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Tecnologias e mais emprego

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Ângela Maria Paiva Cruz
Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Na última quarta-feira, mais um passo foi dado para a sociedade potiguar vislumbrar mais uso de tecnologias que facilitem a vida cotidiana e, principalmente, mais emprego em Natal.  Na última quarta-feira, 21, a Câmara Municipal de Natal (CMN) aprovou a política de criação de parques tecnológicos na capital, projeto de lei idealizado em 2016 por pesquisadores do Instituto Metrópole Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (IMD/UFRN), e proposto pelo chefe do executivo municipal.

Ações como essa comprovam o cumprimento da missão institucional da UFRN, posto que a instituição existe no sentido de contribuir para o desenvolvimento econômico e humano, em ações contidas no Plano de Gestão 2015-2019 da UFRN, especialmente no eixo Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento. O mesmo fala sobre a criação de parques tecnológicos em áreas estratégicas, tais como Tecnologia da Informação e Energias Renováveis. Tal eixo é essencial para disseminarmos a cultura da inovação tecnológica e suas repercussões no âmbito da inovação social, inovação educacional e desenvolvimento sustentável.  Mais importante é que a política de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento da UFRN interage com o setor produtivo, induz políticas públicas e está voltada para a justiça social a partir do conhecimento gerado na instituição.

Entretanto, queremos deixar claro nessa conversa com o leitor que tão logo o projeto de lei seja sancionado pelo prefeito de Natal, a universidade encaminhará ao Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia (COMCIT) a proposta para a instalação do Parque Tecnológico Metrópole Digital, uma espécie de chave para a interação da universidade com o setor produtivo.  A criação do Parque Tecnológico Metrópole Digital trará novas perspectivas para a formação profissional de jovens, para a empregabilidade na capital, o empreendedorismo, a área da produção e a oferta de serviços, haja vista a transformação de conhecimento em produtos, bens e serviços para a sociedade que financia essa instituição universitária. E tudo isso deságua em mais arrecadação para o município.

O fato da iniciativa municipal conceder incentivos fiscais a partir da redução de 5% para 2% no Imposto Sobre Serviço (ISS), de 30% no Imposto de Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITIV), além de reduzir o IPTU e dar isenção total na licença de localização para empresas de tecnologia da informação e às instituições científicas e tecnológicas (ICTs) instaladas no Parque é um grande atrativo para que essa política dê certo e atraia outros parques para Natal.

E quando observamos que cerca de 80% dos investimentos em parques tecnológicos estão nas regiões Sul e Sudeste do País, veremos o quanto o Rio Grande do Norte avança, pois sequer havia no nosso estado lei similar à aprovada pela Câmara Municipal de Natal. Só essa informação dá uma ideia do atraso que precisaremos vencer. Ainda assim, uma legislação própria certamente marcará o surgimento de novas oportunidades no Nordeste, atraindo empresas de fora, como também oferecendo aos empreendedores locais o espaço propício à implantação das suas ideias. Ou seja, ter um parque tecnológico em Natal significa a criação de novos empregos qualificados e a retenção dos grandes talentos potiguares, que tantas vezes precisam sair do estado para crescer na sua área de atuação.

Se acharmos pouco esse argumento, é bom que se diga que o Parque Tecnológico Metrópole Digital a ser implantado num futuro próximo está envolto nos números da UFRN, onde temos 26 empresas juniores e cinco incubadoras. A maior incubadora é a Inova Metrópole, do Instituto Metrópole Digital (IMD), com cerca de 43 empresas incubadas e sete graduadas, das quais uma já se tornou a maior empresa de Tecnologia da Informação do Rio Grande do Norte. Em termos de inovação, realçamos que somos detentores de três cartas patentes; oito marcas registradas e 98 registros de programas de computador aprovados Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Temos, também, quase 200 pedidos de registros de patentes solicitados ao INPI, 112 solicitações de registros de programas de computador e mais 33 marcas solicitadas. Por tudo isso, realçamos a relevância da interação entre academia, governo e setor privado, com a inserção da sociedade civil, instituições de ensino, incubadoras de negócios e centros de pesquisa, pois o potencial que imaginamos para o Parque Tecnológico Metrópole Digital será alcançado pelo trabalho conjunto que inclui, necessariamente, estes atores.

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