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Styvenson e Zenaide destacam prioridades

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O capitão da Polícia Militar Styvenson Valentim e a atual deputada federal Zenaide Maia foram os eleitos para ocupar duas vagas no Senado Federal a partir de 2019. De carreiras e campanhas políticas distintas, os dois receberam, juntos, cerca de 1,4 milhão dos votos – quase metade do total de votos válidos. Styvenson, candidato do partido Rede, teve 25,63% dos votos (745.827), em primeiro lugar, e Zenaide ficou em segundo, com 22,69% (660.315).

Zenaide Maia e Styvenson Valentim falam sobre planos para mandato no Senado

A eleição deste ano foi a primeira participação de Styvenson Valentim como candidato, o que o coloca como um “outsider”. Sem apoios de outros partidos, tempo de propaganda televisiva e com discurso de moralizar o Senado a partir da renovação política, o principal canal de comunicação do capitão foi a rede social. 

Agora senador eleito, Styvenson elenca como prioridade inicial “devolver a moralidade e o respeito para as pessoas”. Ao ser questionado sobre pautas relacionadas à segurança, como a redução da maioridade penal e o estatuto do desarmamento, Styvenson defende que haja mudanças nas atuais legislações, mas com restrições e “cumprimento do que a Constituição diz”.

Zenaide Maia, por outro lado, foi eleita como a candidata da coligação formada pelos partidos PHS, o qual é filiada, PT e PCdoB.

Atual deputada federal, subiu nas pesquisas de intenção de voto a medida que se mostrava ao lado de Lula, candidato petista que chegou a ser líder em pesquisas para a Presidência da República, antes de ter a candidatura impugnada, e de Fátima Bezerra, que teve mais de 40% dos votos no primeiro turno para o Governo do Estado.

No Senado, Zenaide Mais pretende fazer oposição à atual proposta de reforma para a Previdência, lutar pela revogação da PEC de congelamento dos gastos, sair em defesa dos investimentos da Petrobrás para o Rio Grande do Norte e pautar a renegociação de dívidas com bancos.
Styvenson Valentim (REDE)
Styvenson Valentim (REDE)

Pautas prioritárias
“O primeiro plano é devolver para as pessoas o respeito, a moralidade, para que as pessoas ergam a cabeça e digam: que bom que eu tenho alguém que me representa, que não tira as coisas públicas, não tem peculato, formação de quadrilha. Eu sou duro, carrasco, mas para o cumprimento da legalidade. Eu não suporto corrupção, eu não suporto ‘jeitinho’. A minha única língua é a legalidade, a coisa certa e transparente. Que isso seja visto por todas as pessoas porque 740 mil precisam ver o que eu falo, o que eu penso, o que eu assino. E é assim que vai ser: transparência, para que as pessoas tenham confiança em mim”.

Apoios
“Eu me posiciono do lado da vontade da maioria. Eu me posiciono do lado que as pessoas do Estado querem que eu me posicione. Eu quero o melhor para o meu Estado. As pessoas votam em quem elas escolhem, em quem elas acham melhor. Não é através da minha influência que vou transferir voto. Eu penso da mesma forma que eu pensei na minha campanha toda. Eu não vou ser incoerente, nunca. Eu estou do lado da população. E eu espero que o eleito esteja do lado do Rio Grande do Norte e do Brasil. Sempre”.

Estatuto do Desarmamento
“O estatuto do desarmamento foi feito para combater o alto índice de criminalidade e de homicídios. Obteve-se isso? Houve uma fragilidade da segurança pública porque ela não cumpriu essa lei. O Estado se mostrou fraco e tirou o direito de muitas pessoas. Eu sou a favor de que se tenha, sim, uma possibilidade de ter arma de fogo, mas dentro de um contexto. É preciso aumentar o rigor para quem queira o porte de arma. Para ter arma de fogo você faz teste psicológicos? Faz, mas tem que ser periódico. Se busca antecedentes criminais? Busca, mas tem que ser periódico. Se faz teste toxicológico? Não, mas para dirigir um carro, um caminhão, se faz. Exame toxicológico é necessário e periódico. Precisa-se ter uma capacitação? Sim.  Você viu que eu aumentei o leque de restrição para a arma de fogo? Então, eu sou a favor que você tenha, mas quem é você? É preciso fortalecer isso. E é preciso endurecer a lei para qualquer falha, erro e delito”.

