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Sub-8

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Rubens Lemos Filho
É para deixar qualquer um perplexo o anúncio da Federação de Futsal, o antigo e bom futebol de salão, press release gelado e insípido como todo comunicado oficial sem sentido. O release com sabor de enxaqueca noticiava uma categoria sub-8, para meninos de sete anos ou menos. 
Os moleques serão submetidos às regras de trancafiar talentos que vem matando o esporte ao longo dos anos. 
Sub-8 é uma aberração. Menino com menos de oito anos não deve receber cobranças, deve ser entregue à liberdade e à sua vontade de ser craque, não perna de pau defensivo. 
No meu tempo, quem tinha sete anos, corria atrás da bola sem definições esquemáticas. Éramos ingênuos e inocentes demais para atender ordens de professores que jamais chutaram certo uma almôndega esquecida no chão. 
Ei, você, não é simples a questão. É a raiz da deformação de potencialidades. Ora, alguém  que ainda assiste a desenho animado, acredita em super-herói de TV por assinatura (mal sabe ligar os comandos do decodificador), não pode ser aprisionado a táticas quase sempre defensivas. 
Nos bons tempos do futebol de salão, não lembro desse Sub-8. Seria ridículo. Garoto cheio de esperança e estimulado pelo pai apaixonado, de repente, é levado a esquecer seu drible nato e a correr atrás do grandalhão mais forte, que o joga no alambrado da quadra.
Sem jogar absolutamente nada, nunca fiz teste em escolinha, porque minha reprovação seria por média. Média baixa. Enganava de zagueiro e, em nosso time, o ABCzinho do Tirol, sabíamos em cada posição deveríamos estar. Os craques Didica e Tércio partiam à base do drible. Eu ficava na trave do nosso time aguentando as porradas. Por quê? Porque se eu me metesse a atacante, seria expulso aos cascudos na cabeça grande. 
Pequenos androides tornam horríveis os jogos das categorias de base. E suas linhas de quatro, cinco, alimentadas por narradores e comentaristas que não exercem a crítica, confundem o público e se rendem ao feio como estética de um esporte maravilhoso, perdido para as ideias de quem se preocupa mais com a zaga, os volantes, do que com  os meias e os atacantes. 
No caso da quadra, menino de sete, oito anos, é para disputar com menino de sete, oito anos, sem nem arbitragem. Deixa que eles se entendam, soltem a criatividade que não requer a presença de um “professor”.
Quantos desses comandantes fizeram gols decisivos no Palácio dos Esportes, na AABB ou no Machadinho? Nenhum, creio com 90% de chance de estar certo. 
A reserva de mercado do professor de educação física estabelece uma regra de exclusão. Será que Sílvio do América entende menos de chute e gol de petardo que o treinador que vai impor a mecânica aos seus alunos? Aos pretensos craques? Me digam um com história de causar saudade em nossos corações. 
Só entro em discussão quando se trata dos seguintes nomes: Boinho, Sílvio, Agamenon, Gileno, Dennis, Juca, Franklin, Marquinhos, Uirandé, Clóvis, Aladim, Cabral,  Zé Carlos, Josinaldo, Kido, Paulo de Tarso, Leonel, Vanildo, Sueldo, Scala, Cacau, Joan, Matheus, Anderson, Charles, Revson, Betinho, Dentinho, Dedé Orelha, Nelsinho Preto, Walber, Tarcísio e Tibúrcio e um ou dois que a memória omitiu. 
Gargalho daqueles sem noção que nunca jogaram nada e querem forçar a barra, intrometidos para entrar no seleto clube dos craques, sem a senha da habilidade, fazendo e dizendo besteira em redes sociais. Os “famosos quem?”.  Os zeros à esquerda. Nunca ensinarão, pois, nada sabem. 
Tem algum dos craques mostrando como se faz à criançada? Não tem. O único treinador, competente e até missionário é o professor Roberto Pereira, humilde e revelador de virtuosos sem força-los a fazer o que a própria natureza condena em rito sumário.
Sub-8 é violação do bom senso. Um passo para que nulidades invadam berçários e sequestrem recém-nascidos para destruí-los à base de carrinhos e chutes na canela alheia. Seria o Sub-1. A mãe dando de mamar, bola rolando. Deixem os meninos livres. E saiam, vocês estão atrapalhando. 
Fotógrafos fora 
Os repórteres fotográficos reclamam que ficarão fora da cobertura na beira do gramado para o jogo América x Moto Club. Ficarão no espaço da torcida. 
Lógica 
Se todos estão cumprindo as exigências preventivas contra o Covid-19, seria lógica a presença dos profissionais, que querem cumprir seu dever da melhor forma possível. 
Falta ousadia 
O técnico Moacir Júnior poderia surpreender, ousar, escalando o garoto Ferreira de centroavante contra o 4 de Julho. Essa história de queimar o jogador é balela. 
Bom 
Quem é bom já nasce feito e não treme. Se Ferreira for pior do que Gustavo, melhor escolher outro meio de vida. E Ferreira seguramente superior. 
Negueba 
Esqueçam a fase ruim de Negueba no Santa Cruz e no Vitória da Bahia. Vale o que ele faz com a camisa do ABC e tem feito mais do que todos os atacantes, exceto Wallyson, que é craque, é superior em qualquer circunstância.
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