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Tem coisa nova no museu

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BELEZA - Museu Câmara Cascudo recebe peças do escultor Etewaldo Santiago, cujo acervo está sendo pesquisado pela equipe do museu

Letícia Virgínia com seus oito anos nunca tinha entrado num museu e, segundo ela, não fazia idéia do que existia por trás daquela porta de vidro. “Hoje descobri um mundo aqui. Não pensava que seria tão legal entrar num museu. Na minha cabeça um museu era chato, mas é o contrário”, disse a menina depois de assistir a contação de estória ontem pela manhã no Museu Câmara Cascudo durante a programação da 6.ª Semana de Museus, que começou no dia 12 e termina no dia 18 de maio, quando se comemora o Dia Internacional de Museus.

Assim como a percepção inicial de Letícia, muitas pessoas nunca se aventuraram a ver além das paredes da fachada dos diferentes museus da cidade por pura falta de informação.

Nesse pensamento de valorização ao patrimônio público, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN elaborou uma programação intensa de atividades cujo tema é “museus como agentes de mudança social e desenvolvimento”.

Em Natal, Acari, Martins e Parnamirim a programação abraça desde exposições, palestras, seminários até oficinas e contação de estórias. “Essa semana é importante porque serve como um alerta para a população sentir que o museu não é um local de guardar coisas chatas e velhas, mas sim um espaço de liberdade e ampliação dos conhecimentos sobre o mundo”, disse o historiador Mário de Carvalho que trabalha no museu Câmara Cascudo há mais de 20 anos.

Entre a palestra do museologo José Roberto Gomes sobre “O desenvolvimento da conservação do acervo do Museu Câmara Cascudo, e a da antropóloga da UFRN Wani Pereira sobre museus um espaço possível de educação e políticas patrimoniais, está a  exposição “70 anos do escultor Etewaldo Santiago”, elaborado pela equipe pedagógica do museu, uma das novidades da semana.

Cerâmica

No primeiro pavimento do museu, próximo à entrada da zoologia — lugar que concentra uma coleção de esqueletos de animais mamíferos, incluindo uma baleia   — a exposição de Etewaldo é um convite aos olhos. Falecido em 2006 em Ceará-Mirim, o escultor que também foi fotografo, letrista e auxiliar de desenhista, esculpiu imagens em barro e madeira de rendeiras, santos, homens do campo, pescadores que entraram em casas e viraram ícones de adoração, como a imagem de Iemanjá localizada na Praia do Meio, na orla urbana de Natal. “Estamos pesquisando suas obras há dois anos. E é um artista que merece toda a atenção pela sua complexidade artística”, contou a historiadora que trabalha na conservação do acervo do Museu Jailma Medeiros.

A perfeição das formas, detalhando a expressão das feições e do olhar das rendeiras e dos homens do campo tornam essa complexidade, dita pela historiadora, mais visível.

O filho do escultor Edvaldo Santiago estará ministrando hoje, das 9h até 12h, no Museu Câmara Cascudo, a oficina “brincando com cerâmica”, dando continuidade ao trabalho do pai.

Sertanejos

Na sala ao lado a exposição sobre os hábitos, costumes e vestimentas do sertanejo trazem uma atmosfera do sertão para dentro de um prédio. São roupas, alimentos, máquina de costura, acessórios para montaria em cavalos e até alimentos. “Gostei muito do que vi aqui, achei interessante estar na cidade e poder viver um pouco do que os sertanejos vivem, que é a nossa própria história”, contou a aluna Juliane Vilar, 10, de uma escola particular que estava visitando o museu.

O reescrever da história através dos museus, propostos pelo evento, ainda necessita de tintas. Essas que pedem cores com um maior auxílio financeiro federal, municipal e estadual, além de um plano de divulgação que vá além das escolas e infiltre nas malhas culturais da população.

O Brasil de Cascudo

O Memorial Câmara Cascudo também está com novidades: trata-se da exposição temporária “O Brasil de Câmara Cascudo”, em comemoração a Semana dos Museus/2008. A mostra tem origem no Museu do Folclore Edison Carneiro, onde em 1988 integrava a Galeria Mestre Vitalino, sendo composta por painéis fotográficos retratando a Festa do Divino em Paraty, a Igreja do Galo e os Guerreiros (ciclo do reisado). As fotografias são de autoria de Márcia Vieria e Marcel Gautherot. Este ano a exposição foi doada ao Museu Câmara Cascudo/UFRN. Durante todo o mês de maio, de 3ª. a Domingo, no horário das 8 às 17 h, pode-se conferir a exposição.

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