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Vicente Serejo
Sem fixar o rigor dos detalhes de edição, até para aguçar a curiosidade do leitor e deixá-lo no velho e instigante ‘acredite se quiser’, tem nos jornais outras notícias interessantes que preenchem as horas dessas manhãs, tardes e noites tão compridas. Talvez a mais original seja o romance que acaba de ser lançado por Micheliny Verunschk que, apesar do nome, é de Recife, nascida em 1972. Antes de ser romancista, é poetisa, com sua ‘Geografia Íntima do Deserto’. 
Quando a crítica do sul maravilha não esperava mais, quem sabe, um romance nascido no Brasil das memórias coloniais, Micheliny enfiou os olhos nos arquivos sobre dois cientistas-viajantes que vieram ao Brasil em companhia de Maria Leopoldina, a arquiduquesa da Áustria, quando veio casar com D.
Pedro I. Foram eles: o grande botânico Karl Friedrich Philipp, o tão famoso ‘Martius’ e o biólogo Johann Baptist Ritter, o célebre e mais conhecido como ‘Spix’. 
Ninguém pode negar as boas intenções deles dois quando deixaram as belezas da velha Baviera e vieram trazendo seus instrumentos para a coleta de bichos, insetos e plantas. Só que a nossa Micheliny Verunschk ficou intrigada quando descobriu que os dois voltaram levando, como bichos estranhos, oito índios crianças. Seis morreram ao longo da travessia do Atlântico, mas um casal sobreviveu – uma Miranha, e ele um Juri, ambos retratados em gravuras perfeitas.
Terem sido levados, de repente, não bastou à curiosidade da nossa romancista. E então foi ela pesquisar na biblioteca ‘Brasiliana’, do Itaú Cultural, fotografando textos, imagens, mapas, gravuras, a ponto de temer que a segurança do banco desconfiasse de suas intenções. E viu que as crianças indígenas foram exibidas como bichos exóticos, atrações de circo zoológico humano. Pegou o fio da meada e escreveu um grande romance – “O Som do Rugido da Onça’.  
Parece tão surpreendente que mereceu capa do caderno ‘Ilustrada’, da Folha de S. Paulo, além de uma resenha consagradora, assinada por Alcir Pécora. Para o grande crítico, a história contada no romance ‘O Som do Rugido da Onça’ ‘fica entre a fábula e o realismo fantástico. E acrescenta: Micheliny Verunschk “escreve uma prosa poética que mostra estranheza, colorido e sonoridade de palavras indígenas”. Mas logo reconhece que fica “evidente o viés político”.
Teria outras novidades, Senhor Redator. Um jornal é uma rica floresta de árvores que dão notícias e os frutos são suas novidades. Não é um correio da má notícia. Seu papel é noticiar a vida tal como ela é, para repetir Nelson Rodrigues. Nem mais, nem menos. Nada sobra. Nada. Tudo pode ser relevante, entre as artes e artimanhas do ser humano. É que a morte, acredite, é uma notícia muito estranha. É sempre a eterna novidade. Nunca envelhece. Era só e até sexta.  
FORÇA – Com uma avaliação positiva de 70% de sua gestão, o apoio do prefeito Álvaro Dias, em Natal, é determinante. Pode não querer, mas é o melhor nome para disputar o voto natalense.  
AGENDA – Há quem observe que o prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra, ainda não superou a euforia da vitória sobre a oligarquia Rosado. Mas, já passou. É tempo de começar a prefeitar.
CANUDOS – Racine Santos aproveita os tempos épicos que o país vive e a resistência do seu povo, e lança ‘Breviário de Canudos’. Atira palavras como se retomasse os velhos mosquetões.
AGENDA – J. K. Rowling, autora de Harry Potter, marcou o dia 12 de outubro para o mundo português conhecer seu novo livro que em inglês é ‘The Christimas’. Ainda sem título no Brasil.
VOLTA – Ciro Pedroza de volta na ‘Hora do Café’, todo dia, a partir das 6h30 da manhã, mas agora pelo YouTube. Estreia segunda, 26 de abril, no link https://youtu.be/dWVs8iiOWYU
TIROL – De Glenn Greenwald, repórter da Vaza Jato, que acaba fazer a sua estreia nas páginas da revista Carta Capital: “Uma democracia não necessita somente de mídia, mas de jornalismo”. 
SACADA – A Band-RN vai transmitir os 25 shows que marcarão os 25 anos do ‘Seis e Meia’, palco que revelou muitos nomes. Exibição será aos sábados, no YouTube, das 18h50 às 19h20.
TIPO – De Nino, o filósofo melancólico do Beco da Lama, explicando a um companheiro de mesa este ofício do jornalismo: “É sutil e exigente. Nele o primeiro que fracassa é o bonzinho”. 
PESTE – No Brasil, pela Rocco, o grande sucesso de leitura no New York Time Magazine ao longo da peste do Coronavírus: ‘O Projeto Decamerão’, reunindo 29 ensaios de grandes nomes da literatura nos EUA. Inspiradas nas novelas de Boccaccio sobre a fuga com o medo da peste. 
LÁ – Em Boccaccio, entre 1348 e 1353, sete moças e três rapazes se fecham num castelo perto de Florença, invadida pela Peste Negra e fugindo da morte. Hoje, as pessoas estão confinadas em suas casas. Como está no prefácio de Caitlin Roper, que sejam lidas por todos, com saúde.
AQUI? – E O que pensam algumas das nossas melhores cabeças no Brasil pós-pandemia? Suas visões estão reunidas em ‘O Mundo Pós-Pandemia’, organização de José Roberto de Castro Neves. Uma grande bateria que reúne 53 ensaios em todas as áreas do conhecimento humano.
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