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‘Temos de nos preocupar apenas em jogar’, afirma Judson sobre futebol nos EUA

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Um atleta que começou a disputar muito novo para o futebol, mas que teve de ralar muito para chegar a uma boa condição dentro do futebol profissional no Brasil, Judson atualmente se diz realizado com a oportunidade de atuar no futebol dos Estados Unidos. Ele ressalta que ao contrário daquilo que algumas pessoas pensam, o futebol na América do Norte concentra qualidade, consegue pagar bons salários e pretende se colocar em médio prazo, entre as cinco competições mais importantes do mundo. Apesar de sentir saudades dos pais e da culinária brasileira, o ex-meio-campista do América disse que pretende fincar raízes nos EUA e apesar de não dominar bem o idioma, revelou que é lá que pretende encerrar a carreira profissional. A oportunidade para ele veio através de uma promessa divina.
Mantendo a forma física e técnica, na equipe do Santa Cruz, o meio-campista Judson desvenda os segredos do futebol nos Estados Unidos e diz que lá o jogador pode se preocupar apenas em jogar bola  

Como está sendo a experiência de jogar nos EUA?
A experiência de atuar nos Estados Unidos está sendo muito positiva na minha vida, tanto pela carreira esportiva quanto pela vida familiar, a esposa já está bem adaptada e acredito que estamos evoluindo bem.

Que diferença você sente, ou não, no futebol praticado por lá?
O futebol americano exige mais um pouco da parte atlética do jogador, é uma competição que apesar de exigir um bom nível físico, apresenta uma excelente qualidade dentro de campo também. Mas ainda não se pode comparar com a Série A do Brasileiro, que acredito ainda esteja um pouco a frente do futebol apresentado lá, em termos técnicos. Porém não se enganem, nos Estados Unidos podemos encontrar jogadores com bastante qualidade.

Falam que a MLS não é competitiva. É verdade?
Não concordo com essa afirmação, algumas pessoas podem falar isso porque lá não existe ainda a figura do rebaixamento, então isso deve parecer que os atletas não se esforcem muito devido a garantia de estar na divisão de elite na temporada vindoura. Mas isso é uma imagem errada, quem acompanha o futebol dos EUA pode ver a pegada e a disposição apresentada por todos dentro de campo. Além do mais, todos estão focados em objetivos.

Como você vê a possibilidade da ida de mais estrelas para a MLS?
Ultimamente a cultura dos dirigentes americanos têm mudado um pouco, antes eles faziam questão de contratar vários atletas de renome internacional para compor as suas equipes, principalmente aqueles que estavam em atividade no futebol europeu. Não vou dizer que isso não ocorre mais hoje, porém eles estão evitando levar os jogadores na reta final da carreira e investindo cada vez mais em atletas novos e com qualidade. Temos o exemplo do Brenner, Carlos Alexandre que era do Botafogo e foi atuar no Vancouver. A meta dos dirigentes dos Estados Unidos é fazer o futebol crescer a tal ponto de ingressar na lista do top 5 do mundo num médio espaço de tempo.

Em relação à questão financeira. Os salários são bons? Existem atrasos?
Isso é algo que nunca me preocupei, os dirigentes são muito corretos com essa questão e pagam tudo certo. A diferença do dólar para o real hoje está muito grande e baseado nessa diferença posso dizer que o nível salarial na MSL é muito bom. Posso garantir que não há como ter dor de cabeça com atraso salarial atuando numa equipe americana.

Como é sua relação com companheiros e técnico? A língua dificulta ou você já está falando bem o inglês?
Não falo muito bem o inglês ainda, mas em situações dentro de campo já entendo bem.  A questão do idioma é amenizada porque a comissão técnica do clube que defendo é formada por profissionais da Argentina e o espanhol a gente consegue entender melhor. O maior sufoco ocorreu nos primeiros três meses de trabalho, foram complicados, mas agora já me considero bem adaptado à vida por lá, tanto dentro quanto fora de campo, como disse antes.

Que diferenças você observa do profissionalismo na MLS e a nossa realidade no Brasil?
Eu acho que a organização da Liga Americana é excelente, eles oferecem ótimas condições de trabalho para os profissionais, nós atletas temos de nos preocupar apenas em jogar. O extra campo, a Liga e o próprio clube cuidam de tudo, então nesse ponto a nossa preocupação é zero.  

Conta um pouco do seu início de carreira, trajetória e para você o que representa estar hoje nos EUA?
Iniciei a carreira na escolinha mantida pelo “seu’ João Quebra Osso e do Lupércio Segundo, tanto que trabalho com eles até hoje,  quando cheguei lá tinha apenas treze anos, mas já havia treinado na equipe infantil do futebol de Arez, cujos os treinadores eram os ex-atletas Erijânio e Toinho. De lá saí para atuar no grupo de Quebra Osso, viajei algumas vezes para realizar testes em equipes de São Paulo, não deu certo e voltei. Em 2019 fui atuar nas bases do ABC, onde permaneci um ano e meio, então acabei saindo porque a diretoria da época não quis assinar meu contrato profissional. Em seguida acabei indo para o América, o curioso é que fui sem querer, mas isso foi movido por aquela resenha de clássico entre América e ABC então pensei que poderia dar ruim. Porém, ao contrário disso, fui muito bem recebido pelo clube, pelos demais companheiros do sub-17 na época e lá permaneci por cinco anos, de 2010 a 2015. Durante os três primeiros anos fui emprestado várias vezes às equipes do interior do RN, que acabaram participando também deste projeto de carreira profissional que tive, me fazendo pegar mais experiência. Defendi o Coríntians de Caicó, Potiguar de Mossoró, Santa Cruz do Inharé, também atuei pelo Carpina na segunda divisão do futebol pernambucano. depois disso em 2014 já no grupo principal do América, consegui fazer uma sequência muito boa na Série B, em 2015 fui titular durante toda temporada, depois veio a transferência para o Avaí, onde atuei por mais três anos, também de muita experiência, desenvolvimento e crescimento em todas as áreas da minha vida. No fim desse ciclo acabei tendo uma promessa de Deus cumprida na minha vida que era poder atuar no futebol dos Estados Unidos, onde me encontro para honra e glória de Deus. assim lá se vão três anos e espero continuar por lá por muito mais tempo.    

Qual a principal saudade de sua terra? Qdo está por lá no que faz para matar essa saudade? Essa é a maior dificuldade ? Ou tem outras?

A maior dificuldade sempre será estar distante da família. Apesar de minha esposa e minhas duas filhas estarem residindo comigo nos Estados Unidos, ficar longe dos nossos pais sempre é muito complicado. Mas com o passar do tempo a pessoa vai se adaptando e fora isso a maior questão é a parte culinária mesmo. Mas quando a saudade aperta a gente consegue dar um jeito e sai para comer uma feijoada, aquelas carnes que gostamos no Brasil. Os Estados Unidos sempre possui muitas opções para tudo, mercado brasileiros que vendem as comidas da nossa terra e assim eu vou me virando. minha esposa também já está virando uma craque na cozinha e essas questões tendem a ser solucionadas.
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