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Superpoderes do vizinho

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Alex Medeiros
Foi no réveillon passado que a Netflix anunciou a estreia de mais uma série produzida na Espanha. Eu que não dispenso uma maratona, anotei no celular e então “O Vizinho” entrou na fila para minha sequência de consumo. Não preciso dizer da extensão da fila (leitores atentos percebem meu vício) e aí 2020 se arrastou com a pandemia, me dediquei a dezenas de séries e somente ontem, quase um ano depois, a fila andou e eu concluí os dez episódios.
Para quem curte comédia e histórias em quadrinhos, e conhece a ótima fase que vive a indústria cinematográfica espanhola, “O Vizinho” é uma boa e hilária produção, um roteiro leve – como um sitcom – uma trama romântica e surreal temperada com engraçadas referências aos super-heróis, principalmente o Superman e o Batman, deixando até transparecer (bem de propósito) uma tentativa de paródia humorística do velho filme de Richard Donner, de 1978.
 
Dirigida por Nacho Vigalondo, jovem cineasta nascido um ano antes do filme de Donner com Christopher Reeve, a série tem roteiro de Miguel Esteban e Raúl Navarro baseado na HQ “El Vecino”, de Santiago Garcia e Pepo Perez.
Toda a aventura acontece no entorno de um prédio onde moram os namorados Javier (interpretado por Quim Gutiérrez) e Lola (Clara Lago), ele enrolado com subemprego e ela buscando se tornar uma repórter com alguma relevância.
Em mais uma tentativa de requentar o relacionamento, o casal vai passar uma noitada numa casa na zona rural, e quando parecia que nada podia piorar, um guardião sideral despenca do espaço e transfere seus poderes para o Javier.
O rapaz herda um medalhão mágico e um metálico equipamento recheado de bolinhas vermelhas, uma espécie de bomboniere estelar. O cotidiano no condomínio vai mudar radicalmente quando Javier se assumir novo guardião.
Os personagens que compõem a vizinhança são de essencial importância para dar suporte às sequências de humor da trama. A linda e maluquinha Julia (Catalina Sopelana) faz as vezes de síndica e de amiga dileta de todo mundo.
José Ramón (Adrián Pino) é o nerd ingênuo oriundo do interior, morador novo e se tornará o melhor amigo de Javier, uma nítida blague de Jimmy Olsen nas aventuras do Superman. Sua namorada caipira é Alícia (a atriz Paula Malia).
As bolinhas na geringonça de prata, quando engolidas, darão superpoderes ao namorado de Lola, que tentará de tudo para aprender a ajudar a humanidade e encontrar um jeito de reconquistar a namorada, que passa a suspeitar dele.
Lola quer ser jornalista numa revista do subúrbio de Madrid, mas a esperta Julia avisa que nos dias de hoje currículo e formatura não garantem emprego, mas sim a quantidade de seguidores no Instagram, no Twitter ou no Facebook.
É preciso um bom motivo jornalístico para atrair seguidores, até que um dia seu perfil no Instagram salta de 29 para milhares de seguidores num vídeo em que ela denuncia as casas de apostas. Nas suas costas estava a razão daquilo.
Ao Demonstrar a Ramón como funcionava os poderes e o uniforme, Javier acaba provocando um acidente na cobertura do prédio e o amigo despenca. Ao voar para salvá-lo, ele apareceu no vídeo de Lola, atrás dela. Sacaram aí?
O mundo, a Espanha, o bairro, o prédio e Lola agora querem saber quem é o novo super-herói, que se autoproclama “Titã”. E Lois Lane baixa na garota, que poderá ter a grande reportagem. Já o Javier, se esconde como Clark Kent.
A primeira temporada da série O Vizinho está longe de compor uma lista das melhores dos últimos anos, mas confirma a qualidade e criatividade do cinema espanhol, e nos oferece algumas horas de entretenimento e muita gargalhada. 
Coronavírus
O vírus já atacou praticamente a metade da força operacional da SEAP – Secretaria de Estado da Administração Penitenciária. Uma fonte diz que sexta-feira havia 675 policiais com suspeita de infecção e com uns 200 confirmados.
Repressão
Crescem as manifestações na Europa contra o lockdown e uso generalizado da máscara. Na Alemanha e na França, há protestos também contra novas leis que ferem os direitos individuais, a liberdade de imprensa e de expressão.
É só onda
No Brasil, a chamada grande mídia retoma a tática do pânico – usada no começo da pandemia – para forçar governos estaduais a decretarem uma segunda onda. Até chegar 2022, irão aparecer a terceira, quarta e quinta onda.
Manipulação
Não será surpresa se o comitê chino-ideológico escancarar tudo em dezembro para as compras natalinas, aí em janeiro decretar uma terceira onda, e, em fevereiro promover a vacina, salvar o carnaval, e alertar novas ondas depois.
Exemplar
Uma grande iniciativa de diversos médicos voluntários na criação da plataforma digital Missão Covid, destinada a atender pacientes do coronavírus sem acesso a plano de saúde. Tem atendimento virtual pelo site www.missaocovid.com.br.
Um absurdo
A Escola Estadual de Tempo Integral Manoel Dantas foi arrombada pela terceira vez neste ano, as duas últimas em quinze dias. Portas e janelas estão quebradas, reforçadas com armários, não tem vigilância, qualquer atenção.
Modismo O país que já teve milhões de técnicos de futebol 
está virando, em inglês, uma nação de “coaches”. O que tem de besta ouvindo obviedades ululantes… Pregações que em nada diferem dos prestidigitadores religiosos e dos gurus esotéricos.
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