þRio – A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País subiu para 10,4% em junho, ante 10,2% em maio, e foi bem superior à registrada em junho do ano passado (9,4%). No cenário de elevação da taxa, houve continuidade dos bons resultados no rendimento médio real dos trabalhadores, que subiu 0,5% em relação a maio e 6,7% na comparação com junho de 2005. No primeiro semestre do ano, a taxa média foi de 10,1%, ante 10,3% em igual período de 2005. Para o IBGE, a taxa de desemprego não apresenta “variação significativa” desde fevereiro. Para o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, a economia não está aquecendo o suficiente para permitir uma reação mais forte do mercado de trabalho, com maior geração de vagas.
A análise é compartilhada por Guilherme Maia, da Tendências Consultoria, para quem a taxa atingiu um patamar “natural, de equilíbrio” em relação à conjuntura econômica. Para ele, a taxa de desemprego só voltará a cair com uma “mudança mais estrutural” na economia, que signifique crescimento contínuo e consistente.
Maia acredita que a taxa de desemprego permanecerá no mesmo nível no segundo semestre, porque os investimentos das empresas estão voltados para compras de bens de capital e não para abertura de vagas. Já para Azeredo, talvez as taxas de juros ainda não tenham caído o suficiente para estimular os investidores na abertura de novas vagas, e a realização de eleições pode estar gerando alguma insegurança nos empresários.
Apesar da estagnação na taxa de desemprego, Azeredo e Maia vêm uma melhora qualitativa no mercado de trabalho em junho. O rendimento médio real dos trabalhadores chegou a R$ 1.033,50 em junho deste ano e, ainda que não tenha retornado ainda ao patamar de dezembro de 2002 (R$ 1.067,35) prossegue em trajetória de alta, que Azeredo atribui à maior formalização do mercado, ao aumento do salário mínimo e à inflação sob controle. No primeiro semestre, o rendimento cresceu 4,4% ante igual período de 2005.
Ainda segundo a pesquisa, o crescimento de 14,1% no número de pessoas desocupadas (sem trabalho e procurando emprego) em junho ante igual mês do ano passado representou a maior variação nessa base de comparação apurada pelo IBGE desde novembro de 2003.
O número de desocupados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas chegou a 2,34 milhões de pessoas em junho, com aumento de 289 mil desempregados em relação a junho de 2005. Houve aumento de 3,5% no número de desocupados em junho ante maio.
Indústria paulista cresce 3,8%
þSão Paulo – O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, apurado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), subiu 0,1% em junho na comparação a maio. A variação já leva em consideração os efeitos de ajuste sazonal. Sem o ajuste, o indicador registrou queda de 1%, na mesma base de comparação.
No primeiro semestre, o INA cresceu 3,8%, na comparação o mesmo período do ano passado. Em junho, a alta foi de 3,7% sobre junho de 2005. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) caiu para 82,2% no mês passado ante 82,9% em maio. Em junho de 2005, o uso da capacidade instalada estava em 81,9%. No mês passado, as vendas reais da indústria paulista cresceram 3,6% sobre maio. Na comparação com o mesmo mês de 2005, a alta foi de 12,7%. Entre os destaques negativos, a pesquisa da Fiesp e do Ciesp mostrou queda de 2,3% na atividade no setor de veículos automotores, com ajuste sazonal, ante o mês anterior.
Nesse setor, as vendas reais, em junho, recuaram 3,9% sobre maio. Em Máquinas e Equipamentos, o recuo foi de 3,3% nas vendas, na mesma base de comparação. Na ponta positiva, o destaque foi Metalurgia Básica, com crescimento de 2,1% em junho ante maio, na série com ajuste. O câmbio volta a ser o responsável pelo desempenho da indústria paulista neste ano, considerado fraco pelos empresários.Para Antonio Correa de Lacerda, diretor do Ciesp, três movimentos associados ao câmbio depreciado afetam cada vez mais a produção. O primeiro deles é a desaceleração das exportações, que já vinha acontecendo desde o fim do ano passado e que resultou em projeções de crescimento das vendas externas inferiores às de 2005.