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Teatro fechado

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Woden Madruga

Neste domingo, 24 de março, o Teatro Alberto Maranhão está fazendo 115 anos de sua inauguração, quando se chamava Carlos Gomes, ocorrida no primeiro Governo Alberto Maranhão. Não haverá nenhuma comemoração, pois, a mais tradicional casa de espetáculos do Estado está fechada há quase quatro anos. Uma herança (ou seria legado?) do governo anterior (Robinson Faria) mantida pelo atual (Fátima Bezerra). Aliás, o governo passado deixou outras instituições culturais fechadas.

Além do teatro, temos ainda a Pinacoteca do Estado (Palácio Potengi), a Escola de Dança (Editan), que funcionava no antigo Palácio do Governo, da Rua Chile (prédio tombado pela Patrimônio Histórico, também fechado), a Fortaleza dos Reis Magos, depredado pelo Iphan. O prédio do Museu Café Filho (Sobradinho da Rua da Conceição) foi restaurado, mas o acervo do ex-presidente continua trancado ninguém sabe onde. Não é museu, assim como o Memorial Câmara Cascudo, no quarteirão adiante, não tem nada do Mestre. É memorial de quê?

Vai outra pergunta: A Biblioteca Câmara Cascudo já está funcionando depois de mais de cinco anos de portas fechadas? Mais outra: quantos livros a Fundação José Augusto editou durante o governo Robinson?  Nos papos dos sebos e das livrarias, nenhum. Pois é, não é fácil a sobrevivência da cultura por estes terreiros potiguares de terra batida.

Sabendo do aniversário do teatro tirei da estante o livro de Meira Pires, “História do Teatro Alberto Maranhão” (1904 a 05.03.1953), publicado em 1980. Uma leitura fundamental para se conhecer a vida cultural, social e também política de nosso Estado nesse período de quase 50 anos. Informações importantes, preciosas, da cidade que se desenvolvia. Lá estão seus grandes artistas, seus músicos, seus poetas e escritores. O prefácio é de Cascudo. Destaco três trechos:

– O nosso Teatro começou a construir-se em 1898, ano em que nasci, sendo Governador o Des. Joaquim Ferreira Chaves, meu “padrinho de vela”. Direção do engenheiro José de Barreto. Inaugurado em março de 1904, com festa de caridade e “pecinha” de Henrique Castriciano. Fase cruel da seca. Natal cheia de “retirantes” esfomeados e crianças com sistema ósseo às mostras.

– Na cúpula, já ostentava o bronze e Mathurin Moreau com réplicas em Paris e Bruxelas. Era o Teatro CARLOS GOMES. Meus seis anos “canguleiros” recordam confusamente o edifício, para mim gigantesco, iluminado e fervilhante de gente. O menino morava defronte, no outro lado da Praça Augusto Severo, que então Herculano Ramos construía, linda e condenada ao aniquilamento pelo utilitarismo urbano.

– O CARLOS GOMES foi o Teatro, fascinante, único, dominador. Em 1910. Governador Alberto Maranhão, o casarão foi modificado totalmente, ganhando o aspecto atual. Inauguração em julho de 1912, com a opereta Princesa dos Dollars, de Leo Fall, a primeira exibida na capital potiguar. Até agosto de 1957 manteve o nome de CARLOS GOMES, passando a ser Teatro ALBERTO MARANHÃO que o fizera definitivo. ”

Tribuna
Outro aniversariante deste domingo, 24, é nossa Tribuna do Norte, fundada por Aluízio Alves, o grande jornalista, o grande político, o grande governador. Do mesmo tope de um Alberto Maranhão, o mecenas potiguar.

São 69 anos de história, de muita história. Aqui estou derna de 1964, assinando esta coluna. Lá se vão 55 anos emendados. Somando com mais três da década de 1950, são 58 anos subindo e descendendo estes batentes.

A Ribeira era um encantamento. Da Rua 15 de Novembro, passando pelo Beco da Quarentena, ao Teatro Alberto Maranhão onde, ao lado, atravessando a Travessa Maestro Alcides Cicco (seis passadas) ficava a Faculdade de Direito (mais um prédio histórico, pertencente a UFRN, fechado e abandonado), outro cais da minha navegação. No meio do caminho havia a Tribuna do Norte.

A Assembleia Legislativa realiza sessão especial terça-feira, 26 (09 horas) homenageando a TN.

Semente atrasada
O Governo do Estado realizou esta semana a distribuição de sementes (feijão e milho) para os pequenos agricultores iniciarem o plantio no andar do inverno. Um atraso de quase três meses. Essas sementes deveriam ter sido distribuídas no começo de janeiro, pois chove desde dezembro em boa parte do Estado, principalmente na região Oeste.

Se essas sementes tivessem sido plantadas em janeiro, neste final de março já se teria feijão verde na panela e a espiga de milho quase no ponto de ser colhida.

Plantado agora em março, feijão e milho somente nos meados de junho. Se as chuvas continuarem caindo. Tomara que sim.

Tempos de Anitta
Com o título “A chanceller Anitta”, Ancelmo Gois publicou em sua coluna de O Globo a nota abaixo:

– Diante do sucesso internacional de Anitta (“compõe muito bem alianças com artistas pop de outros países”), o crítico musical Tarik de Souza, 72 anos, brinca que ela deveria ocupar o lugar do fundamentalista Ernesto Araújo no Itamaraty. Faz sentido”.

Na Academia
Quarta-feira que vem, dia 27, começando às 16h30, teremos na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras mais uma edição do projeto Biblioteca Viva da Academia. Na abertura, a exibição do curta-metragem “O Baobá e o seu poeta”, filme dirigido por Walton Schiavon com roteiro de Woldney Ribeiro de Souza.

O poeta Diógenes da Cunha Lima, dono do baobá, estará na mesa para um papo com Woldney, o roteirista do curta, que tem 17 minutos de duração.

Em seguida uma homenagem ao acadêmico Jurandyr Navarro que está festejando seus 90 anos bem vividos.  Fecha a rodada a palestra musical por conta do acadêmico Roberto Lima.

No Instituto
Anote também em sua agenda: O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte se reunirá no dia 28, quinta-feira, a partir das 19 horas, para celebrar os 117 anos de sua fundação, a instituição cultural mais antiga do Estado.

Será no Centro Pastoral Dom Heitor de Araújo ales, Rua da Conceição, 615, defronte à sede do IHGRN.

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