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Suplício para se cadastrar na Semtas

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ESPERA - Famílias carentes ficam ao relento na calçada da Semtas

À mercê do frio, da chuva e da violência, famílias carentes estão dormindo na calçada da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), na avenida Bernardo Vieira, para garantir o cadastramento nos programas sociais Bolsa Escola, Vale Gás e PETI.

Maria da Silva Varela, 49, cansada e com fome, chegou às 22h, veio do Panatis tentar garantir o cadastramento dos netos no Bolsa Escola.  “Isso é um descaso com a gente que é pobre. Ter que enfrentar o frio da noite, a chuva e a fome. De madrugada não podíamos ir ao banheiro, pois os guardas haviam fechado as portas. Não entendo porque temos que sofrer para conseguir o benefício. Antes, o cadastro era feito em uma escola ou posto de saúde próximos à casa da pessoa, mas agora tudo é feito na Secretaria e se a gente não dormir na fila não consegue ser atendido”, reclamou Maria da Silva.

Por volta das 8h da manhã de ontem, cerca de 150 pessoas esperavam na fila, mas foram distribuídas apenas 40 fichas para cadastramento e 10 para desbloqueio de cartão, o que causou a indignação de muita gente que chegou à Semtas durante à noite. É o caso de Letícia Soares Brito que chegou de madrugada para tentar desbloquear o cartão e receber os benefícios. “Já fui até a Caixa Econômica e eles informaram que o benefício está disponível, mas o cartão está bloqueado. Para desbloquear eles informaram que eu teria que me dirigir à Semtas para efetuar o recadastramento. Já vim três vezes, mas não consigo atendimento”, reclamou Letícia Soares.

Segundo Maria das Graças Damião, moradora do Parque das Dunas, a cena de filas e gente dormindo na calçada se repete todos os dias desde o momento que o cadastro ficou centralizado na Secretaria. “Eu tive que vir dormir para garantir o atendimento, já vim três vezes e não consegui, pois são poucas fichas. Por isso resolvi dormir na fila para garantir o atendimento”, disse Maria das Graças.

Dayse Azevedo, coordenadora do Cadastro Único do Bolsa Família, disse que não tinha conhecimento de que pessoas ainda estavam dormindo na calçada da Semtas para garantir o cadastro nos programas sociais. Ela admitiu que na última semana de março, muitas pessoas chegaram a dormir na fila por causa da data limite para o recadastramento, 31 de março. Já que quem não efetuasse o recadastramento teria o benefício bloqueado.

“As pessoas deixaram para comparecer à Semtas na última semana de março, o que resultou em filas enormes e muita gente dormindo na calçada da Secretaria com medo de perder o benefício. Mas explicamos, todos que não conseguiram ser atendidos na época que tivessem calma que o atendimento seria providenciado. Pois quem perdeu a data de recadastramento, ainda tem três meses para regularizar a situação. Por isso, não se justifica dormir na fila para garantir o atendimento. Mesmo assim, estamos providenciando pessoal de apoio para podermos aumentar o número de senhas de atendimento. Todo mundo vai ser atendido dentro dos prazos”, disse Dayse Azevedo.

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