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Temer enquadra siglas ‘infieis’ para aprovar reformas

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Diante de sinais de rebelião no Congresso, a cúpula do governo endureceu
o tom e decidiu cobrar dos ministros que enquadrem as bancadas aliadas,
sob pena de ficarem insustentáveis nos cargos. O Palácio do Planalto
quer agora que os partidos mais divididos fechem questão para conseguir
aprovar a reforma da Previdência. Os parlamentares que desrespeitarem a
ordem correm risco de punição.
Michel Temer destaca o papel do Poder Judiciário para fazer as investigações e afirma quer permanece confiante
O PMDB deve ser o primeiro a dar o exemplo. Depois de mostrar
infidelidade em votações consideradas mais leves, como a da
terceirização e a do requerimento de urgência, anteontem, para a reforma
trabalhista, o partido do presidente Michel Temer sofre cada vez mais
pressão do Planalto.

“Fechar questão é um instrumento legítimo para o partido marcar
posição”, afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR)
presidente do PMDB. Interlocutores de Temer observam que, com a
estratégia, os parlamentares poderão dizer aos eleitores que foram
obrigados a seguir diretriz do partido para aprovar as mudanças na
aposentadoria.

Em fevereiro, Jucá protagonizou confronto público com o ministro da
Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, para quem a tendência
do partido era liberar a bancada na votação da reforma da Previdência.
“Não temos tradição leninista”, disse Moreira, na ocasião.

De lá para cá, porém, o governo sofreu derrotas na Câmara e as delações
da Lava Jato contribuíram para aumentar a crise. É tanto o esforço do
Planalto para mostrar força e transmitir a mensagem de que a Lava Jato
não parou o governo que Temer já planeja recorrer a ministros-deputados
para a aprovação da reforma da Previdência.

Dos 28 ministros, 12 são deputados licenciados que podem voltar ao
posto, se necessário, para ajudar Temer na Câmara. Os ministros também
foram orientados a intensificar o contato com os parlamentares e a
procurar individualmente os integrantes de suas bancadas.

A ideia é que eles apresentem ao governo um mapeamento de como votará
cada deputado. “Os ministros vão ter de trabalhar suas bancadas. Senão,
vão ter de deixar os cargos”, avisou o deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS).

Recado
Na lista dos “traidores contumazes” estão PSB, PRB e PPS, embora o
próprio PMDB e o PSDB também tenham se mostrado infieis. Nesta semana,
os ministros Leonardo Picciani (Esporte) e Max Beltrão (Turismo), ambos
deputados licenciados, participaram da reunião da bancada do PMDB. Ali o
recado foi claro: quem votar contra a reforma terá de devolver os
cargos.

O ministro da Cultura, Roberto Freire, também ameaçou sair se o PPS
enfrentar o governo na reforma da Previdência. A advertência foi feita a
parlamentares após as traições verificadas na votação da terceirização.

Considerado o aliado mais infiel, o PSB deve fechar questão, mas contra
as reformas da Previdência e trabalhista. “Há uma avaliação de
integrantes da bancada de que esse governo está tendo uma inflexão
excessivamente liberal”, disse o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), também afirmou que o
partido não obrigará ninguém a votar com o governo. Assegurou, porém,
que o DEM é favorável à reforma da Previdência. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

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