Redução da maioridade penal
“A Constituição da gente é cumprida na íntegra? Não. A educação é falha, a evasão é alta, a saúde é precária. Eu conheço as comunidades, conheço porque eu estou lá. Eu estou em uma escola dentro da comunidade do Japão. Eu vi com os meus olhos o que a educação pode fazer com um monte de crianças. E você condenar aquelas pessoas a cadeia é até injusto, uma vez que nada é da Constituição é cumprido para eles. Eles não recebem o mínimo de dignidade. Eles não têm uma família estruturada. É grito dentro da favela, é bala, é violência. Eu sou a favor da redução, mas quem vai ser punido? É quem não tem o mínimo de oportunidade de educação? A gente está preparado para votar a lei da redução da maioridade? Tem local para colocar todo mundo? Por isso, eu sou favor desde que cumpra o mínimo exigido na Constituição”.

Zenaide Maia (PHS)
Zenaide Maia (PHS)

Taxação de lucros
“A gente tem que dar visibilidade sobre os juros. O grande adversário do nosso empresário não é o direito dos trabalhadores, e sim os juros praticados no país. Eu mostro duas coisas que chamam atenção: o cartão de crédito. Se você comprar uma geladeira no cartão de crédito e só puder pagar o mínimo, você com certeza vai pagar três geladeiras a mais. O que chama atenção é que se o ladrão parar o carro e levar uma geladeira sua, o banco já levou três, porque você pagou três. Isso é o quê? O comércio que deixa de vender mais três geladeiras e a indústria que deixa de produzir mais três. Por isso, tenho uma PEC 160 para limitar esses juros. Isso não mexe nos juros do Banco Central, a taxa Selic. O Congresso pode mudar porque os juros estão limitados a três vezes a taxa Selic. Você imagina o quanto os bancos poderiam comprar dos cidadãos brasileiros? Não era mais de 20%, mas o cartão de crédito chega a cobrar 300%.” 

Dívida pública
“Esse país tem esperança, tem jeito. O problema é que se coloca um orçamento onde 0,5% é para segurança pública, menos de 4% para a saúde e educação. Mas se coloca 50,6% no orçamento de 2017 para pagar juros e serviços de uma dívida. Uma dívida pública que nunca foi permitida ser auditada. Não pode ser assim. Ninguém sai de uma crise econômica sem o  seu maior investidor, que é o Estado. O Estado tem bancos públicos, mas o que a gente vê? Os bancos com lucros enormes e o governo sem investir no setor que gera emprego e renda. Está aí uma agricultura familiar sem investimento, apesar de ser responsável por mais de 70% da alimentação que vai para a nossa mesa. Está aí a construção civil, com várias obras públicas paradas. Tem como sair da crise, mas precisa da vontade política. Nós não podemos pegar tudo que o brasileiro paga e ser correntismo.”

PEC dos Gastos
“Votei contra na época e fui até punida pelo partido, mas eu votei contra porque nunca nenhum país do mundo, por maior que fossem as dificuldades financeiras, coloca na constituição que durante 20 anos não vai aumentar os gastos em áreas essenciais, como segurança, saúde e educação. Por isso, eu chamo a atenção para o orçamento. Esse orçamento de menos de 0,5% para a segurança pública é a base para os próximos 20 anos. E a matérias que mostram que não há condições, não há governabilidade, para manter esse orçamento congelado. Pela primeira vez no país se pede mais segurança que saúde, embora a falta de recursos na saúde mate tanta gente por causas evitáveis quanto os homicídios.”

Investimentos da Petrobrás
“Pelo RN, uma coisa que a gente vai ter que correr atrás é voltar os investimentos da Petrobrás para o nosso estado. Nós somos os maiores produtores em terra de petróleo, e sempre deu lucro a Petrobrás. Por que a retirada de investimentos? Não existe isso. O Governo, para completar de matar o setor que gera emprego e renda, adota uma política de combustível que eu duvido que, independente de partido, alguém aprove isso. Um litro de gasolina por cinco reais em um país onde a maioria que ele produz é carregado por rodovias é inviável. Isso mexe com o povo e eu chamo a atenção da população para isso. O congresso pode sim mexer nisso.”

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