De 128 escolas estaduais cadastradas na Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito Urbano (STTU), apenas 30 enviaram as informações dos alunos para o Registro Único dos Estudantes, a partir do qual serão confeccionadas as carteiras estudantis 2006-2007. E só restam, agora, quatro dias úteis para que os dados sejam repassados. O prazo esgota dia 25 e, segundo o chefe do Departamento de Operações da STTU, Clodoaldo Trindade, a secretaria não pensa na possibilidade de dar uma nova chance.
Ele informou que as instituições de ensino tiveram dois meses para enviar as informações, inclusive as da rede pública receberam softwares e orientação. “Fizemos reuniões com os diretores e até disponibilizamos três micros para as escolas que não dispõem de computadores”, disse.
Dia 27, a STTU vai avaliar, junto com as entidades que compõem o Fórum Estudantil a possibilidade de estender o prazo de validade da atual carteira, que vence dia 30. Mas, adianta Clodoaldo, a maioria dos representantes já se manifestou, em recente reunião, contra a prorrogação. “Já nós não estamos nem pensando nessa hipótese”.
O chefe do Departamento de Operações da STTU chama a atenção para que os alunos, principalmente do Estado, pressionem a direção das escolas para que elas enviem os dados, evitando, assim, o risco de ficarem sem carteira. Ele entende que o processo eleitoral para a escolha de diretoras não deve ser usada como desculpa para a demora, pois as secretarias poderiam ter feito o cadastro, independente da mudança de diretor.
Escolas privadas já encaminharam dados
De acordo com Clodoaldo Trindade, a maior parte das escolas privadas já enviou as informações, faltando basicamente aquelas de menor porte. De 70 escolas municipais, 40 cadastraram os alunos. E quanto às instituições de ensino superior, a única que resta enviar as informações é a UnP, exatamente devido ao maior número de alunos. Ao todo, estão cadastrados no Registro Único dos Estudantes 101 mil alunos. Isso não significa que todos eles estarão aptos a comprar passe, pois ainda é necessário que as entidades estudantis – este ano 12 estão vão confeccionar o documento – enviem os formulários contendo foto e nome dos que querem fazer a carteira. A solicitação da identidade estudantil não depende, necessariamente, do formulário. O estudante também pode requisitar o documento à entidade apresentando o RG.
Mesmo o número de cadastro não sendo igual ao de estudantes aptos a comprar passe – há de serem consideradas as crianças pequenas que não precisam da carteira -, a expectativa de Clodoaldo Trindade é de que o número de estudantes ativos fique entre 140 e 150 mil.
Registro vai combater fraudes
O chefe do Departamento de Operações da STTU, Clodoaldo Trindade, informa que a implantação do Registro Único dos Estudantes é uma forma eficaz de combater o falso estudante, além de uma ferramenta para otimizar a consulta de dados dos alunos.
“Com o sistema, nós abolimos a declaração, a principal via de falsificação. Antes da STTU assumir a gestão da emissão das carteiras, falava-se em 350 mil estudantes ativos. No final do nosso primeiro ano, 2004, já tínhamos 220 mil, e, em 2005, 190 mil. A tendência, agora, é esse número diminuir”, disse.
De acordo com Clodoaldo, o Registro Único dos Estudantes é um número gerado automaticamente no sistema a partir de dados dos alunos, emitidos pelas escolas. Esses dados estão sendo disponibilizados no site da STTU, podendo ser consultados pelos estudantes caso eles queiram saber se estão ativos. As entidades estudantis também têm acesso, por meio de senha.
Clodoaldo diz que não entende porque ainda há muitas escolas, sobretudo estaduais, que não enviaram os dados para o cadastro. “Estamos dando o primeiro passo para tornar a tarifa mais justa, já que isso reflete na diminuição de meias-passagens, e forçando a modernização. Esse é um processo que não pode retroceder. Já tem até entidade entregando carteiras”.
Como forma de fazer as escolas colaborarem com o Registro Único dos Estudantes, a STTU disponibilizou o número 0800- 28-08005 para tirar dúvidas e também está iniciando uma campanha de divulgação, por meio da distribuição de panfletos. Há dois meses, duas equipes, uma de manhã e outra de tarde, vêm trabalhando junto às escolas públicas.
