quinta-feira, 25 de abril, 2024
32.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

Stephanes toma posse hoje como ministro da Agricultura

- Publicidade -

AGRICULTURA - Lula, Temer e Henrique conversam com Reinhold Stephanes

Brasília (AE) – O deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR) assume hoje o Ministério da Agricultura com um pedido de trégua à bancada ruralista no Congresso, que se mobilizou contra a nomeação dele. Logo após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite de ontem, no Palácio do Planalto, Stephanes disse estar tranqüilo para conversar, pois é um “profissional” do setor. “Tenho a disposição do diálogo e do entendimento, de ouvir muito”, afirmou. O presidente do PMDB, deputado Michel Temer, e o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves, participaram da reunião na qual Lula confirmou a Reinhold Stephanes a nomeação.

Ministro da Previdência Social nos governos dos ex-presidentes Fernando Collor de Melo e Fernando Henrique Cardoso e presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na gestão do ex-presidente Ernesto Geisel, ele tentou ontem apagar o currículo, principal motivo de reclamação dos ruralistas.

“Quando fui nomeado ministro da Previdência, muitos reclamaram que eu era médico”, disse. “Mas aquilo foi quase um acidente de percurso; minha origem mesmo é a agricultura.” Com a escolha de Stephanes, Lula está próximo de completar a equipe do segundo mandato. Além do novo ministro da Agricultura, o presidente empossa hoje, em solenidade, às 10 horas, no Planalto, a nova ministra do Turismo, Marta Suplicy, e o novo chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Walfrido dos Mares Guia. Agora, só falta definir o nome do ministro do Desenvolvimento Agrário, que pode ser o atual ocupante do cargo, Guilherme Cassel, e definir a situação da Defesa. A crise no setor aéreo tornou frágil o ministro da Defesa, Waldir Pires.

A escolha do novo ministro da Agricultura foi a mais tumultuada da reforma da equipe. O presidente chegou a escolher o deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para o cargo, a pedido dos governadores do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), e do Paraná, Roberto Requião (PMDB). Lula recuou diante de uma série de denúncias de irregularidades contra Balbinotti. Na audiência de ontem, o presidente teria dito que o passado “confiável” de Stephanes foi decisivo na escolha. Lula só pediu que o novo ministro mantivesse o diálogo com os ruralistas e não demitisse o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sílvio Crestana.

Stephanes negou que seja um apadrinhado de Requião. O novo ministro ressaltou não ter qualquer aproximação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná, crítica feita por ruralistas. “Eu não sou ministro do Paraná”, afirmou. Stephanes ainda minimizou o fato de ser réu numa ação de improbidade administrativa quando ocupou a presidência do Banco do Estado do Paraná (Banestado), em 1999. “Todas as operações feitas na época foram aprovadas pelo Banco Central (BC)”, disse.

Lula escolhe substituto de Furlan

Brasília (AE) – Antes mesmo de tomar posse, o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, fará parte de uma missão de representantes do governo e de empresários ao Uruguai, no domingo (25). A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Jorge acompanhará o atual ministro, Luiz Fernando Furlan, que presidirá a missão. O grupo será formado por cerca de 30 empresários das áreas da construção civil, dos setores automotivo têxtil e da estatal Embraer. A missão atende a um pedido do presidente uruguaio, Tabaré Vasquez, para que Lula estimule investimentos no Uruguai a fim de diminuir as assimetrias nas relações econômicas entre os países do Mercosul.

A posse do novo ministro deve ocorrer na próxima semana. Vice-presidente do Santander e membro do Conselho Consultivo do Grupo Estado, Jorge é jornalista e foi editor-chefe do Estado. Ele manteve encontro com Lula na noite de quarta-feira, quando foi convidado para assumir a vaga de Furlan.

Mineiro de Ponte Nova, Jorge mantém em sua sala no Santander vários objetos que dão pistas de sua identidade afetiva e de suas predileções. Uma bandeira de Minas, outra da cidade de São Paulo, jogos chineses e uma pequena flâmula do Flamengo se misturam em sua mesa de trabalho. Ele garante, porém que tem um segundo time do coração, a Ponte Preta de Campinas, cidade onde passou a adolescência.

O novo ministro é um defensor do investimento em infra-estrutura e da redução da carga tributária. “Ajudaria muito o Brasil, para ter mais competitividade, se o governo se conscientizasse do tempo que se perde – e que outros países ganham – por não termos modernizado a infra-estrutura, reduzido os impostos, cortado gastos públicos, melhorado a educação, etc.”, afirmou ele, em artigo no jornal “O Estado de S. Paulo” de 20 de novembro do ano passado. O setor produtivo elogiou a escolha de um executivo para o Ministério do Desenvolvimento.  “Com sua experiência, ele poderá contribuir para o crescimento do País”, disse Cledorvino Belini, presidente da Fiat.

Empresários elogiam nomeação

São Paulo (AE) – A Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib) reagiu, positivamente, à indicação do vice-presidente do Banco Santander, Miguel Jorge, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para a Abdib, Jorge, ex-executivo de empresas como o jornal “O Estado de S. Paulo”, Volkswagen e Santander, além de um “bom articulador”, poderá contribuir, significativamente, na condução das ações “fundamentais, com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios no Brasil”.

Por meio de um comunicado, o presidente da Abdib, Paulo Godoy, considerou ainda que o currículo dele é suficiente diante dos desafios da pasta. “A carreira dele sempre foi caracterizada por grande capacidade de negociação e comunicação, com uma boa articulação junto ao setor produtivo”, elogiou. Para Godoy, os desafios do País, como avançar na política industrial e de desenvolvimento tecnológico e também nas reformas, como a tributária, devem encontrar em Jorge um interlocutor propício para a ação.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu a necessidade de o futuro novo ministro do Desenvolvimento, levar adiante a agenda de desonerações tributárias iniciada pelo ministro Luiz Fernando Furlan.

“Vai ser preciso que o ministro tenha uma atuação forte”, disse Monteiro Neto. “Para nós, interessa menos o nome e mais as políticas”, afirmou. “O que precisamos agora é que ele explicite um pouco quais são as agendas, mas, evidentemente, que essa posição do ministro tem de estar em consonância com as diretrizes do governo.”  Ele elogiou a capacidade de articulação política de Jorge. “O ministério é uma função política. A pessoa precisa ter capacidade de articulação e de interagir”, disse.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas