dicas de restaurantes e respondeu a várias perguntas com  paciência, sem pressa.   Dentro de campo, porém, não é o mesmo de cinco ou dez anos atrás. Agora dedica-se  muito mais ao time, diz. “Quando fui a São Paulo, era muito novo, morava sozinho,  tinha problemas particulares, não era nem de perto o profissional de hoje”,  afirma. “Hoje me dedico mais aos treinamentos, ajudo a equipe na marcação, me  movimento mais.” 

O talento e a força de vontade o elevaram ao maior ídolo do futebol potiguar na atualidade. Foi um dos artilheiros do time, com 7 gols. E no último dia 30 de novembro, numa churrascaria  de São Conrado, no Rio, recebeu prêmio por ter sido eleito craque da Série B.  “Ele não se desliga mais dos jogos, põe os atacantes a toda hora na cara do  gol”, avalia, satisfeito, o técnico da equipe, Heriberto da Cunha.  

Nascido em Itajá, interior do Rio Grande do Norte, Souza começou a carreira  no América, mas ainda muito jovem mudou-se para o Rio Branco, de Americana/SP,  antes de seguir para a capital. Após mais de uma década fora, resolveu voltar  para casa como forma de gratidão ao clube que o iniciou no esporte. “Apareceram  outros clubes, mas preferi o América e vim para cá sem remuneração.” 

O meia chegou no primeiro semestre para participar da Série B e acertou com  o presidente, Gustavo Carvalho, que atuaria sem salário. “Ele não recebeu nenhum  centavo nos primeiros 90 dias aqui”, conta Carvalho. Para garantir seu futebol,  o dirigente lhe deu lotes de terra em troca de um contrato até o fim da competição.  Souza é respeitado e tratado como profissional acima da média pelos colegas. 

Dá sugestões de como investir o dinheiro, de como se comportar. Já viveu, afinal,  muita coisa no mundo da bola. Depois de Corinthians e São Paulo, jogou no Atlético/PR,  no Atlético/MG e passou dois anos na Rússia, onde ganhou bastante dinheiro,  mas teve dificuldades. “Aprendi muito lá, tive ótima experiência de vida, mas  não foi fácil”, comenta. “O frio era muito grande, os locais de pré-temporada  eram isolados, a comida, ruim.” 

Hoje, depois de curta temporada no Flamengo – em que recebeu salário em apenas  dois dos cinco meses que ficou no Rio – festeja a tranqüilidade de Natal e a  boa condição financeira. Investe o dinheiro em imóveis, tem um haras e procura  ser controlado nos gastos. Mora numa confortável casa em uma das mais valorizadas  regiões da cidade.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas